Publicado em 12/05/2021, às 08h32 - Atualizado em 20/05/2021, às 09h31 por Mayra Gaiato
A escola é o principal ambiente social da criança. Lá ela passa várias horas do dia e com uma quantidade de amigos que não conseguimos em outro lugar. Essa vivência é rica em estímulos pedagógicos e sensoriais, que são super importantes para o aumento de repertório dos pequenos.
Algumas crianças participam pouco das brincadeirascom os colegas, das atividades que a professora propõe ou dos comandos coletivos dados ao longo do dia, falam pouco e usam objetos de forma disfuncional. É importante que a equipe pedagógica esteja atenta à possibilidade de autismo. É importante que esses profissionais estejam habilitados para identificar sinais e sintomas do Transtorno do Espectro Autista em seus alunos, principalmente nos mais novinhos.
É comum pedagogos relatarem que percebiam sinais diferentes em alguns estudantes, mas, como eram muito pequenos, preferiam esperar um pouco para justificar a abordagem aos pais. Só que, quanto mais cedo essa percepção de que a criança não está tendo os comportamentos e resultados conforme os outros pares da mesma idade é levada aos responsáveis, melhor é para o pequeno. Quanto antes percebemos essas diferenças, maiores são as possibilidades de começar as intervenções e incentivar mais o desenvolvimento da criança.
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Alunos com autismo têm capacidade de aprendizagem como qualquer outro, o que acontece é que eles têm uma forma diferente de aprender. Dessa forma, compreender quais são os obstáculos de cada um e adaptar as técnicas e abordagens para facilitar o caminho pode ser o grande diferencial na vida e no crescimento deles. E, por mais que os professores mostrem bastante interesse em como fazer para ensinar esses pequenos, sabemos que, muitas vezes, não é simples.
As escolas têm papel fundamental na estimulação das crianças e adolescentes que estão no espectro autista. E isso se dá não somente pelas oportunidades de aprendizagem que o ambiente escolar oferece, mas, também, pela ampla possibilidade de interação social, que vai desde os cumprimentos no início do dia, brincadeiras nos recreios até momentos mais complexos de trabalhos e atividades em grupo.
O educador, além de entender as dificuldades de cada aluno, também é peça chave para ajudar a criança a aflorar ainda mais seus pontos fortes. O incentivo dessas habilidades, como algo a ser aproveitado a favor do pequeno, será de grande ajuda em todo o processo de socialização e aprendizagem durante o período no colégio.
De maneira geral a indicação para estudo das crianças com autismo é em escolas regulares. No entanto, a depender do nível de suporte que o pequeno precisa, como em casos em que há deficiência intelectual grave associada, a escola especial pode ser positiva. E isso jamais será com o objetivo de afastar as crianças autistas, mas sim de oferecer a elas todo o apoio possível para que não sejam prejudicadas pela falta de assistências especializadas.
Ainda assim, é importante reforçar que qualquer aluno tem direito a usufruir de recurso extras que se fizerem necessários para aprendizagem dela, independente se a escola é regular ou especializada. O ideal é tentar realizar as mesmas atividades que os outros colegas fazem e, apenas quando não for possível ou produtivo para o pequeno, adaptar de forma simples, sempre estimulando as características e pontos fortes que aquele aluno tem – e todos têm! Deixo aqui algumas dicas que podem ajudar pais e professores a melhorar a rotina das crianças e adolescentes com autismo na escola:
Nós sabemos que cuidar, organizar e ensinar uma sala cheia de crianças não é uma tarefa nada fácil! Os professores precisam administrar o tempo e atenção entre vários alunos e se torna inviável dedicar-se inteiramente aos pequenos com TEA. Dependo do grau do autismo, a criança precisa de mais ajuda para realizar cada tarefa pedagógica ou interação social. Por isso, reforçamos tanto a importância do pequeno ter um Acompanhante Terapêutico, ou como geralmente chamamos, um AT, na escola.
Esse profissional ajuda a garantir que o aluno tenha todos os recursos e suporte necessário para realizar o que é proposto pelos educadores. Ele tem como função auxiliar a criança em suas dificuldades particulares, respeitando o que ela precisa para aquele momento. O AT é como se fosse uma sombra do pequeno, realizando mediações para diminuir eventuais obstáculos de aprendizagem e interação, mas nunca interferindo ou fazendo por ele. E, quando não há necessidade de suporte, o Acompanhante se afasta para que a criança participe da aula habitualmente.
Os Acompanhantes Terapêuticos não são professores particulares! Eles apenas auxiliam no que é proposto pela professora, que deve ser sempre a principal referência e foco de atenção da criança. Um profissional não substitui o outro, eles trabalham cooperativamente para oferecer a melhor experiência e proveito do pequeno. As escolas devem disponibilizar o acompanhante para todas as crianças com autismo, além de ser muito importante, é também um direito, previsto legalmente. Então, converse com os responsáveis do colégio do seu filho sobre essa possibilidade, certamente fará toda a diferença no desenvolvimento dele.
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