Publicado em 27/07/2016, às 13h28 - Atualizado às 13h29 por Cecilia Troiano
Muito me intriga ver que ainda discutimos (e tenho certeza de que estamos longe de chegar a um final feliz) como pais e mães lidam com suas carreiras e de que forma esses papeis se entrelaçam na vida cotidiana.
Para jogar mais lenha nessa fogueira, compartilho aqui um estudo bastante interessante feito por pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, para identificar até que ponto os estereótipos associados aos pais, às mães e à figura de um/uma profissional estavam ou não interligados.
A pesquisa selecionou 145 traços de personalidade, todos eles relacionados de alguma forma a estereótipos de gênero ou a estereótipos de pai e mãe.
O questionário apresentava tais atributos e pedia a quem estava respondendo para apontarem quanto cada um dos traços descrevia (ou não) um pai, uma mãe ou um/uma profissional típicos. Os resultados do estudo foram resumidos pelos autores no gráfico que reproduzo abaixo e que explico logo a seguir.
O que descobriram? São duas ideias principais:
1 – Os traços associados exclusivamente à figura do pai são poucos. Para ser mais precisa, apenas um: corajoso. No entanto, há uma série de traços que são compartilhados entre o estereótipo dos pais e o estereótipo dos profissionais. Isso indica que homens personificam ao mesmo tempo os traços mais característicos de pais e aqueles mais característicos de um profissional.
2 – A mulher, ao contrário, precisa criar “personagens” diferentes para atender as expectativas sociais relacionadas a seu papel de mãe e de profissional. Isso porque apenas o traço “atenta” é associado tanto à mãe quanto à profissional.
E o que isso traz de implicações para cada lado? Para pais, pela coincidência de expectativas, eles navegam com mais facilidade entre esses dois mundos, casa e trabalho. No caso das mulheres, elas experimentam mais conflito em gerenciar esses dois papeis que, numa visão esterotipada, representam diferentes territórios com poucas zonas de intersecção. Não à toa as mães ainda patinam para conseguir se provar tão competentes quanto os pais dentro das empresas.
Aliás, lembro-me de uma historinha (de mau gosto) que ouvi certa vez. Começa com uma cena de uma reunião, com muitas pessoas à mesa. Entra uma secretária e entrega um bilhete a um homem. Ele lê, faz cara de preocupação e pede licença aos demais dizendo que precisa sair, pois recebeu uma ligação da escola e o filho caiu e precisa ser levado ao hospital. O homem sai e os que ficam na sala comentam: “nossa, além de um excelente profissional é um super pai presente”.
Agora, outra cena, também de reunião. Novamente uma secretária entra e dá um bilhete para uma das mulheres presentes. Ela lê o bilhete, faz cara de preocupação e pede licença aos demais, dizendo que precisa sair, pois recebeu uma ligação da escola e o filho caiu e precisa ser levado ao hospital. A mulher sai e os que ficam na sala comentam: “nossa, tá vendo como não dá para contratar mulher!” Por mais indignação que possa causar este final, ele explicita como a sociedade ainda setoriza o que atribui a um pai, a uma mãe e a um profissional.
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