Publicado em 12/04/2019, às 16h34 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h23 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo
A chegada do outono é sinônimo de grandes mudanças de temperatura e baixa umidade. Esses fatores, junto com a poluição, são considerados alguns dos responsáveis pelo aumento das doenças respiratórias durante essa época do ano. Só para você ter uma ideia, as crianças chegam a ter de 8 a 11 infecções virais por ano. Isso significa que, praticamente todo mês, seu filho pode ter uma doença. E pense que até os 4 ou 5 anos de idade, o sistema imunológico dele ainda está em formação e o os vírus ganham força durante o outono e o inverno, porque quanto mais gente doente, mais eles circulam.
De acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), essas doenças estão entre as principais causas de internação no Brasil, afetam mais de 1 milhão de pessoas, todo ano. Por isso, todo cuidado é pouco. Segundo Ricardo Souza Queiroz, alergista e imunologista do Grupo São Cristóvão Saúde, os problemas mais frequentes nesse período são a asma, as rinites e as sinusites.
Isso porque, quando o tempo está seco, a mucosa nasal fica ressecada e não filtra o ar da maneira certa — que acaba indo aos pulmões cheio de partículas poluentes e alergênicas. Quando alguém já tem uma predisposição genética às alergias respiratórias, elas acabam sendo desencadeadas e geram uma reação do sistema imunológico, que inclui o corrimento nasal e o lacrimejamento.
Normalmente, a manifestação de alergias acontece durante a infância, quando a criança é exposta a agravantes, como a presença de ácaros, fungos e pelos de animais. No caso da rinite, o fator hereditário influencia na manifestação dessas alergias: se você ou seu parceiro(a), tiver a doença, a chance do seu filho ter é de 30%. Mas se ambos tiverem rinite alérgica, a chance já aumenta para 70%. “Isso torna os filhos mais sensível à detecção de elementos alergênicos, aumentando as chances do desencadeamento da doença”, explica o especialista.
Além de desencadear alergias, o mau funcionamento da mucosa também pode fazer com que bactérias e vírus passem despercebidos pelo canal de entrada do sistema respiratório. Para evitar complicações, é importante que a vacina da gripe esteja em dia, deixando de lado o mito de que a imunização contra os vírus da gripe faz mal.
Como são as doenças de outono e inverno?
Espirros, coriza, obstrução nasal, coceiras no nariz, ouvido, garganta, tosse e falta de ar são os principais sintomas. O tratamento geralmente indicado é baseado em anti-histamínicos com ou sem descongestionantes, broncodilatadores e corticoides. “Porém todos têm efeitos colaterais em potencial, de forma que desaconselhamos a automedicação e recomendamos sempre consultar o médico especialista quando houver suspeita de alergia”, alerta Dr. Clovis Galvão, membro do Departamento Científico de Alérgenos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
Os quadros virais – ou bacterianos, em casos mais sérios – também acontecem por causa do contato com outras crianças, principalmente nas escolas. “As pessoas não abrem a janela para arejar e o vírus fica concentrado. Na maioria dos casos, os problemas são respiratórios, como gripes comuns, resfriados, tosse ou febre que melhoram em três a cinco dias”, explica Milena de Paulis, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, Milena de Paulis, filha de Lucia e Remo.
É preciso ficar atento para que o resfriado não se espalhe para o pulmão e desencadeie em uma bronquiolite, infecção que resulta em cansaço para respirar e chiado no peito. Outra doença comum é a estomatite, o “sapinho”, bolinhas que se espalham pela gengiva, garganta e bochecha. A criança tem maior dificuldade para expelir as secreções, principalmente porque as suas cavidades são pequenas – ouvido, nariz e boca. Nos maiores, também são comuns as amigdalites, cataporas – principalmente na primavera e no outono – e diarreias.
Como prevenir
Alguns cuidados podem evitar que seu filho tenha doenças mais graves. Para prevenir as alergias do outono, recomenda-se evitar locais fechados, grandes aglomerações, lavar a mão com frequência ou usar o álcool, vacinar-se contra a gripe e fazer o controle ambiental:
– Visite a escola para observar a higiene e se o lugar é ventilado, principalmente no inverno. Veja também se os funcionários estão bem orientados. A supervisão de um pediatra é válida.
– Deixe a criança brincar com a natureza: é bom ter contato com a areia, com a grama do quintal, com a água. Isso vai fortalecer o sistema imunológico e facilitar o contato com outras crianças. Oriente o seu filho para que sempre lave as mãos.
– O aleitamento materno e, posteriormente, uma alimentação saudável, também são fundamentais.
– Boas noites de sono fazem diferença. Um bebê recém-nascido deve dormir por volta de 20 horas por dia. A partir de dois anos de idade, dez horas são suficientes, contando com um descanso de mais duas horas durante o dia. Já na fase pré-escolar (1 a 4 anos de idade), dez horas bastam. Oriente para que ele não durma tarde e também acorde mais cedo para aproveitar o sol da manhã, que é menos agressivo e ajudará a aumentar as suas defesas.
– Desinfete objetos e superfícies regularmente em casa e evite expor as crianças à fumaça de cigarro.
– Outro fator que interfere na resistência imunológica é o emocional: um ambiente agradável, seja na escola ou dentro de casa, é essencial para que ele permaneça saudável – e feliz!
