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Mãe conta a experiência de ter um filho autista: “Meu filho pode ser o que ele quiser”

Amanda é mãe de Arthur (Foto: Reprodução / Instagram
Amanda é mãe de Arthur (Foto: Reprodução / Instagram

Publicado em 29/06/2019, às 07h33 - Atualizado às 08h33 por Com a Palavra


Amanda é mãe de Arthur (Foto: Reprodução / Instagram @mamaequeviaja)

Há 1 ano o meu mundo caiu, de novo. A primeira vez que isso aconteceu foi quando meu filho nasceu prematuramente. Arthur chegou ao mundo com 32 semanas, pesando 1.490 kg e medindo 40 cm. A primeira vez que o vi na incubadora neonatal, cheio de fios, chorei e o medo dele morrer me consumiu.

Quando fomos para casa, ele pesava 1.800 kg e só com a amamentação materna engordava quase 1 quilo por mês. Ele foi crescendo e cumprindo os marcos esperados para um bebê prematuro. Aos 8 meses ele teve a primeira convulsão febril. Depois, teve outras, que somadas, totalizavam 6 aos 18 meses de vida. Foi quando resolvemos consultar com outra neurologista.

Durante a visita, a médica não conseguiu fazer contato visual com o Arthur, e começou a fazer algumas perguntas: “Ele fala? Aponta? Mostra a barriga? Imita? Atende quando você o chama? Manda beijo? Dá tchau?”. Não, não e não. Minhas respostas eram todas “não”. E ouvi, pela primeira vez, em março de 2018, o termo TEA – Transtorno do Espectro Autista.

Começamos a investigação fazendo exames e eu comecei a estudar sobre o assunto. Eu só pensava nisso e chorava. Era muito difícil ver uma criança da mesma idade que falava tudo e o meu filho não. Eu ficava comparando e isso me entristecia, eu questionava “por que comigo?”. Eu não queria um filho diferente e imaginava ele maior, sofrendo preconceito.

Arthur foi diagnosticado com TEA (Foto: Reprodução / Instagram @mamaequeviaja)

Enquanto eu vivia uma espécie de luto, passando pela negação e aceitação, virei a louca da terapia e cheguei a marcar 13 seções em uma semana para um bebê de 20 meses. Acabei largando o trabalho para focar no tratamento do Arthur. Era muito difícil falar que tinha um filho com autismo. Hoje, com o tempo e as terapias, consigo falar sobre o assunto e só comparo o Arthur com ele mesmo: o que ele era e o quanto evoluiu. Empodero o meu filho a ser o que ele quiser, do jeito e com as habilidades dele. Vejo um futuro brilhante pra o meu menino.

Quero ajudar outras mães a passarem por todo esse processo e incentivar famílias a buscarem a intervenção precoce. Falar sobre o autismo virou meu novo trabalho e missão de vida. Junto com a psicóloga Maria Luiza Jordão, criei a Incluir Treinamentos, uma empresa que tem como objetivo treinar e capacitar pessoas em empresas para a inclusão de autistas.

Apesar de ter virado lei em SP ter o adesivo do autismo nas placas de atendimento prioritário, isso ainda não está sendo cumprido. E não podemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem de reconhecer as suas habilidades. Incluir é um ato de amor. O conhecimento partilhado em igualdade de condições precisa ser a motivação da nossa vida.

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