Publicado em 02/10/2018, às 06h39 por Redação Pais&Filhos
*Por Gladys Magalhães, mãe de Miguel
Todos os dias pela manhã, Tatiana Cristina da Silva, leva o pequeno Thomas, de 4 meses, para passear ao ar livre, por cerca de 10 a 15 minutos, nas ruas de São Carlos, no interior paulista. O objetivo dos passeios, explica a mãe, é tomar banho de sol e tratar a icterícia neonatal – doença comum entre os recém-nascidos, que deixa a pele dos bebês em um tom amarelo-alaranjado. “Meus dois filhos nasceram com icterícia, então, por recomendação médica, deveriam tomar o banho de sol, o que se tornou uma prática. Tento sair com Thomas até às 10h da manhã, ou à tardezinha. Coloco-o no carrinho e não tenho preocupação com o tipo de roupa, até porque temos tido dias de bastante frio”, explica Tatiana, que também é mãe de Victorio, de 5 anos.
Para o pediatra José Colletti, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, pai de Calvin, Tatiana age de acordo com as mais recentes recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que recomenda o banho de sol apenas para os bebês com icterícia. “A exposição à luz solar na idade neonatal apenas se justifica nos recém-nascidos que apresentam icterícia. A SBP sugere evitar a exposição solar direta em crianças menores de 6 meses e esta deve ser limitada nas demais crianças, devido à sensibilização para o câncer de pele”, esclarece o médico.
No caso das crianças com icterícia, quanto maior a área de exposição solar, melhor. Assim, o ideal é deixar o bebê apenas de fralda. Nos dias mais frios, contudo, deve se reduzir a área exposta para pernas e braços.
O início da manhã, antes das 9h, e à tarde, após às 16h, são os melhores horários para o banho de sol. Entretanto, é preciso prestar atenção à temperatura ambiente. Ou seja, se o dia estiver muito quente, deixe o recém-nascido de 5 a 10 minutos no sol; já em dias mais frios, este período pode se estender por até 15 minutos. Vale lembrar que, antes dos 6 meses, os bebês não podem usar protetor solar.
Outro lembrete importante é que a exposição solar deve ser feita com incidência direta. Em outras palavras, aqueles raios solares que atravessam o vidro da janela da sala não contam como banho de sol, porque os comprimentos de onda da radiação solar efetivos para reduzir a icterícia são refletidos pelo vidro. Vale a dica!
Por muitos anos o banho de sol foi recomendado a todos os bebês por conta da ativação da vitamina D, recebida por meio do leite materno, e importante para a calcificação óssea e a prevenção do raquitismo infantil. Com as novas orientações, a suplementação do nutriente deve ter início ainda na gestação e continuar após o nascimento do bebê.
“Devemos suplementar vitamina D para as gestantes, com o objetivo de garantir que quantidade suficiente de vitamina D cruze a placenta e forneça tudo o que o bebê precisa, principalmente no terceiro trimestre gestacional. Para crianças recomenda-se suplementar vitamina D logo após o nascimento, mantendo-se até os 2 anos de idade. Esta suplementação oral da vitamina D substitui a exposição ao sol para a produção da vitamina”, finaliza José.
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