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Aborto espontâneo: o que você precisa saber para prevenir a perda

Você pode fazer algumas coisas para evitar o aborto espontâneo - Shutterstock
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Publicado em 09/02/2021, às 13h24 - Atualizado em 08/05/2023, às 13h49 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


De acordo com o March of Dimes, uma organização sem fins lucrativos que visa melhorar a saúde de mães e bebês nos Estados Unidos, 10 a 15 por cento das gestações terminam em um aborto espontâneo. As mulheres que passam por essa experiência trágica muitas vezes se culpam por não terem conseguido manter a gestação. Mas verdade é que a maioria dos abortos espontâneos prematuros é causado por anormalidades genéticas que estão muito além do controle da mãe.

Você pode fazer algumas coisas para evitar o aborto espontâneo (Foto: Shutterstock)

“Quando os cromossomos do óvulo e os do espermatozoide se fundem para formar um embrião, eles geralmente se emparelham corretamente”, diz Henry Lerner, M.D., um obstetra do Hospital Newton-Wellesley em Newton, Massachusetts, EUA. “Mas às vezes eles ficam embaralhados. Se eles forem pareados incorretamente, o embrião para de se desenvolver”. Isso não significa que haja algo errado com a mãe ou o pai, a gravidez simplesmente termina porque não é viável.

Na maioria dos casos, não há nada que você possa fazer para causar um aborto espontâneo e nada que você possa fazer para evitá-lo, diz Siobhan Dolan, MD, consultora médica do March of Dimes e médica assistente da Divisão de Genética Reprodutiva da Montefiore Medical Center, University Hospital for Einstein, na cidade de Nova York. “É uma condição muito desafiadora. Adoraríamos ter um tratamento que possamos oferecer, mas existem pouquíssimas intervenções eficazes”, apontou.

Dito isso, um estilo de vida saudável antes e durante a gravidez pode ajudar, diz Erika Nichelson, uma obstetra certificada no Family Childbirth and Children’s Center no Mercy Medical Center em Baltimore, EUA. Aqui estão algumas recomendações para evitar o aborto espontâneo durante a gravidez:

Prepare-se para uma possível gravidez

“Até metade das gestações não são planejadas, o que significa que as mulheres muitas vezes não estão preparadas para a gravidez quando ela ocorre”, disse Stephanie Zobel, M.D., obstetra-ginecologista do Hospital Winnie Palmer. “A maioria das mulheres não percebe que está grávida até algumas semanas após a menstruação. Nessa época, a medula espinhal fetal já foi formada e o coração está batendo. Se preparar para a gravidez, modificando a dieta e a rotina de exercícios, limitando o estresse, otimizando distúrbios médicos crônicos e começando a tomar vitaminas pré-natais é ideal para todas as gestações”, aponta ela.

E os benefícios de fazer isso são muitos! De acordo com o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, tomar 400 mg de ácido fólico por dia pode prevenir os principais defeitos congênitos que podem causar um aborto.

Agende uma visita de pré-concepção

Se você ainda não está grávida, agende uma consulta pré-concepção com seu ginecologista. Ele revisará seu histórico médico, perguntará sobre seu estilo de vida e pedirá uma bateria de exames (se for o caso). Além disso, ele te indicará vacinas importantes que não podem deixar de ser tomadas antes da gravidez, já que algumas vacinas não podem ser tomadas durante a gestação.

Prepare-se para a gravidez (Foto: Getty Images)

Tenha uma dieta bem equilibrada

Você pode já estar tomando uma vitamina pré-natal, mas não pense nisso como uma solução mágica. Uma dieta bem equilibrada e saudável é a melhor maneira de obter as vitaminas e nutrientes de que seu corpo precisa para nutrir o bebê, diz o Dr. Nichelson. Além disso, estudos descobriram que comer uma variedade de frutas frescas e vegetais todos os dias pode reduzir significativamente as chances de aborto espontâneo.

Exercite-se com moderação

Você pode – e deve – continuar se exercitando quando estiver grávida, mas esse momento certamente não é ideal para começar a treinar para correr uma maratona, por exemplo. Pesquisas indicam que sete horas ou mais de exercícios de alto impacto por semana durante a gestação pode aumentar o risco de aborto. Esportes de contato também estão fora de questão por enquanto, pois podem causar lesões ou quedas, o que pode prejudicar a gravidez.

Regule a cafeína

Alguns médicos sugerem que as futuras mães restrinjam a ingestão de cafeína a não mais do que 200 miligramas por dia, ou cerca de duas xícaras de 180 ml de café, chá ou outras bebidas com cafeína. Mas, por segurança, pergunte ao seu médico o que ele recomenda.

Evite drogas, cigarros e álcool

A Dr. Zobel sugere que as mulheres que estão tentando engravidar limitem ou eliminem o álcool da dieta. Ela diz que quem fuma ou usa drogas lícitas também é aconselhado a parar. Essas substâncias podem estar associadas a um maior risco de aborto espontâneo.

Controle o estresse

Além de melhorar o humor de um modo geral, ficar relaxada também pode ajudar na saúde da gravidez. Em um estudo, mulheres que disseram se sentir felizes, relaxadas e no controle tinham 60% menos probabilidade de abortar. Lembre-se, porém, de que a tensão ou ansiedade cotidiana não está ligada ao aborto espontâneo, diz Jonathan Schaffir, M.D., professor assistente de obstetrícia e ginecologia na Ohio State University College of Medicine. O problema ocorre com grandes tensões, como divórcio ou perda de algum ente querido.

Controle a diabetes e outras doenças crônicas

De acordo com o Dr. Nichelson, o nível elevado de açúcar no sangue pode levar à má-formação fetal e à perda subsequente, portanto, as mulheres com diabetes devem controlar a condição. O melhor plano de ação é consultar um médico antes de engravidar para otimizar a saúde. “Distúrbios médicos crônicos, incluindo diabetes, hipotireoidismo, hipertensão e doenças autoimunes, precisam ser tratados e bem controlados antes da gravidez”, disse o Dr. Zobel. “Estabelecer cuidados com um médico no início da gestação é a chave para uma gravidez bem-sucedida em mulheres com condições médicas crônicas”.

Avalie seus medicamentos

Se você estiver tomando algum remédio (mesmo um de venda livre), sempre informe eu ginecologista obstétrico para ter certeza de que é seguro para o bebê. Os inibidores da ECA (medicamentos para o coração), por exemplo, podem causar malformações fetais e aumentar as chances de aborto espontâneo. Se possível, evite todos os medicamentos durante a gravidez. “Essa é a maneira mais segura”, diz o Dr. Nichelson.

A dica final

Embora essas estratégias possam ajudar a evitar o aborto, elas não podem minimizar o risco devido a anormalidades cromossômicas. Às vezes, uma gravidez simplesmente não é viável e não há nada que os pais possam fazer para prevenir o aborto. Sempre converse com seu médico se estiver preocupado com a perda da gravidez.


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