Publicado em 24/04/2019, às 16h01 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h23 por Isabella Zacharias, Filha de Aldenisa e Carlos
Uma das maneiras mais fáceis de entrar em uma discussão atualmente é falar sobre vacinação. O que faz alguns pais terem dúvidas na hora de vacinar os filhos?
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Emory, publicado na revista Nature Human Behavior, descobriu que a razão depende de muitos valores que esses pais consideram.
Valores são o segredo
O estudo baseou-se na já estabelecida “teoria das fundações morais”, que explica as diferenças na forma de tomar decisões em cinco valores: cuidado, justiça, liberdade, autoridade e pureza.
“Assim como, por exemplo, nossas papilas gustativas são acionadas por estímulos diferentes e os sabores podem ser diferentes para cada um, algumas pessoas dão valores para coisas diferentes”, diz Saad B. Omer, PhD em saúde e pediatria da Universidade de Emory.
Usando testes para fundações morais e vacinação, os pesquisadores questionaram os participantes do estudo. “O que descobrimos foi que, naqueles que eram altamente hesitantes, havia uma associação com pureza e liberdade e uma associação negativa com autoridade”, ele diz.
Mensagens tradicionais que os médicos usam para tentar convencer os pais a vacinar baseiam-se geralmente em valores de cuidado e justiça: vacinas protegem as crianças de danos e, consequentemente, outras pessoas estarão protegidas se forem vacinadas.
Porém, essas mensagens não atingem aqueles que seguem outros valores. Não querer que os médicos, escolas ou qualquer outra autoridade diga o que fazer com os filhos é uma mensagem que funciona com pais que valorizam a liberdade.
Isso não significa que os pais que escolhem não vacinar os filhos não se importam em protegê-los. Significa que o “cuidado” não é um valor que os separa dos pais que vacinam.
Novas mensagens para direcionar a vacinação
O que os profissionais da área da saúde devem ter em mente é que a vacinação se encaixa nos valores dos pais que hesitam em vacinar. “Basta dizer, por exemplo, que vacinar o bebê está de acordo com os direitos de protegê-lo”, diz o Dr. Omer.
“Da mesma forma, tente enfatizar que as vacinas são baseadas em um fenômeno fisiológico natural para alavancarem o próprio sistema imunológico. Você também pode dizer que as doenças atacam a pureza do corpo”, ele argumenta.
Parece estratégia de marketing, mas esses argumentos podem ter consequências para crianças que ficam doentes ou até mesmo doenças que podem ser erradicadas.
“As vacinas são uma das fontes mais eficazes para proteger contra doenças”, diz o Dr. Omer. “É um consenso entre especialistas em saúde pública e biomédicos”.
Porém, o Dr. Omer admitiu que esse estudo foi apenas o primeiro passo para explorar o fenômeno de como os valores se relacionam com a vacinação. “O que nós faremos é desenvolver mensagens alinhadas com esses valores e depois testaremos”, ele concluiu.
A Pais&Filhos defende que a vacinação é a melhor forma de proteger a saúde do seu filho e de outras crianças. Então, vacine sempre!
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