Publicado em 31/08/2018, às 14h19 - Atualizado em 13/05/2019, às 07h51 por Nathália Martins, Filha de Sueli e Josias
Você já está cansada de saber que toda criança passa por diferentes fases, mas lidar com cada uma delas é a parte mais difícil, principalmente para os pais de primeira viagem. E aquele momento que as birras começam a aparecer pode ser um dos maiores desafios para qualquer pai. Mas, calma, você sabia que na verdade ele pode ter Transtorno Opositivo Desafiador?
Esse distúrbio, que é mais conhecido como TOD, é um transtorno disruptivo, do controle, de impulsos e da conduta, ou seja, envolve problemas de autocontrole de emoções e comportamentos. “A criança tem dificuldade em ter empatia e lidar com as frustrações e o afeto. Além disso, não sente remorso ou culpa quando faz algo de errado”, explica Luciana Brites, psicopedagoga, uma das fundadoras do Instituto NeuroSaber e mãe de Helô, Gustavo e Maurício.
As diferenças
Para diferenciar a birra do TOD é necessário observar e analisar o seu filho. Ao contrário do Transtorno Opositivo Desafiador, a birra é apenas uma fase da criança, então ela costuma fazer ser malcriada apenas com você, por exemplo, e não em todos os lugares que ela frequenta. “A forma de diferenciar é pela dimensão dos acontecimentos. Perceber o quanto isso causa problemas afetivos, sociais e cognitivos para essa criança em vários lugares”, aconselha Luciana.
A psicóloga Lívia Marques, mãe de Maria e Miguel, explica que “os casos de transtorno são muito mais intensos do que birras. A criança não consegue entender o próprio sentimento”. Então é necessário tentar diferenciar e, caso você não consiga, procurar ajuda de um psicólogo para realizar o diagnóstico preciso.
Sintomas
O principal sintoma, que é desafiar pessoas que são autoridades, você já sabe. Mas se seu filho é muito argumentativo, do contra e desafiador, você também deve ficar atenta. Não possuir conhecimentos e habilidades sociais e emocionais é outro sintoma importante.
Além disso, “uma criança com TOD geralmente perde o convívio social e familiar e tem um círculo de amizades pequeno ou quase inexistente, o que pode fazer com que ele seja o aluno que faz bullying ou que sofre bullying”, conta Lívia.
Tratamento
Logo após você receber um diagnóstico que confirme que seu filho tem TOD, o primeiro passo é levá-lo a um psiquiatra ou neuropediatra. Não dá para adiar isso. “Se não for feito o tratamento correto, a tendência é a piora constante do quadro”, alerta Luciana.
Como lidar?
É importante você saber que provavelmente alguns pais irão te julgar ao ver seu filho se comportando mal, então para que você não se sinta triste, é preciso saber lidar com a situação. Antes de tudo você precisa conhecer o transtorno. “Bater de frente é uma das piores coisas. Falo isso não apenas como profissional, mas também como mãe de uma criança que tem Transtorno Opositivo Desafiador”, explicou Luciana. Então, por mais difícil que seja, tenha frieza durante uma crise.
Lembre-se que seu filho também precisa estar ciente de que ele tem essa dificuldade, então você e as pessoas com que ele convive podem (e devem) conversar com ele. “É um trabalho diário. Não tem receita e cada filho é diferente. Mas desenvolver empatia e diálogo desde o início é o que faz toda a diferença para o restante do tratamento”, finaliza Luciana.
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