Publicado em 21/06/2018, às 15h36 por Gabrielle Molento, Filha de Claudia e Pedro
Jogar videogames de forma equilibrada pode ser uma atividade muito saudável, sim! A tecnologia pode melhorar o aprendizado das crianças e suas relações sociais de forma positiva. Mas, calma lá! Tudo tem limites. Foi divulgado nessa última segunda-feira (18), pela nova lista da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS), que o vício em videogames é um distúrbio mental.
Essa dependência segue as mesmas orientações de outras adições, como por exemplo o sexo, drogas, álcool e compras. Ele está relacionado ao comportamento, ou seja, quando a pessoa passa a jogar cada vez mais, o risco em desenvolver um comportamento compulsivo também aumenta. De acordo com Monica Pessanha, psicoterapeuta infantil e mãe de Melissa, o comportamento compulsivo está ligado as situações que provocam prazer, como fazer compras ou passar horas em frente do computador jogando. O problema é que a diversão passa ser uma doença.
Para saber se o vício está ou não prejudicando a vida pessoal da criança, alguns comportamentos devem ser observados como, por exemplo, o isolamento social de família e amigos, problemas no desempenho escolar e reação agressiva quando os pais tentam interferir ou impor limites. “Uma coisa que os pais podem ter como base do sintoma é observar se a criança está preferindo ficar em casa diante de um convite para um cinema ou teatro. Vale ajudar o filho a fazer a escolha em que ela vai brincar e se desenvolver com os outros”, explicou Monica.
Fique no comando
Se os pais se mantiverem no comando, raramente o videogame se tornará um problema. É preciso limitar para os filhos o tempo de uso dos jogos e oferecer outas atividades de lazer. Os adultos não podem ter apenas o meio virtual como ponto em comum com as crianças, é preciso pensar e dar um novo significado aos objetivos familiares. “Acredito que mapear as horas de lazer ajuda muito. Assim os pais podem estabelecer uma rotina mais equilibrada. Nomeando, por exemplo, as horas de brincadeiras no parque, idas aos cinemas, jogos eletrônicos, horas de TV e também momentos de não fazer nada ou meditação”, disse a psicoterapeuta.
Não existe uma idade certa para a criança começar a jogar videogames, mas se os pais conseguirem limitar o máximo o uso eletrônico até os cinco anos, isso vai contribuir para que ela desenvolva habilidades necessárias para enfrentar o mundo compartilhado com mais força e coragem. “É no brincar e somente no brincar que a criança elabora e amadurece uma personalidade verdadeira e sadia. Quanto mais longe estiverem dos eletrônicos, mais possibilidades terão para criar, compreender e ser feliz. Os jogos [eletrônicos] são bons, mas não dão aos pequenos a potencialidade deles existirem por completo”, completou a especialista.
Por fim, em caso de compulsão por jogos, essa criança pode ser encaminhada para um profissional para fazer o processo de psicoterapia. Esse médico vai ajudá-la a adquirir ferramentas para encontrar saída para o desejo compulsivo. Geralmente é um processo longo e que acontece pelo brincar livre e com interação social.
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