Publicado em 28/01/2019, às 12h03 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h37 por Rhaisa Trombini, Edileyne e Geraldo
Casada com o príncipe Harry há menos de 1 ano, Meghan Markle está grávida do seu primeiro filho, mas ainda não sabemos o sexo, apenas que eles pode nascer entre maio e abril.
A duquesa revelou que pretende ter um hipnoparto, técnica que consiste no uso da hipnose para alcançar o relaxamento, a comodidade e o alívio durante o parto. Mas isso não é novidade na realeza: Kate Middleton, esposa de príncipe Willian, já chegou a usar hipnose para contar a hiperemese, enjoo muito forte que estava tendo na gestação de George, seu primeiro filho.
A hipnose é um estado alterado de consciência. Segundo Valdecy Carneiro, psicólogo, especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP, doutorando em Psicologia e hipnoterapeuta, “todos nós vivemos vários estados alterados de consciência durante todos os dias e a hipnose é o estado focado da mente.”
Segundo o psicólogo, nos apenas precisamos aprender a aproveitar esse tempo de hipnose em nosso favor. Essa técnica reduz o uso de medicamentos que podem apresentar efeitos secundários para a mãe e o bebê.
No parto, é a mulher que vai conduzir o próprio estado de transepara que ela “passe a desempenhar determinado comportamento em determinada situação.” A gestante passa por um tratamento por um longo período, durante toda a gravidez, para conseguir usar os gatilhos, senha, na hora do parto e atingir o estado de relaxamento e felicidade.
Esses “gatilhos” que podem ser palavras, toques ou gestos, como um aperto de mão, um estalo ou palavra. E não é só a mulher que precisa aprender. Segundo Valdecy, o(a) companheiro(a) também pode participar das sessões para aprender os gatilhos e a hipnose para ajudar na hora do parto.
Segundo Valdecy, quando a mulher está em treinamento nas sessões de hipnose para a hora do parto, o hipnoterapeuta precisa usar momento bons, agradáveis, de prazer, tranquilidade, aceitação, amor, afeição e segurança para que a mãe consiga entrar em estado de calma, assim ela pode aproveitar melhor o momento do parto.
O estado de hipnose gera mudanças físicas em partes do cérebro, como o giro do cíngulo,que faz a comunicação entre o sintema límbico (das emoções) e o córtex (controle racional) e o precuneus, responsável pelamemória episódica, uma coleção de experiências pessoais passadas que ocorreram em um determinado momento e local.
São esses locais que ajudam a liberar as lembranças boas, estímulos positivos, que são âncoras, como amor, gratidão, alegria, vitória. A pessoa resgata momentos que ela se sentiu assim e associam a gestos simples para que ela consiga retornar essas sensações com a hipnose na hora do parto.
A mulher não entra propriamente em transe. Suas reações são desencadeadas, na verdade, por uma sugestão hipnótica. Ela terá controle do corpo e aprenderá a ter controle de suas emoções em situações de estresse. “É um aprendizado para a vida, gerenciar o próprio corpo, se sentir bem com o corpo e as emoções”, explicou o psicólogo.
Ele desconhece qualquer contraindicação de parto por hipnose, mas existem psicólogos que afirmam que a prática pode causarab-reação, segundo a Infopédia, “uma descarga emocional em que um indivíduo revive um acontecimento traumático,” mas Valdecy explicou que depende de quem faz a hipnose e qual o foco. “Se ele fizer com base em momento bons, agradáveis, não há problema.”
Para o bebê, os benefícios são muito! “Trabalhar de maneira positiva e humanizada esses momentos que conduzem ao parto é colaborar para que vida desse bebê seja mais harmoniosa, ainda mais se o hipnoterapeuta souber criar vínculos de amor, gratidão, de alegria e vitória.”
Segundo o hipnoterapeuta, existem estudos que mostram que o bebê é influenciado pelo momento do parto e pelo ambiente, “Tudo que acontece a volta ele é influenciado.” Se a mãe estiver calma e feliz durante o parto, o bebê nascerá de um lugar melhor.
Além disso, os vínculos criados entre mãe e filho logo após o parto aumentam graças a todos os pensamentos positivos conduzidos pela hipnose. Valdecy comentou de um estudo onde uma mãe escutou uma música específica durante toda gravidez quando estava conversando com o bebê e fazendo carinho na barriga. Depois do nascimento, quando ela precisava deixar o filho com alguém, tocava a música para que ele ficasse tranquilo.
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