Publicado em 19/03/2021, às 10h55 - Atualizado em 24/03/2021, às 08h32 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
A toxoplasmose, doença causada pelo parasita Toxoplasma gondii, costuma não ter sintomas em 90% dos casos. Apesar de não ser uma doença grave para a mãe, pode causar diversos riscos à saúde do bebê. Podendo passar até mesmo despercebida na gravidez, é superimportante fazer exames durante o pré-natal para identificar o problema o quanto antes ele caso aconteça.
Quando a infecção acontece no terceiro trimestre da gravidez, os impactos causados pelo parasita podem atravessar a placenta. Mas, é justamente no primeiro trimestre que complicações mais graves da toxoplasmose afetam o bebê, pois ele está em fase de desenvolvimento. Para esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, conversamos com o Dr. Igor Padovesi, ginecologista e obstetra, colunista da Pais&Filhos, pai de Beatriz e Guilherme.
A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada por um parasita, chamado de Toxoplasma gondii. Apesar do problema poder acontecer em qualquer idade, é mais comum o contato enquanto criança. “Por vezes, é confundida com viroses na infância, devido aos sintomas gerais”, explica o obstetra. Mas, é durante a gravidez que ocorre uma importância ainda maior em ficar de olho no problema.
“É mais perigoso na gravidez porque é uma doença que pode passar a placenta e contaminar o bebê, levando a malformação fetal”, alerta. Bruna Oliveira, jornalista, escritora, criadora de conteúdo digital no @brunamamaesincera e mãe de Maya e Benjamin, contraiu toxoplasmose com 18 semanas na segunda gestação. Junto com toda a preocupação, ela também desabafou sobre a culpa materna durante este momento tão difícil.
“Essa culpa que nos acompanha começa mesmo antes do bebê nascer. Então, eu me perguntava, ‘como eu me descuidei a ponto de causar possíveis doenças no meu filho?'”, lembra. “Fiquei realmente muito angustiada e amedrontada, mas meu médico me acalmou e demos início ao tratamento”.
A jornalista, assim como a maior parte das grávidas, não apresentou nenhum sintoma para a doença. “Meu obstetra pedia exames de toxoplasmose todos os meses. Eu sei que não é uma prática comum, pois geralmente os médicos fazem a solicitação entre duas, ou três vezes durante a gravidez”, explica. “Felizmente, ele teve esse cuidado e por causa disso, a doença foi identificada rapidamente e conseguimos tratar”.
Mas, apesar de não ser comum, é possível notar sintomas de toxoplasmose na gravidez como: febre baixa, mal-estar, ínguas inflamadas, geralmente no pescoço e dor de cabeça. Assim que doença é identificada, o tratamento deve ter início o quanto antes. Mas, vale lembrar que mesmo sem a presença dos sintomas, a grávida deve fazer exames ainda no primeiroe terceiro trimestre para verificar se há contaminação ou contato com o parasita.
Igor Padovesi explica que a contaminação por Toxoplasma acontece, principalmente, pela ingestão de carnes cruas ou mal cozidas, além de frutas e vegetais que tiveram contato com a terra e podem ser contaminados e água não filtrada. Mas, é possível também que haja a contaminação a partir dos gatos: “O Toxoplasma é um parasita que completa o ciclo de vida nos felinos. Por isso, o parasita fica presente nas fezes dos animais”.
No caso de Bruna, mesmo sem comer carne vermelha por mais de 20 anos, não ter gatos e evitar comer verduras fora de casa, ela contraiu toxoplasmose. “Isso provavelmente aconteceu por causa de verduras e frutas mal lavadas. Portanto, é superimportante reforçar que devemos higienizar os produtos sempre de maneira adequada antes do consumo”.
Apesar da doença não ser grave para a mãe, o obstetra explica que pode causar vários riscos ao bebê. “Pode causar problemas relacionados a visão e também à parte neurológica”, alerta. Além disso, pode ocorrer também: parto prematuro, malformações do feto, aborto espontâneo, baixo peso ao nascer e também morte logo após o parto.
O médico comenta ainda que a criança pode também nascer sem nenhum sintoma, mas diagnosticar os impactos da doença conforme o tempo. Os riscos da toxoplasmose congênita são: alterações no tamanho da cabeça do bebê, anemia, inflamação do coração, convulsões, retardo mental, surdez, pneumonia, aumento do fígado, icterícia intensa (pele e olhos amarelados), estrabismo e inflamação dos olhos.
Apesar de haver um risco maior na contaminação durante o terceiro trimestre e também no periparto, período que vai do último mês de gestação aos cinco meses após o parto, o impacto pode ser maior no primeiro trimestre. Isso acontece devido o desenvolvimento do bebê, podendo causar lesões graves e sequelas.
Como a contaminação ocorre por via oral, a grávida deve evitar o consumo de carnes cruas ou mal passadas, comer sempre frutas, verduras e vegetais bem lavados (se possível, use produtos do tipo Hidrosteril pra lavar as folhas) e evitar também o contato com fezes de gato. Além disso, mantenha os reservatórios de água bem fechados e, caso não seja tratada, ferva antes de beber; lave bem as mãos e unhas se mexer com terra (grávidas podem usar luvas para a atividade); descarte corretamente o lixo doméstico; renove a caixa de areia dos gatos a cada três dias e coloque no sol sempre que possível;.
O tipo de parto em si não causa nenhum risco quando relacionado a toxoplasmose, pois a doença pode ser transmitida para o bebê via placenta durante a gravidez. Por isso, é superimportante manter o pré-natal em dia e sempre estar alinhada com o seu médico obstetra no caso de qualquer suspeita.
Para tratar a toxoplasmose, o médico obstetra indica o uso de antibiótico, tentando assim reduzir os riscos de transmissão ao bebê. O tempo de tratamento pode depender do estágio da gravidez e sistema imunológico da mãe, devendo sempre ser conversado com o especialista. “Caso o bebê apresente algum tipo de sequela, os cuidados podem ser feitos apenas após o nascimento”.
Felizmente, o filho da jornalista, Benjamin, de apenas dez meses, não teve nenhum problema de saúde por causa da toxoplasmose. “Hoje eu olho para o meu filho e vejo o milagre que ele é”. Apesar de toda a situação que causava medo e angústia, Bruna tirou uma lição da situação: “Me possibilitou falar e alertar sobre toxoplasmose para outras mulheres”.
Fonte: Dr Igor Padovesi, Ginecologista e Obstetra da USP e do Hosp. Albert Einstein, colunista e embaixador da Pais&Filhos, e pai de Beatriz e Guilherme. www.igorpadovesi.com.br
Notícias
Heloísa Périssé termina casamento após fala sobre frequência na cama que gerou polêmica
Notícias
Ciclone extratropical poderá atingir regiões do Brasil nesta semana
Notícias
João Guilherme dá presente inusitado para filhas de Virginia Fonseca
Notícias
Princesa Charlotte pode perder o título de princesa após situação com Rei Charles
Notícias
Anitta posta foto com barriga de grávida e pega fãs de surpresa: "Era pra manter segredo"
Notícias
Perlla desabafa após marido pedir separação depois de deixar a prisão: "Saindo com a mão vazia"
Notícias
Filho de Maguila critica parentes em discurso do velório: "A gente vê quem é quem"
Família
Rodrigo Faro paga colégio com mensalidade de R$4 mil para filhas e justifica: “Ensinar humildade”