Publicado em 30/07/2021, às 12h56 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo
A propagação da variante Delta no Brasil vem preocupando a comunidade científica. Apesar da falsa sensação entre os brasileiros de que a pandemia do coronavírus já está sob controle, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a cepa que surgiu na Índia pode ser dominante por aqui. A transmissão local da nova variante já é realidade em alguns estados do Brasil, como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
“A variante Delta mostrou ter uma capacidade de transmissão maior em comparação com outras variantes preocupantes, como a alpha ou a gama; mas até o momento não existem evidências que permitam inferir um comportamento mais agressivo ou severo dessa variante. Claro que, se o número de casos aumenta, também aumenta a proporção daqueles que podem ser graves ou exigir internação hospitalar”, alertou Jairo Mendez Rico, assessor regional em Enfermidades Virais da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) e da OMS, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Além disso, a variante Delta do coronavírus passa de uma pessoa para outra mais rapidamente do que o ebola, um resfriado comum, a gripe sazonal e o sarampo e é tão contagiosa quanto a catapora, de acordo com um relatório dos Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês) publicado pelo jornal The Washington Post. Segundo o documento, a infecção causada por essa cepa produz uma quantidade de coronavírus nas vias aéreas dez vezes maior do que em pessoas infectadas com a variante Alfa, que também é altamente contagiosa.
Além disso, a quantidade de vírus em uma pessoa infectada com Delta chega a ser mil vezes maior do que a observada em pessoas infectadas com a versão original do coronavírus, descoberta no início da pandemia na China. A nova cepa pode causar mais sequelas do que todas as outras versões conhecidas do coronavírus. Pesquisas feitas no Canadá e da Escócia descobriram que as pessoas infectadas por ela têm maior probabilidade de serem hospitalizadas, enquanto pesquisas em Cingapura indicaram que é mais provável que necessitem de oxigênio.
O documento do CDC também enfatiza que a vacinação é a melhor defesa “contra uma variante tão contagiosa que atua, quase, como se fosse um vírus novo e diferente”. Espera-se que o CDC divulgue hoje informações que apoiam sua decisão de modificar as recomendações que foram dadas para as pessoas que receberam a vacina contra a covid-19, como voltar com o uso de máscaras em locais fechados, já que as pessoas que completaram a vacinação para covid-19 podem transmitir a variante Delta tanto quanto as não vacinadas.
Também conhecida como cepa, as novas variantes da Covid-19 significam que o vírus passou por modificações ao longo do ano, sofrendo alterações no seu material genético. De acordo com Renato Kfouri, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, isso acontece porque o vírus vai se copiando e acaba “errando” durante as réplicas, formando assim um vírus um pouco diferente do original. “Continua sendo o SARS-COV-2, mas vai se diferenciando daquele que nasceu em Wuhan”, explica o especialista.
As mutações acontecem a todo o momento, mas ganham importância quando se tornam protagonistas. “Quando você detecta que em uma região os casos são relacionados a uma variante, isso significa que ela ganhou a capacidade de se reproduzir mais rapidamente. Elas preocupam na medida que melhoram a sua capacidade de transmissão. 99% das mutações que acontecem não têm significância, mas quando ganham esse protagonismo merecem ser estudas e observadas”, alerta Renato Kfouri.
A proteção contra a variante Delta deve ser a mesma de todas as outras cepas. Por isso, é muito importante o uso de máscaras, higienização das mãos e dos ambientes, distanciamento acima de 1,5m. “Dessa forma, é possível impedir a transmissão não só da variante delta, como das que já existem e próximas que podem surgir”, explica Dr. Filipe Prohaska, infectologista do Grupo Oncoclínicas, pai de Letícia e Luisa.
Todos os imunizantes aprovados no Brasil fornecem proteção contra a variante Delta. Eles são capazes de reduzir o risco de doenças graves que podem levar à hospitalização e à morte. “Até o momento, a variante tem uma resposta boa das vacinas. Elas são sim eficazes.”, comemora Filipe. Diversos estudos ao redor do mundo também mostraram que duas doses das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca são eficazes contra a cepa. Mas, vale lembrar ainda que o esquema de imunização deve ser completo, pois apenas uma dose não é suficiente para a alta proteção, além de manter cuidados como o uso de máscaras, higiene das mãos e evitar aglomerações, já que nenhuma das vacinas oferece 100% de proteção contra a infecção por coronavírus.
Apesar do tema ainda ser discutido, é falado sobre o adiantamento da segunda dose das vacinas contra a covid-19 na tentativa de conter o avanço da variante Delta. “Existe uma correria e uma discussão muito grande de se adiantar a segunda dose de vacina na tentativa de ter a imunização mais rápida possível contra a cepa. E aí, alguns locais vem diminuindo o tempo entre as doses das vacinas exatamente para conseguir alcançar essa imunidade mais cedo e impedir que ela se propague”, explica o infectologista do Grupo Oncoclínicas.
Sim. Filipe comenta que a variante Delta pode causar a recontaminaçãonos pacientes que já tiveram a covid-19, mas vale lembrar que o assunto ainda está em discussão. “Não temos dados que sugiram que a variante Delta leve a um quadro mais grave ou mais leve pela reinfecção”.
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