Publicado em 12/04/2019, às 15h11 - Atualizado às 15h16 por Ana Guedes
>> Não fale na frente das crianças!
>>
>>
>> Tudo não. Mas hoje, quase tudo sim.
>>
>> As crianças desde sempre sabem de tudo. Inclusive daquilo que nós acreditamos inapropriado.
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>> Apenas não falam conosco sobre isso.
>>
>> Ou você aí me lendo não lembra do tanto que sabia? Do tanto que via nas revistas escondidas do seu irmão mais velho?
>>
>> Ou de uma conversa interessante e aquele esforço pra escutar?
>>
>> Lembra.
>>
>> Hoje não precisamos nos esforçar para saber nada.
>>
>> Seu amigo não lhe avisa do novo problema da esquina pelo WhatsApp? Você não vê a foto do acidente no mesmo minuto no facebook ?
>>
>>
>> Seu filho também.
>>
>>
>> E pra ele aparece até os fantasmasem que você e eu não queremos pensar.
>>
>> Como o suicídio.
>>
>> Que ano passado era uma baleia azul e, este ano, uma boneca fria e feia dando vida às angústias de adultos e crianças na internet.
>>
>> Sim, a momo.
>>
>> A momo, como as crianças, sabe mais do que nós e aparece por tudo,
>> inclusive no Youtubekids, ensinando meninos e meninas de todas as idades a desafiarem seus maiores medos e suas próprias vidas.
>>
>> E mesmo no grupo de whatsapp!
>>
>> Pode?
>>
>> Pode. Ao contrário da cartilha, na vida tudo pode.
>>
>>
>> Logo, a palavra conectada com a empatia e longe do certo e errado se faz mais do que necessária.
>>
>>
>> O fato é que precisamos parar de mentir pra dizer a verdade.
>>
>> Crianças mentem, pois aprendem ou precisam.
>>
>> Adultos, porque acreditam que precisam.
>>
>> Podemos, sim, falar sobre qualquer assunto com nossos filhos.
>>
>> Desde que seja da altura que eles medem, que dobremos os joelhos pra aprender o vocabulário deles.
>>
>> Logo, que tenhamos tempo.
>>
>> Tempo para a verdade.
>>
>> E carinho com o tempo.
>>
>> Que passa.
>>
>>
>> Não adianta encaminhar o vídeo sobre o alerta disso ou aquilo no grupo de família.
>>
>> É preciso encarar nossas momos, nossos medos, nossa pressa e perder tempo com a vida.
>>
>> Pois ela acaba sem aviso prévio, e sem ou com a momo.
>>
>>
>> Nós precisamos parar para que eles parem.
>>
>> Descer pro parquinho para que desçam.
>>
>> Largar o celular para que larguem.
>>
>> E conversar para que conversem.
>>
>>
>> Sim. Você pode falar sobre o que é suicídio com seu filho de seis anos até e como sabe, que ele compreende.
>>
>> Ou mesmo sobre sexo, sobre gêneros, sobre o que for necessário.
>>
>> O que não pode é não falar. Nem falar demais.
>>
>> Cada idade, uma demanda. Uma pergunta, uma resposta.
>>
>>
>> Como saber? Como fazer?
>>
>> Estando junto.
>>
>> Presente no momento. Brincando.
>>
>> Realmente prestando atenção, dando carinho e colo às angústias e falando que também são suas. Mas que estamos aqui. Estamos juntos. Pra tudo.
>>
>> Mas primeiro, a gente tem que se encontrar e perguntar:
>> onde eu estava antes da momo chegar?
>>
>> E pro resto da vida saber que se encontrar é fundamental para poder encontrar o outro. Acolher, escutar, dar colo, mão.
>>
>> Mas antes de tudo, precisamos de nós. Os pais, tios, avós, devem saber:
>> onde estamos?
>>
>>
>> Ana Guedes
>> Psicologia Clínica e Hospitalar
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