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Medo do escuro

Santiago Franarin Zúñiga. 10 anos - Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

Publicado em 20/09/2019, às 08h48 - Atualizado às 09h17 por Ana Guedes


Sim. As crianças às vezes tem medo do escuro. E depois passa. E até brincam de sombras, gato mia, cabra cega e acampamento.

Mas aí a gente cresce e o medo do escuro volta. E quando vira mãe é eterno:

Não vai mamar! Que cor de cocô é este? Se não aprender a dormir sozinho precisamos consultar um psicólogo.

Eu sou psicóloga. E tenho medo do escuro do meu filho.

Mas não adianta. O que precisamos é apenas saber que este medo é nosso. Não deles.

Há exatos três anos meu filho estava na primeira série. Eu muito preocupada com o fato de ele querer jogar futebol e não ter coragem de pedir para os meninos…

Logo, se formava uma dupla de mãe antes da busca na escola em um café do posto de gasolina! (Sim mães medos e divisões deles). Uma, preocupada com a possibilidade de uma timidez excessiva, uma submissão, uma característica negativa que marcaria o futuro do Pedro!!! (Eu, a psicóloga excessiva) e outra, convicta do analfabetismo certo do Santiago que não venceria a primeira série.

Psicopedagoga?! Psicóloga? Culpa de quem? Sou eu? O pai? Não! Elas! As nossas mães! Claro! Tudo é culpa da mãe.

Da gente , da mãe da gente, da mãe da mãe da gente.

Pena que não. Seria fácil resolver.

A responsabilidade é nossa. Nossos filhos não são nossos. Mas a angústia é.

Então que possamos aprender a dormir no escuro da incerteza do amanhã. E que confiemos neles. E no melhor que pudermos fazer para não atrapalhar.

Bicho papão sai de cima do telhado!

E sai.

Pedro joga futebol hoje duas vezes por semana, e vai logo viajar pra serra em um campeonato. Sem a mãe. Que vai dormir de luz acesa.

E o Santiago…

Bom, o Santiago virou o primeiro analfabeto a não ser reprovado na primeira série e a receber uma medalha com 10 anos aqui em Porto Alegre, com este texto logo abaixo. Escolhido na categoria infantil juvenil, concorrendo com outros escritores de até 16 anos.

A Camila, mãe do Santiago e eu, vamos inventar novos medos, e dormir de luz acessa.

Mas meu desejo é que eles resistam! A nos! Parabéns Santiago!

Para todas as mães que os filhos estão com alguma dificuldade na alfabetização, ou em qualquer momento da vida, calma, tempo e olhar amoroso.

E o texto do Santiago com dez anos, no quarto ano. Alfabetizado a pesar de nossos medos.

Santiago Franarin Zúñiga. 10 anos (Foto: Arquivo pessoal)

DESAPARECIDA

Noite fria em São Paulo. Trim, trim, trim…. O celular toca pela oitava vez! Nada, Ângela desliga o celular e se senta na poltrona. Silencio… Ângela dormiu. Só se ouvia ronco.

E em seus sonhos… A terra se inclinava de lá para cá. Ângela se segurava e sua amiga desaparecida, a Ana estava parada a sua frente, intacta com os olhos brancos! Ângela despenca gritando:

-Anaaaa

Acorda ao se espatifar no chão.

Lembrando-se da infância delas junta ela vai ao local do sonho. Lá estava o celular de Ana, no chão.

A frente de Ângela havia pegadas. Ângela iluminou o caminho com o celular de Ana, logo percebeu que as pegadas estavam desmanchando, mas ela continua, e continua. Até que acabam as pegadas na frente de uma montanha.

Ângela triste senta, ela sentia que já tinha perdido sua amiga. Saiu andando até que o chão caiu. Era uma armadilha!

Mas pelo lado bom Ana estava lá, assim Ângela desamarrou Ana e perguntou: O que aconteceu?

Ana responde: Na sexta, no dia da festa quando estava indo para casa fui raptada. Em seguida, Ana disse: Corre Ângela, ele está vindo!

Só se ouvia passos, e chegavam mais perto a cada segundo, até que era tarde para fugir. Um homem descabelado, dentuço que usava óculos apareceu e disse: Ora, ora, ora Ana, você trouxe amigos? Achei que não tinha! HI, HI, HO, HO, HÁ, HÁ.

Ângela pensava que ele, só pela risada, era maluco. Pegou uma pedra e disse: – Cansei de você velho coroca!

Jogou a pedra no óculos dele. Ele cai no chão desacordado enquanto elas escapam da armadilha com a corda que Ana estava amarrada.

Ligaram para a polícia e entregaram o velho.

Ângela e Ana se abraçam e respiram fundo pensando em tudo que aconteceu ou que podia ter acontecido.

Amanhã as 12:32 vou fazer uma festa de reencontro no bosque, disse Ângela. Espero que você esteja lá.

Segunda estava tudo organizado, tinha bebidas de tudo: guaraná, cerveja, coca cola e etc. Todos do colegial estavam lá, menos Ana.

Ângela esperou e esperou por sua amiga, até que desistiu. No mesmo instante Ana entrou pela porta e Ângela saiu correndo e a abraçou. Ficaram o dia inteiro lá, foi o melhor dia de todos!

Santiago Franarin Zúñiga. 10 anos.

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