Publicado em 28/07/2020, às 14h45 - Atualizado às 14h49 por Redação Pais&Filhos
Muita coisa mudou depois da pandemia do novo coronavírus. Aumentaram os nossos cuidados com a higiene, a demanda por aplicativos de vídeo chamada cresceu, muitas empresas aderiram ao home office… Até a forma como vamos ao médico agora é outra.
Desde abril, podemos fazer consultas com especialistas, usando apenas o celular e sem precisar sair de casa. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro liberou temporariamente o uso da telemedicina no Brasil. Ou seja, enquanto durar a crise causada pela COVID-19, atendimentos médicos simples podem ser feitos à distância, sem que os pacientes precisem se deslocar até as clínicas ou hospitais.
A novidade é que esse tipo de atendimento à distância também pode ser usado para as consultas do pré-natal. A seguir, explicamos como a telemedicina funciona na prática nesse caso e esclarecemos as principais dúvidas sobre o assunto:
A telemedicinaé o atendimento médico feito à distância, com a ajuda de ferramentas e tecnologias digitais. Ela pode ajudar em diferentes situações, como consultas, monitoramentos e leituras de exames.
Em alguns casos, esse atendimento acontece por meio de ferramentas que já usamos no nosso dia a dia. As consultas à distância, por exemplo, podem ser feitas por aplicativos de mensagens ou de chamada de vídeo. É só você se conectar com o seu médico usando o computador ou o celular.
As principais organizações de saúde do mundo concordam que não dá para fazer um pré-natal 100% à distância. A tecnologia pode ajudar, mas não tem jeito: mesmo em caso de gestações de baixo risco, alguns exames e consultas presenciais precisam ser mantidos.
Na prática, o que pode funcionar é um pré-natal “misto”, que intercala encontros presenciais e virtuais. Assim, a tecnologia pode ajudar em momentos específicos, como para tirar dúvidas e conferir o resultado de exames, por exemplo. Para outras avaliações mais complexas, ainda não há nada que substitua exames físicos e uma conversa cara a cara.
“A gente só vai poder usar a telemedicina para conferir um exame, para checar o movimento fetal… Mas em algumas consultas, em obstetrícia, não tem como a gente fazer pela telemedicina somente”, diz a ginecologista Roseli Nomura, em um webinar promovido pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
No Brasil, ainda não existem protocolos específicos sobre como deve funcionar o pré-natal à distância. Por isso, cada caso precisa ser avaliado individualmente. Só você e seu obstetra podem dizer e decidir juntos como essa dinâmica vai funcionar. O importante é fazer todos os exames essenciais e garantir que tudo vai bem com você e com o bebê – sem deixar de lado as consultas presenciais, quando elas forem necessárias, é claro.
E nunca é demais lembrar: por enquanto, os atendimentos à distância no pré-natal devem ser feitos apenas em situações pontuais. “Qualquer situação de emergência que implique riscos à paciente não é para ser tratada no âmbito da telemedicina”, explica o ginecologista César Eduardo Fernandes, em um posicionamento divulgado pela FEBRASGO. Em situações mais complicadas, a recomendação é sempre agendar uma consulta ou procurar o serviço de emergência.
Apesar das mudanças trazidas pela pandemia do novo coronavírus, as recomendações sobre o pré-natal continuam as mesmas: ele deve ser mantido e feito normalmente. É isso o que diz o Ministério da Saúde e as principais organizações de saúde do mundo.
Independente das circunstâncias, os exames e as consultas de rotina na gravidez não podem deixar de ser realizados. São eles que garantem que tudo vai bem com a mãe e com bebê. Acontece que, agora com a pandemia, o pré-natal também precisou ser repensado.
Por conta dos protocolos de isolamento, pode ser que seu obstetra decida diminuir o número de consultas presenciais e flexibilizar a agenda de exames. Nesses casos, a tecnologia também pode dar uma forcinha nesse processo. Algumas consultas presenciais agora podem ser alternadas com encontros 100% virtuais, usando aplicativos de mensagens ou de chamadas de vídeo.
“Manter 6 consultas [presenciais durante o pré-natal] eu acho que é o mínimo. Mas elas podem ser intercaladas com outras coisas, como tirar dúvidas no WhatsApp”, explica o obstetra Olímpio Barbosa, no webinar da FEBRASGO.
Quando as consultas presenciais acontecerem, a recomendação é de que, se possível, a mulher vá desacompanhada. Tanto ela quanto o médico devem usar máscaras e higienizar as mãos com álcool em gel sempre que possível.
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