Publicado em 01/08/2022, às 05h50 - Atualizado às 08h34 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo
Nesta segunda-feira, 01 de agosto, se inicia a Semana Mundial do Aleitamento Materno de 2022. Com o tema “Fortalecer a amamentação: educando e apoiando”, a campanha é uma maneira de incentivar a amamentação e reforçar esse ato que faz toda a diferença para o desenvolvimento de um filho.
Amamentar vai além de apenas dar o leite e alimentar o bebê. É uma maneira de criar vínculo com seu filho, um ato de amor, proteção e carinho, que faz toda diferença no desenvolvimento da criança ao longo da vida. E nós acreditamos que a experiência de aleitamento precisa ser boa para a mãe e para o filho.
Não importa o jeito, desde que seja o seu. E quase nenhuma mãe sabe como amamentar logo de cara. Tudo vai depender do seu filho, da produção de leite do seu organismo e de como você se adapta a essa rotina. A questão é que a falta de informação, muitas vezes, causa receio e insegurança nas mães. Por isso, separamos (e respondemos) as dúvidas mais comuns para você conseguir amamentar da melhor forma.
Sim. Geralmente se diz que amamentação é natural, mas na verdade é algo que se aprende, tanto a mãe quanto o bebê. Para diminuir o nervosismo, o importante é manter essa ideia de que isso é novo para os dois. Muitas vezes, as coisas engrenam facilmente e a mulher tem zero problema.
No início, é bom deixar o bebê estabelecer os seus próprios horários e então a mãe oferece o leite quando ele quiser, é a chamada livre demanda. Normalmente nas primeiras semanas de vida os horários costumam ser bem irregulares, podendo variar desde a cada hora, até quatro horas de intervalo. Aos poucos, a própria criança vai estabelecendo horários mais fixos, aproximadamente a cada 3 horas, o que acontece geralmente a partir do primeiro mês de vida. Caso o seu filho mantenha horários irregulares após o terceiro mês, consulte o pediatra em busca de orientação. Juntos, vocês poderão entender o que está causando essa inconstância e ajustá-la. Afinal, a falta de rotina pode ser cansativa para a mãe. Se o seu filho não acordar para mamar à noite e estiver ganhando peso, você não precisa acordá-lo.
Muito! Para se ter ideia, a amamentação traz benefícios imunológicos principalmente quando se trata do colostro, aquele leite inicial que parece um soro. Ele tem anticorpos, é nutritivo e possui uma gordura que engorda o bebê. Amamentar também ajuda a desenvolver a fala e a deglutição, já que para mamar, o bebê precisa ter força nos músculos da boca para segurar e sugar o seio, e ter coordenação para engolir e respirar.
Aquela velha história de que amamentar emagrece não é conversa fiada. Durante esse período dos primeiros meses do bebê, a mulher tem maior perda de energia e muito mais trabalho. Por isso, seu corpo fica mais ativo e você acaba perdendo peso com facilidade. Mas é bom prestar atenção: na segunda gestação o metabolismo já está mais lento e o emagrecimento não é tão intenso.
Essa é uma das maiores dificuldades, principalmente para as mães de primeira viagem, que podem sentir dores até conseguirem encontrar a posição certa. A pega correta tem que ser sempre na aréola, não pode ser no bico. A parte de cima da aréola tem que ficar mais visível do que a de baixo, os lábios do bebê devem estar em formato de peixinho e, quando ele suga, o seio vai para dentro da boca dele. Para saber se está tudo certo, é simples: você não vai ter dor e vai sentir a sensação de esvaziamento do peito. Além disso, se seu bebê estiver fazendo xixi em grande quantidade e cocô regularmente, quer dizer que tudo está fluindo bem.
A mãe libera a ocitocina, que é o hormônio do amor. Então um bebê que mama tem percepção maior do ‘outro’, mesmo que seja a longo prazo. O contato de pele libera hormônios como o da tireoide, que regula a temperatura corporal e a frequência cardíaca, e o cortisol, que amadurece o pâncreas e equilibra a questão emocional.
Não existe uma fórmula secreta ou uma regra geral. Cada mãe vai fazer o desmame do seu próprio jeito. E o mais importante é que ela queira parar de amamentar de verdade: “Não basta dizer que precisa parar. Se estiver insegura, ela transmite isso para o bebê. É muito mais fácil quando a mãe tem certeza e firmeza”, explica Betty Monteiro, mãe de Gabriela, Samuel, Tarsila e Francisco, psicóloga, pedagoga e escritora. O psicológico da mulher conta muito nessas horas e isso vale também para a volta ao trabalho. Algumas costumam amamentar mesmo após o fim da licença-maternidade e não tem problema nenhum nisso. “A importância da amamentação não é só nutritiva, é a questão emocional”, afirma Betty. Pensando nisso, só vale a pena continuar se não for um bicho de sete cabeças pra você. “Tem que ser uma hora sagrada, a mulher tem que estar relaxada, inteira para aquele bebê. Se ela está esgotada ou não está disposta, não faz bem para a criança”, diz Betty. Ou seja, você precisa conhecer os seus limites.
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Desde que você esteja se sentindo bem o suficiente pra isso, não tem nenhum problema. Porém, nos casos de gripe, é bom ter alguns cuidados. Precauções como o uso de uma máscara cirúrgica durante a fase secretiva da doença, isto é, enquanto você estiver com tosse e coriza, e o uso frequente de álcool gel nas mãos antes e depois de amamentar são medidas que podem diminuir a chance da passagem do vírus para o bebê.
Não, isso é mito. O mamilo possui os tubérculos de Montgomery que soltam uma gordura imperceptível que prepara o peito para a amamentação. Ou seja, quanto menos a mulher fizer, melhor: lavar o seio com sabão e passar cremes, por exemplo, são atitudes que interferem nessa produção natural. Deixe que seu corpo cuida de tudo!
Sim, você pode amamentar com prótese de silicone. A prótese é colocada atrás do músculo, então não atrapalha. No passado, algumas cirurgias trocavam o mamilo de lugar, o que dificultava o processo do aleitamento, mas hoje o silicone é colocado, na maioria das vezes, atrás da glândula mamária e não impede em nada a amamentação. Porém, caso a prótese seja colocada pelas aréolas, os ductos mamários (canais que levam o leite até o mamilo) podem ser atingidos. Isso não afeta a produção de leite, mas, sim a passagem e o caminho dele das glândulas para o mamilo. Nesse caso, a amamentação fica um pouco mais difícil.
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