Publicado em 14/09/2018, às 13h04 por Nathália Martins, Filha de Sueli e Josias
De cara, quando você for escolher a escola dos seus filhos, você encontrará vários métodos de ensino e instituições que mantêm abordagens tradicionais e aquelas que têm ideias mais inovadoras. Em meio a tudo isso, é normal ficar um pouco perdida e sem saber por onde começar.
De acordo com Roberta Bento, mãe da Taís, nossa embaixadora e colunista e fundadora do SOS Educação, no Brasil quatro abordagens estão entre as principais. São elas: tradicional, construtivista, montessoriana e a metodologia Waldorf. A escola como conhecemos está mudando. Aquele modelo em que o professor é o centro da sala de aula e os alunos passivos ainda existe, mas tem muita novidade por aí também. Fique tranquila! Vamos explicar tudo.
Construtivista
Foi mais ou menos no final da década de 1970 e começo de 1980 que a abordagem construtivista chegou com força ao Brasil. A proposta é de que o interesse em aprender seja estimulado pelo próprio aluno. Ou seja, para que isso seja possível, ele precisa ter oportunidades de aprendizado e não ser uma pessoa passiva, que apenas ouve. Desse modo, a criança deixa de ser só uma cabeça para depositarem conhecimento. Para seguir essa proposta, a escola Sphere International propõe um currículo organizado por meio de projetos.
Assim, a sala de aula sugere um percurso de investigação, tendo como ponto de partida o comprometimento dos alunos, levando em consideração os conhecimentos prévios, questões e interesses. Esses projetos são finalizados em algum tipo de ação, seja na própria escola ou na comunidade. “A intenção é formar alunos ativos, críticos, cientes de seus valores e com habilidades de autogerenciamento, preparando-os para colocar o conhecimento em prática”, explica Andrea Andrade, diretora da Sphere Internacional e mãe de Felipe e Pedro. Mas, segundo Roberta, nem toda escola que se diz construtivista segue à risca o conceito e deixam de criar dinâmicas e ter a estrutura necessária para que a prática seja eficaz.
Montessoriana
A abordagem montessoriana é criação de uma médica italiana, Maria Montessori. Nela, os alunos são expostos ao que chamam de “experiências de aprendizagem”. Ou seja, o ambiente favorece o desenvolvimento da criatividade, independência, iniciativa e autoconfiança das crianças. “O resultado é que o aluno se mantém mais envolvido e interessado na escola por muito mais tempo”, esclarece Roberta. Para que isso seja possível, as salas de aula e os professores devem estar muito bem preparados. Isto é, com materiais sensoriais e o educador com postura de guia – aquele que observa e ajuda, mas nunca faz a atividade pela criança. Por isso, Roberta ressalta que o método é muito
melhor aplicado na educação infantil e no começo do ensino fundamental.
Waldorf
Essa metodologia foi desenvolvida pelo austríaco Rudolf Steiner e é uma das preferidas de Roberta. “Ela procura equilibrar os aspectos cognitivos de aprendizagem formal, com o desenvolvimento de habilidades artísticas, musicais e uma conexão maior com a natureza”, explica. Realmente, a ideia é olhar e trabalhar com as crianças como um ser completo. Ou seja, estimular ao mesmo tempo diversos tipos de habilidades e de forma integrada. Essa abordagem funciona bem em turmas menores, já que é mais fácil para os professores conseguirem dar atenção às crianças. Por aliar-se à rotina de conhecimentos que vão além do “padrão”, o resultado costuma ser de um aluno com um ótimo desenvolvimento.
Reggio Emilia
Já Reggio Emilia, que é considerado um posicionamento ético, vem se desenvolvendo desde a década de 1960 e tem
como proposta a relação entre pais, professores e estudantes com a sociedade e vivendo experiências. Segundo Roberta, nela, a criança é protagonista na construção do conhecimento, mas é valorizado o papel da família e da comunidade nesse processo. “Os professores devem ser capazes de mostrar o mundo e as inúmeras conexões que as crianças realizam quando se relacionam com tudo que está à sua volta”, esclarece Danielle Wolff, coordenadora do curso de pós-graduação em Reggio do instituto Singularidades, que busca reforçar cada vez mais a capacitação dos professores brasileiros.
A proposta pedagógica não é baseada em conteúdos programáticos a serem aprendidos, mas em experiências polissensoriais – como aulas em cozinhas e ateliês de costura, por exemplo – que colocam em jogo os recursos e competências das crianças na relação com o objeto de conhecimento. Ou seja, o desenvolvimento do aluno não tem como único foco o conteúdo acadêmico e o esforço para manter o envolvimento familiar deve ser grande. Tem que participar!
Direto do exterior
Em escolas internacionais a tendência é não só aprender uma abordagem, mas sim pegar o melhor de cada. Ou seja, a ideia é focar no desenvolvimento de competências, em vez do simples fornecimento de conteúdos. No Brasil, a escola Concept é um bom exemplo, já que mescla diversos conceitos e se espelha em países como a Finlândia e Singapura. “Um currículo consistente, potente e relevante deriva de atualizações sucessivase pesquisas constantes no
âmbito educacional, atendendo às demandas atuais”, diz Priscila Torres, diretora da escola e filha de Elaine e Antônio Carlos.
Escola globalizada
Com foco em construir cidadãos para o mundo, sem barreiras de língua ou de habilidades, a escola Avenues acaba de chegar ao Brasil. De acordo com Roberta, o foco, nesse caso, fica em incentivar o aluno a olhar para fora, enxergando o futuro e novas possibilidades. Com professores de diferentes países, a escola prioriza o uso de duas línguas como ferramenta de comunicação.
Além disso, atividades culturais também estão no calendário e, o mais legal: a escola é conectada com as demais unidades do mundo – sim, do mundo. Na prática, isso significa que se os pais viajam muito a trabalho, um estudante
paulista pode continuar assistindo às aulas normalmente na unidade de Nova Iorque, por exemplo.
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