Publicado em 23/11/2021, às 09h28 - Atualizado em 11/04/2023, às 14h05 por Redação Pais&Filhos
Durante a gravidez, principalmente para as mães de primeira viagem, os sangramentos vaginais podem causar medo, mas nem sempre eles indicam problemas graves para a saúde da mulher ou do bebê. Porém, é preciso ficar de olho aos sinais e procurar um médico especialista para se ter o diagnóstico certo e ficar livre de dúvidas.
A maioria dos escapes são inofensivos, mas o sangramento, não importa quão escasso seja, pode ser indicativo de uma variedade de complicações, incluindo aborto espontâneo, gravidez ectópica e placenta prévia, por isso nunca deve ser ignorado. Aqui estão as várias razões pelas quais você pode ter sangramento durante a gravidez:
Os médicos estimam que 25 a 40% das mulheres experimentarão algum sangramento vaginal durante o início da gravidez. Nas primeiras 20 semanas de gravidez, as principais causas podem ser:
Apesar de ser pouco conhecida, a gravidez química acontece quando o espermatozoide fecunda o óvulo, chegando na cavidade uterina e tenta se implantar no endométrio. A partir disso, a gravidez dá positivo nos testes, mas por vários motivos o embrião não consegue se implantar no útero. Quando o hormônio hCG para de ser produzido, a mulher volta a menstruar normalmente. Em casos como esse, existe a possibilidade da mulher não ter conhecimento sobre a gestação.
Não é incomum sangrar após um exame de papanicolau ou pélvico, que em muitas práticas é realizado entre a sexta e a 12ª semana de gravidez. O escape pode ocorrer dentro de 24 horas após a visita, mas, geralmente, desaparece dentro de um dia. Caso permaneça por mais tempo, converse com o seu médico. Saiba mais sobre o exame de papanicolau.
O aborto espontâneo é aquele em que a perda acontece nas primeiras semanas da gravidez. Geralmente, o sangramento causado pelo problema vem acompanhado de outros sintomas, como cólicas ou dores abdominais. Veja tudo sobre aborto espontâneo.
Pode ocorrer quando o óvulo fertilizado se implanta em outro lugar, que não seja o útero. Geralmente, é comum que ocorra na tuba uterina e, infelizmente, não há maneiras da gravidez progredir, pois pode trazer diversos riscos para a saúde da mãe caso não seja diagnosticada. Os sintomas vem acompanhados de atraso da menstruação, sangramento vaginal e também dor no abdome. Saiba como identificar a gravidez ectópica.
Apesar de ser rara, a gravidez molar acontece quando a placenta passa a se desenvolver de uma maneira inesperada, gerando um tumor benigno. Infelizmente, o caso é incompatível com a gestação e pode ser detectada entre a 9ª e a 12ª semana. A mulher apresenta enjoos fora do normal, sangramento, útero aumentado e mais hormônios. Entenda como funciona o diagnóstico da gravidez molar.
Como a placenta termina de se desenvolver com 16 semanas, é importante não confundir o problema com o Descolamento Prematuro de Placenta (DPP). O processo ocorre durante o desenvolvimento do embrião, enquanto a placenta ainda está em formação. Apesar de haver o sangramento, ele nem sempre se exterioriza e é possível visualizar apenas por ultrassom, como um hematoma, no entorno do saco gestacional e a parede uterina. Pode acontecer com até 1/3 das mulheres no primeiros trimestre e nem sempre significa um abortamento, pois o sangue é reabsorvido e a gestação pode ter continuidade normalmente.
O implante do óvulo no revestimento do útero ocorre cerca de quatro semanas após a gravidez, à medida que o óvulo fertilizado se fixa à sua parede uterina. Se você notar uma pequena quantidade de sangramento de cerca de uma semana a 10 dias após a concepção, a causa é provavelmente o sangramento de implantação e não é nada para se preocupar.
Embora o risco de aborto espontâneo diminua bastante após o primeiro trimestre e muitas das complicações precoces não são mais um fator, o sangramento durante a segunda metade da gravidez deve ser levado muito a sério. Causas de sangramento na segunda metade da gravidez incluem:
Apesar de ser rara, é uma situação bastante grave na gestação. É bem diferente dos sangramentos que ocorrem no início da gravidez, conhecidos como hemorragia do primeiro trimestre, ou descolamento ovular. Pode acontecer em uma a cada mil gestações e é o fator que ocorre quando a placenta se descola da parede uterina, trazendo riscos para o bebê. Quando acontece, após as 30 semanas, é necessário que o parto aconteça imediatamente. O sangramento possui uma cor bastante viva, e pode vir acompanhado da sensação de útero contraído. Veja mais sobre Descolamento Prematuro de Placenta.
O sangramento vaginal é acompanhado por cólicas ou contrações, diarreia, pressão pélvica ou dor nas costas antes de 37 semanas, pode ter sérias repercussões para o bebê se não for administrado. Se suas contrações ocorrerem regularmente – a cada 10 minutos ou mais de 6 vezes por hora – você pode estar em trabalho de parto e deve ligar imediatamente para o seu médico. Veja como diferenciar as contrações de treinamento do trabalho de parto.
Podendo acontecer a partir da 37ª semana, o tampão mucoso é considerado um dos marcos da proximidade do final da gravidez, identificando que o trabalho de parto ocorra entre alguns dias ou semanas. Geralmente, tem uma textura de clara de ovo, gelatina amolecida ou firme e vir transparente, embranquecido, amarelado, avermelhado ou em tons terrosos por conta do sangue. Pode vir acompanhado com um pouco de sangramento, mas não traz nenhum risco para a mãe e o bebê. Saiba identificar o tampão mucoso saiu.
Consultoria: Dr Igor Padovesi, Ginecologista e Obstetra da USP e do Hosp. Albert Einstein, colunista e embaixador da Pais&Filhos, e pai de Beatriz e Guilherme. www.igorpadovesi.com.br, Dra. Fernanda Pepicelli, ginecologista e obstetra pela Febrasgo e mãe de Rafael, Dr. Alessandro Scapinelli, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
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