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Uma oportunidade perdida de avançar na prevenção do HPV

A vacinação contra o HPV é fundamental - Shutterstock
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Publicado em 03/10/2023, às 14h35 por Com a Palavra


Texto por Renato Kfouri, médico pediatra infectologista, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, e Marina Helou, deputada estadual por São Paulo em seu segundo mandato pela Rede Sustentabilidade. Tem como pautas prioritárias a infância, meio ambiente e desenvolvimento sustentável, segurança pública e direitos humanos, além da vida segura de mulheres e meninas.

Vacina
A vacinação contra o HPV é fundamental (Foto: Shutterstock)

O câncer de colo de útero é atualmente a principal causa de morte entre as mulheres na América Latina e no Caribe. No Brasil, são diagnosticados cerca de 17 mil casos de câncer de colo por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e estima-se que cerca de 5 mil mulheres morram vítimas desta doença todo ano no país.

O HPV – Papiloma Vírus Humano é a infecção viral mais comum do trato reprodutivo no mundo e estudos comprovam que 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas em algum momento de suas vidas. A vacina do HPV é a única capaz de proteger contra diferentes tipos de câncer – de ânus, vulva, vagina, pênis, orofaringe, além do de colo de útero.

A vacina é disponibilizada gratuitamente em todo o Brasil para meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade, porém, infelizmente, nossas coberturas vacinais no país e no estado de São Paulo estão muito aquém das metas preconizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Países que alcançaram melhores coberturas vacinais na adolescência (Canadá, Austrália, Reino Unido, entre outros) foram aqueles que incluíram as escolas no processo de imunização.

Jovens frequentam pouco as unidades de saúde e levar a vacina até onde eles estão tem sido a melhor estratégia para a imunização. O veto ao projeto de lei que institui a Política Estadual de Proteção e Combate a esta doença (PL nº 134/2022) pelo governador Tarcísio de Freitas, implica uma perda de oportunidade de aumentar os índices de cobertura vacinal entre nossos adolescentes.

Imunização: vacinas
Vacine seu filho contra o HPV (Foto: Shutterstock)

Na prática, essa política estadual, inteiramente dedicada à conscientização, imunização, diagnóstico e tratamento do vírus, levaria a vacinação para dentro do ambiente escolar e teria o potencial de ajudar a evitar que meninas e mulheres do nosso estado morram por uma doença passível de prevenção.

Na justificativa do veto, o governador alega que a Secretaria da Saúde considerou dispensável a aprovação do projeto tendo em vista a existência de políticas públicas vigentes e já em execução sobre o assunto. Entre outros pontos, ele argumenta que a vacina contra o HPV está inserida no Calendário Nacional de Vacinação e que a Coordenadoria de Controle de Doenças já promove campanhas de esclarecimento.

Porém, sabemos que as coberturas vacinais do HPV estão abaixo do necessário para prevenir a doença. Apenas uma em cada três vacinas contra o HPV foi aplicada no estado de São Paulo. De acordo com os dados do DataSUS, em 2023, a Secretaria de Estado da Saúde a despeito de ter recebido do Ministério da Saúde 1,06 milhão de doses, aplicou somente 315.703 doses, até maio. Com maior conhecimento dos benefícios da vacina por parte da população, especialmente dos mais jovens, seria possível aumentar expressivamente a cobertura vacinal.

É importante que a população saiba que, de acordo com a OMS, o câncer de colo do útero pode ser eliminado e isso é feito principalmente por meio da vacinação. Em países como Suécia, Dinamarca, Finlândia, Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália, que já adotaram a imunização como política de saúde pública, foi observada uma queda significativa de infecções por HPV e de lesões no colo do útero em um período de dez anos.

Vacinas
É necessário haver políticas públicas que estimulem a vacinação contra o HPV (Foto: Shutterstock)

Estabelecer uma política pública ampla e integrada para incentivar a conscientização sobre o HPV e a ampliação da vacinação é fundamental para complementar as ações já promovidas pelo governo de São Paulo, permitindo que o nosso estado avance, efetivamente, no sentido de reduzir a propagação do vírus.


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