Publicado em 08/07/2019, às 08h10 - Atualizado às 08h12 por Redação Pais&Filhos
Um casal de Nova York está processando uma clínica de fertilidadedepois que o local causou a maior confusão na vida deles. A trapalhada teve início quando os funcionários de fertilização in vitro se confundiram e implantaram os embriões de outro casal em uma paciente. A verdade só veio à tona quando a mãeasiática deu à luz a bebês que não se pareciam nada com ela e nem com o marido.
Depois de realizar exame de DNA, descobriam que os bebês eram a combinação perfeita dos genes de outro casal que também estava realizando o tratamentona mesma clínica. A mãe, que é asiática, deu à luz dois bebês não-asiáticos, e cada criança era a combinação genética de um casal diferente que também era cliente da clínica de fertilização, afirma o processo. O casal asiático foi forçado a desistir dos bebês para os verdadeiros pais biológicos.
O casal, identificado apenas como AP e YZ, vive em Flushing, Nova York, e se casou em 2012. Depois de descobrirem problemas para engravidar, eles decidiram tentar ter filhos por meio da fertilização in vitro, com uma empresa chamada CHA Fertility em Los Angeles, declara o processo. De acordo com a CNN, a clínica não entrou em contato para esclarecer o caso.
A CHA Fertility diz ser uma das “principais redes de tratamento de fertilidade do mundo”, afirma o processo. A clínica diz no site que “cumpriu os sonhos de dezenas de milhares de pais sonhadores” em mais de 22 países. O processo diz que o casal gastou mais de 100 mil doláres, o equivalente a 400 mil reais, para os serviços de fertilização in vitro, incluindo honorários médicos, serviços especializados, medicamentos, despesas de laboratório, custos de viagem e muito mais.
De acordo com o processo, no começo de 2018, a empresa coletou esperma e óvulos de Y.Z. e A.P. e, em seguida, formou cinco embriões, quatro eram do sexo feminino. A primeira tentativa não resultou em gravidez. O casal tentou de novo e ficaram “em êxtase” quando descobriam, em setembro, que a A.P. estava grávida de gêmeos, afirma o processo. Mas, um ultrassom viu que os gêmeoseram do sexo masculino. Isso deixou o casal “confuso” porque havia só um embrião masculino, que não foi transferido para ela, afirma o processo.
Depois dos resultados da ultrassom, eles ligaram para checar se eram de fato dois meninos. A clínica informou que os resultados não eram precisos e que só esse exame não era um teste definitivo para descobrir o sexo. Um casal que passou pela clínica fez o exame e descobriu que iria ter um menino e, no fim das contas, teve uma menina, conta o processo. Quando AP deu luz a meninosgêmeos em março “todo mundo ficou chocado quando souberam que os bebêsnão eram parentes do casal e nem parentes entre si”. Na verdade, cada bebê era geneticamente relacionado a um casal que também havia tratado com a CHA Fertility, diz o processo.
Por causa disso, AP e YZ foram obrigados a dar os bebês para os pais biológicos. O casal ainda não sabe o que aconteceu com os dois embriões, que de fato pertencem ao casal e, que deveriam ser transferidos para a AP. O processo, apresentado em 1º de julho, diz que o casal sofreu danos físicos e emocionais e acusam a clínica de negligência médica e outras 14 acusações.
Fertilização in vitro e gravidez de gêmeos
Uma das maiores dúvidasdos casais, que fazem fertilização in vitro, é a gestação de gêmeos. De todas as mulheresque recebem 2 blastocistos e engravidam, 80% geram apenas 1 bebê, e 20% têm gêmeos. Se 2 embriões euploides (normais cromossomicamente) são transferidos, a chance de gêmeosaumenta para 50%. Para os casais que não desejam gestaçãomúltipla, é só transferir 1 embrião de cada vez.
Pelas regras do Conselho Federal de Medicina (CFM), mulheres de até 35 anos podem receber no máximo 2 embriões; de 36 a 39 anos, 3; e com 40 anos em diante até 4 embriões. Mas na prática são transferidos no máximo 2 – e quando já foi biopsiado apenas 1, aumentando a segurança da gestação e focando na qualidade e não na quantidade. A taxa de sucesso varia de acordo com a idade da mulhere com as causas da infertilidade – e variam de 10% a até 60% por tentativa.
A gravidez de gêmeos
O resultado positivo de gravidezmúltipla traz mais dúvidas e medos. O fato é que a gravidez de gêmeos exige um acompanhamento cauteloso e a mãe precisa estar preparada e bem informada.
O pré-natal é fundamental para que a gestação gemelar seja segura. É preciso fazer mais ultrassons, exames de sangue e de urina, pois as complicações são maiores – o índice de diabetes e hipertensão gestacional são de duas a três vezes mais frequentes, assim como problemas renais, inchaços e cãibras. E a prematuridadeneste caso ocorre entre 50% e 60% dos partos.
Para a prevenção dasdoenças gestacionais, é recomendável repouso e uma alimentação saudável rica em vitamina B6 encontrada na banana, oleaginosas e abacate. A dietatambém deve incluir frutas frescas, vegetais, peixes, carnes magras, nozes, castanhas, azeite de oliva extravirgem, ovos e, preferencialmente, alimentos orgânicos. É necessário evitar carne vermelha, carboidratos simples como doces e farináceos, café, refrigerantes, chá preto ou mate e derivados do leite, além do álcool e alimentos processados e industrializados.
Nos últimos três meses, os desconfortos físicos aumentam por causa da sobrecarga dos sistemas respiratório e circulatório. A variação média de ganho de peso pula de 7 a 12 quilos para 10 a 18. No final da gestação gemelar, o conteúdo do volume no útero chega a dez litros, enquanto na gravidez de feto único são cerca de seis.
O monitoramento também é importante para observar o surgimento de contrações uterinas precoces. A cesariana é mais frequente em casos de gêmeos, porém gestação gemelar também pode ocorrer parto normal. O parto normal acontece se a mãe não possui nenhuma patologia e se os bebês estão na posição correta, ou seja, com a cabeça para baixo. A diferença é que apenas um dos fetos fica encaixado. Quando ele sai, o outro também desce. Os irmãos costumam vir ao mundo um atrás do outro, com no máximo cinco minutos de diferença.
Sobre Rodrigo da Rosa Filho
O médico Rodrigo da Rosa Filho é especialista em reprodução humana. Graduado em medicina pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM), Rodrigo é sócio fundador da Clínica de Reprodução Humana Mater Prime. É membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP), e co-autor/colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da SBRH e autor do livro ” Ginecologia e Obstetrícia- Casos clínicos” (2013).
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