E quando ele ficar doente?
Se o seu filho estiver doente, é importante que fique afastado da escola. É um cuidado com a saúde dos colegas e também com a dele, pois a imunidade estará mais baixa e a recuperação será mais difícil. Além disso, é nesse momento que a criança fica mais suscetível a contrair outras doenças. Se você acha que a criança fica doente com frequência e que isso gera mais complicações do que o normal, vá ao médico. Não se esqueça de sempre fazer um acompanhamento com o pediatra.
O que é, o que é
Caso seu filho fique doente, a melhor arma é a informação. Conheça as principais doenças e sintomas para você ficar sempre de olho
Resfriado
O que é: infecção viral nas vias respiratórias superiores.
Causa: Há mais de 200 tipos de vírus. Eles penetram no corpo pela boca, olhos, nariz. O contágio acontece pelo ar ou contato físico. Sintomas: coriza, espirros, tosse, dor de garganta, dor no corpo e febre baixa.
Quando ir ao médico: abatimento e febre alta.
Gripe
O que é: infecção contagiosa do sistema respiratório causada pelo vírus Influenza.
Causa: no ar ou pelo contato direto com pessoas gripadas.
Sintomas: febre alta, dores, cansaço, tosse seca, espirro, coriza.
Quando ir ao médico: se a criança estiver com dor forte na cabeça, no corpo e dificuldade de respirar.
Pneumonia
O que é: infecção dos pulmões.
Causa: infecções bacterianas ou virais, resfriado malcurado, exposição a fumo e ar condicionado.
Sintomas: febre alta, dor no tórax, abatimento, inapetência, tosse e dificuldade de respirar.
Quando ir ao médico: se a criança tiver febre alta, abatida e com catarro amarelo ou esverdeado e dificuldade de respirar.
Sinusite
O que é: inflamação da membrana que reveste a cavidade nasal e os seios da face.
Causa: por alergia, infecção ou como consequência de infecções das vias aéreas superiores que não foram tratadas corretamente.
Sintomas: dores de cabeça, pressão na parte superior da cabeça e seios da face, nariz entupido, coriza, tosse.
Quando ir ao médico: se a criança tiver febre, fraqueza, dores de cabeça, nos seios da face e região superior, mal-estar e piora da tosse com secreção esverdeada.
Bronquiolite
O que é: infecção dos brônquios, ramificações que levam ar aos pulmões. A doença acomete principalmente bebês e crianças de até 2 anos.
Causa: a principal causa é o vírus sincial respiratório.
Sintomas: obstrução da saída do ar e esforço para respirar. Febre, chiado no peito e tosse.
Quando ir ao médico: se a criança estiver com febre, aparência abatida, respiração rápida com esforço, peito chiando e extremidades azuladas.
Asma
O que é: doença inflamatória das vias aéreas inferiores (brônquios).
Causa: existem diferentes causas para a asma, que podem ser alergias provocadas por perfumes e aromas, pelos de animais, ácaros, poeira ou alguns alimentos como leite ou ovos.
Sintomas: sensação de aperto no peito, dificuldades para respirar e tosse com chiado. Pode causar também irritabilidade, recusa de alimentos, respiração forçada e movimentação intensa das narinas.
Quando ir ao médico: se a criança tiver dificuldade para respirar e até falar. Se apresentar coloração azulada em torno da boca.
Otite
O que é: infecção de ouvido que pode ser externa, localizada na orelha, ou média, ligada à porção interna do ouvido.
Causa: na maioria das vezes, a inflamação é causada por vírus, bactérias ou fungos. Costuma ocorrer durante ou após gripes, resfriados ou infecções na garganta ou respiratórias.
Sintomas: na otite média ocorre redução da audição, perda de apetite, eliminação de secreção pela orelha e febre. Crianças menores às vezes tem vômito e diarreia. Na otite externa, dor forte e abafamento do som.
Quando ir ao médico: se a criança manifestar irritabilidade e sair secreção do ouvido.
Rinite
O que é: doença inflamatória crônica das mucosas do nariz. Nos casos agudos, sua duração é de até três semanas, e, nos casos crônicos, se prolonga por mais de 21 dias.
Causa: contato com poeira, ácaros e fungos, ar condicionado, mudanças bruscas de temperatura.
Sintomas: secreção nasal, tosse, espirros, olhos vermelhos, coceira nos olhos e no nariz. Se não for tratada de forma correta, pode expor a criança a outras doenças das vias respiratórias, como a sinusite e crises de asma.
Quando ir ao médico: se a criança ficar agitada, com dificuldade para respirar, tiver inchaço nos lábios ou olhos. E piora da tosse.
Amigdalite
O que é: inflamação nas amígdalas, que pode ser ocasionada tanto por vírus quanto por bactérias.
Causa: os casos virais ocorrem como consequência de gripes e resfriados e desaparecem com a melhora do organismo. Já os causados por bactérias necessitam de cuidados com antibióticos.
Sintomas: dor de garganta, dificuldade para engolir, febre acima de 38º, dor de cabeça e mal- estar, mau hálito, ausência de apetite, amígdalas inchadas e vermelhas e pode haver ocorrência de pus.
Quando ir ao médico: se houver placa de pus na garganta, febre alta e falta de apetite.
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