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Casos de sarampo no Brasil aumentam 900%: entenda a importância de vacinar sua família

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Publicado em 22/02/2019, às 16h02 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h23 por Jennifer Detlinger


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A Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta para o avanço do sarampo no mundo. No Brasil, quase metade dos municípios não cumpriu a meta de vacinação em 2018. A situação é tão grave que corremos o risco de perder o certificado de eliminação da doença dado pela OMS em 2016 — ano em que o sarampo era considerado erradicado no Brasil.

Desde 2018 até janeiro de 2019, foram registrados 10.274 casos confirmados de sarampo. Os lugares com mais ocorrências são o Amazonas, que registrou 9.778 casos, e Roraima com 355. São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Bahia, Pernambuco, Pará, Sergipe e Distrito Federal, tiveram alguns casos isolados. Foram registrados 12 mortes causadas pelo sarampo: 6 no Amazonas, 4 em Roraima e 2 no Pará.

De acordo com o Ministério da Saúde, os surtos estão relacionados à importação. A Venezuela está com o surto da doença desde 2017 e já perdeu seu certificado de eliminação. O genótipo do vírus que está circulando no Brasil é o mesmo do país.

Sarampo mata mais de 135.000 pessoas por ano (Foto: Getty Images)

“O fluxo de pessoas migrando da Venezuela para o Brasil estão trazendo o vírus com elas. “Sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida por gotículas de saliva”, explica Isabela Garrido, assessora médica em imunização do Fleury Medicina e Saúde, filha de Maria e Sérgio. Mas especialistas alertam que os casos de sarampo no Brasil só estão acontecendo porque não há uma cobertura vacinal adequada.

Foram encaminhadas 15,5 milhões de doses de vacina tríplice viral. As autoridades sanitárias brasileiras estão correndo contra o tempo, porque os primeiros casos foram descobertos no início de 2018. E a pior notícia é que a procura pela vacina nos postos está bem longe do ideal. De acordo com o Ministério da Saúde, quase metade dos municípios brasileiros não atingiu a meta de vacinar 95% das crianças de 1 a menos de 5 anos de idade.

Há algumas causas que justificam o fato dos pais estarem deixando de levar os  filhos para tomar a vacina. A pediatra Melissa Palmieri, membra da Sociedade Brasileira de Imunizações e coordenadora médica de vacinas do Grupo Hermes Pardini, filha de Antônio Carlos e Maria, conta a primeira delas: “As vacinas são vítimas do próprio sucesso”. Para ela, conforme as doenças são eliminadas, a população se esquece das ferramentas de prevenção e ganha uma falsa sensação de segurança. “Temos uma geração de adultos que se beneficiaram do Programa Nacional de Imunizações no passado e agora estão negligenciando esse direito aos filhos”. Além disso, muitas famílias também enxergam a vacina como cura e não prevenção, e só vão atrás da imunização dos filhos em casos mais graves.

Pais não estão vacinando seus filhos por conta de fake news sobre a vacina (Foto: iStock)

Parte da falta de adesão à vacina também vem das fake news  que se espalharam nas redes sociais. Para combater as mentiras, o Ministério da Saúde criou uma ferramenta que funciona com um Google. Basta enviar a informação que deseja confirmar sobre a vacina e, depois de analisada, o ministério retorna dizendo se é fake news e o porquê. As mensagens podem ser enviadas gratuitamente para o número (61) 99289-4640.

Por que se vacinar?

Vamos sempre bater na tecla da importância da vacinação. Essa queda histórica precisa levar à uma reflexão sobre o porquê dos pais não estarem cumprindo com a obrigação de proteger os filhos por meio da vacina. Deixar de imunizar as crianças na época adequada é ilegal no Brasil, já que esse é um direito assegurado há 28 anos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Enquanto é pequeno, seu filho não tem o poder de escolha sobre a vacinação e depende exclusivamente de você. Imunizar a família toda também funciona como um ato coletivo. Pense que, para uma doença conseguir sobreviver e se propagar, é preciso que outras pessoas estejam infectadas. Quanto mais gente protegida, o ciclo de um vírus ou bactéria se encerra e a doença pode ser erradicada. “Exceto para as doenças com exposição de risco individual, como o tétano e a febre amarela, a vacina funciona como uma arma coletiva da redução de circulação do agente infeccioso”, explica Melissa. O Brasil tem o maior programa público de vacinação do mundo — não faz sentido deixar que doenças erradicadas há décadas voltem a aparecer como ameaça.

É preciso duas doses da vacina para estar completamente protegido contra a doença (Foto: Shutterstock)

A vacinação é a única maneira de prevenir a doença. Não são só crianças, mas também adultos e adolescentes que não receberam a vacina ou não completaram o esquema vacinal estão sujeitos ao contágio. De acordo com Isabela, é preciso duas doses da vacina para estar completamente protegido contra a doença. O que acontece no setor público é a primeira dose ser dada aos 12 meses de vida, com a versão da tríplice viral, e a segunda, aos 15 meses, com a tetraviral. Isso vale para o ano inteiro. O Ministério da Saúde também disponibiliza duas doses da vacina para as pessoas até 29 anos e uma dose para o grupo de 30 a 49 anos. Se você não está em dia com a caderneta de vacinação, pode procurar o posto de saúde mais próximo à sua casa.

Quais os sintomas?

A fase inicial lembra um resfriado. A criança pode apresentar febre, coriza, tosse e até conjuntivite. “É característico que a partir do quarto dia o corpo mancha de vermelho, começando pela cabeça”, explica Isabela. 30% das pessoas infectadas evolui para outras doenças mais sérias como a pneumonia. Não há uma medicação específica para tratar o vírus, o que dificulta a recuperação.

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