Publicado em 08/12/2019, às 05h48 - Atualizado às 18h07 por Regina G Politi
Como todos sabem gosto de aproveitar as datas comemorativas para escrever a coluna da semana. Hoje, dia 8 de dezembro, celebramos o Dia Internacional da Família.
Falar de família no século XXI parece antiquado, só que não!
No mundo contemporâneo, a família adquire um papel ainda mais especial do que sempre teve no passado, já que antigamente o mundo fora da família, tinha parâmetros sociais mais rigorosos, definidos e explícitos, com consequências imediatas sobre os que transgredissem, minimamente, tais normas e condutas sociais.
Hoje em dia, tudo é mais solto, permitido e flexível, onde temos uma liberdade que nunca tivemos antes. O que parece positivo por um lado, mas por outro, a pessoa tem que vir mais “preparada” de casa ao ir para fora da família, para evitar maiores danos em suas vidas.
Quero dizer com isso que se a família não for mais firme e responsável na formação dos filhos, a sociedade de maneira geral não ajudará na tarefa de dar limites e valores aos filhos, punindo-os apenas em situações extremas, às vezes tarde demais.
Cabe, portanto, à família esse papel central na criação de seres humanos balizados, íntegros e saudáveis.
O que é uma família, então? O que a define e a diferencia de outro grupo qualquer?
Com certeza não é uma turma de gente morando junto, nem um bando de amigos ou colegas, como numa república estudantil, nem um agrupamento ao acaso sem comprometimento entre si. É muito mais que isso.
Como diz o próprio nome da coluna: família é uma fábrica de gente!
E como uma família pode ser um lugar seguro, do ponto de vista psicológico, para os filhos crescerem sadios emocionalmente? Esta é a pergunta mais importante que as famílias devem se fazer!
A família pode ser um lugar seguro se ela cumprir sua função biopsicossocial, ou seja, se assumir os cuidados biológicos, psicológicos e sociais/relacionais de suas crias, desde o planejamento dos mesmos até o crescimento dos seus filhos.
Para tanto, a família deve se organizar nas suas funções conjugais, parentais (paternas e maternas), filiais de fratrias, trigeracionais, horizontais, verticais, nucleares e extensas no padrão relacional funcional em termos de dinâmica entre os membros da família.
Em outras palavras, é importante que na família cada um ocupe seu lugar e não o lugar do outro. Mãe no lugar de mãe, filho no lugar de filho, irmão no de irmão, e assim sucessivamente. Embora pareça uma obviedade, na prática, o que acontece em geral é uma grande confusão de papéis, criando conflitos e tensões por conta desta “dança das cadeiras” na dinâmica familiar.
É um tal de pai sendo filho, filho sendo mãe, mãe sendo pai, irmão sendo mãe, avó sendo mãe, mãe sendo filha, irmã sendo mãe, tia sendo pai, e por aí vai! Na verdade, cada um fazendo o que e como quer, sem nenhuma preocupação com as necessidades e requisitos para se tornar uma família.
E por aí afora, o céu é o limite nesta “luta pela sobrevivência”. Cada um “fugindo” de suas responsabilidades, na organização biopsicossocial da família, subvertendo a hierarquia original das idades, maturidades e experiências de cada um. Criando configurações e arranjos, por vezes altamente disfuncionais e caóticos, pois estão fora da função precípua de cada um da família. Já que a família tem a função de permitir o crescimento de todos. Quando a família permite o crescimento, algo importante está acontecendo.
Lembro, inclusive, de um caso bem recente, entre inúmeros atendidos por mim, bem similares a esse, que quando mostrei ao pai, que ele atuava como “filho” da esposa, e a esposa como “mãe” dele, o casal ficou tão perplexo, pois não tinham se dado conta até aquele momento de suas vidas, que funcionavam assim: ele parecia o filho mais velho da prole do casal, portanto irmão dos filhos dele, e não o marido da esposa e pai dos filhos. E lógico que isso criava uma enorme dificuldade no relacionamento familiar e conjugal, fazendo todos sofrerem e patinarem, sem identificar exatamente o que estava se passando na configuração familiar.
Também vale comentar o exemplo bem comum do caso de uma família que o filho mais velho atuava como “chefe da família”, dando ordens em todos, inclusive nos seus pais, além dos irmãos e funcionários da casa e do escritório, e todos se submetendo, pois não queriam vê-lo aborrecido ou contrariado, pois era muito nervoso (palavras da mãe e da avó materna).
Neste caso, a psicologia dá o nome de Síndrome do Imperador. É aquele filho primogênito que se torna o comandante da família. Muito típico também nos lares: a idolatria ao filho primogênito.
Enfim, são vários os casos que mostram que quando uma família não cumpre o papel de família, com suas regras, organização e hierarquia, a dinâmica da família desanda, provocando crises, conflitos e sofrimentos em todos que vivem sob aquele clima disfuncional.
Espero que gostem e se quiserem mais informações mande e-mail para [email protected].
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