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Um ano de pandemia: tudo o que aprendemos e quais os caminhos para o futuro

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou estado de pandemia por conta do coronavírus - Getty Images
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Publicado em 11/03/2021, às 15h32 - Atualizado às 15h34 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco


Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde decretou a pandemia de coronavírus no mundo. Naquele dia, havia menos de 5 mil óbitos, 118 mil casos e a doença estava em 114 países. Nesta quinta-feira, depois de um ano, o Brasil atinge o recorde de 2349 mortes em 24 horas, o maior número desde então.

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou estado de pandemia por conta do coronavírus (Foto: Getty Images)

Os Estados Unidos, até o momento, possui um número ainda maior de óbitos do que o Brasil: 530 mil. Atualmente, os brasileiros estão sendo vacinados com o imunizante CoronaVac e o de Oxford, mas há uma previsão para a chegada da Pfizer e Janssen ainda neste ano.

A doença, em muitos aspectos, ainda chega a ser uma incógnita e mesmo em 2021, é preciso se cuidar, usar máscaras, manter o distanciamento e higienizar as mãos de maneira adequada. Com os números de casos registrados ainda em alta, vários estados do Brasil adotaram medidas de restrição de circulação, como o caso de São Paulo. Veja o que se sabe até agora do novo coronavírus e como você pode ajudar a sua família no combate contra a doença.

Vacinação contra covid-19 no Brasil

A vacinação contra covid-19 no Brasil teve início em janeiro de 2021 e houveram muitas dúvidas sobre a quantidade de doses necessárias, se quem já teve a doença também precisa se vacinar, ou até mesmo como funcionaria para pessoas que passaram por transplantes de órgãos. Para esclarecer o assunto, falamos com uma série de infectologistas.

Quem já teve covid-19 também precisa se vacinar?

Sim. Apesar da infecção poder desenvolver uma certa proteção, a vacinação é indispensável, pois os anticorpos podem durar por um tempo menor. “A proteção gerada pela vacina é diferente e mais duradora, então as pessoas precisam ser imunizadas”, comenta o Dr. Lívio Dias, infectologista do Centro de Reprodução Humana Santa Joana.

Todo mundo vai ser imunizado? Crianças e gestantes também podem se vacinar?

Em um primeiro momento, não é prioridade que todos sejam vacinados, mas sim aqueles que correm um maior risco de morte. “No caso dos jovens, eles vão ser vacinados mais para frente, de acordo com a disponibilidade das vacinas. Pode ser que a doença reduza muito e a gente rediscuta em nem vaciná-los”, explica o médico infectologista Dr. João Prats, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, filho de João Antônio e Ana Lúcia.

No caso das crianças e gestantes, o infectologista comenta que ambas as vacinas aprovadas no Brasil são seguras, mas que ainda não foram estudadas neste grupo. Portanto, ainda será necessário mais informações e pesquisas para identificar como seria a funcionalidade da imunização: “Neste primeiro momento, as grávidas, os menores de 18 anos e lactantes não serão imunizados, por não existirem dados suficientes da segurança das vacinas aprovadas emergencialmente no Brasil nesses grupos”, completa Melissa Palmieri.

Como funciona a imunização para quem passou por transplante de órgãos?

Tanto a CoronaVac, quanto a vacina de Oxford são vacinas seguras. “Nenhuma delas é capaz de causar doenças em pessoas imunosuprimidas. Alguns podem falar que pessoas muito imunossuprimidas não deveriam tomar a vacina de Oxford, mas isso é uma discussão corrente ainda porque o risco é muito baixo de doença, pois o vírus não replica, ele é símio, consegue replicar bem nas células humanas sem a pessoa ficar doente, sendo seguro”, defende João Prats.

Gerson Salvador completa que fazer o uso dos imunizantes está liberado, mas é importante ficar de olho na tecnologia da vacina. “Teria problema apenas se as vacinas fossem produzidas com o vírus vivo, mas nenhuma delas, até agora, que passou pela fase 3, possui essa tecnologia. Então, não tem problema a pessoa transplantada tomar a CoronaVac ou a de Oxford”.

Aumento no número de crianças internadas por covid-19

A Pais&Filhos realizou um levantamento para saber como estão as taxas de internação em crianças. No São Cristóvão Saúde, até o dia 4 de março de 2021, apenas um paciente pediátrico com suspeita de covid-19 está internado, mas não em UTI. Pelo Hospital Moinhos de Vento, localizado no Rio Grande do Sul, quatro crianças estão na UTI pediátrica e outras quatro na internação comum, sendo que em ambos os casos foi dado entrada no hospital em fevereiro.

Pelo Hospital Santa Catarina, estão internados dois pacientes com casos confirmados de covid-19, sendo um na UTI e outro em leito comum. No Hospital Sabará Infantil houve um registro maior de internações pediátricas, sendo 26 em janeiro. No mesmo mês, houve também um pico no número de casos, 120 confirmados, sendo o maior durante a pandemia. Em fevereiro, o centro médico registrou uma queda nas taxas/dia, passando da média 3,8/dia para 3,2/dia. A Rede São Luiz apresentou em seu boletim um caso de covid-19 detectado em janeiro e dois em fevereiro. Vale lembrar que mesmo a partir de 113 admissões de casos suspeitos, apenas três foram confirmados nos dois meses.

O que a variante de Manaus tem de diferente?

Segundo o infectologista Guenael Freire, pai de Stella e Olivia, a variante P1 acontece por conta de uma série de mutações em genes que codificam a proteína S, aquela que acopla o vírus com as células. “Assim como temos a variante britânica B1.1.7 e a sul-africana, nós temos a de Manaus. Então, as variantes são vírus que sofrem mutações porque houve um cenário de intensa replicação viral, sem controle”, explica o infectologista. “Então quanto mais intensa é a replicação viral, mais fácil de encontrarmos essas mutações, que na maioria das vezes é desfavorável ao vírus, mas uma minoria pode causar vírus diferentes e mais adaptados ao nosso organismo, sendo mais fáceis de serem transmitidos”.

Variantes são vírus que sofrem mutações porque houve um cenário de intensa replicação viral, sem controle

Variante de Manaus, P1, pode ser até duas vezes mais transmissível

“Estudos demonstram que a variante P1 é mais transmissível“, confirma o médico. Segundo o especialista, isso pode acontecer por possuir uma maior carga viral, além de ser até duas vezes mais transmissível do que o SARS-COV-2. “Como tem mais vírus, essa transformação favoreceu a mutação do vírus com a células humanas do trato respiratório”, explica Guanael.

A variante de Manaus pode ser duas vezes mais transmissível do que o coronavírus comum (Foto: Getty Images)

A partir dessa carga viral, a interação é favorável para que o vírus possa se multiplicar de maneira mais rápida e assim, causar uma facilidade de transmissão. Vale lembrar ainda que até o momento, os estudos sobre o tempo de transmissibilidade foram feitos apenas com o SARS-COV-2, ou seja, ele não havia passado por mutações. Por isso, não existem dados científicos que provem que uma pessoa pode continuar transmitindo o vírus por mais tempo.

Reinfecção X reativação

Apesar dos poucos casos confirmados, a reinfecção por coronavírus é algo que não pode sair do radar quando o assunto é a proteção da família. Por isso, é superimportante ficar de olho nos sintomas, principalmente se já houve algum caso da doença confirmada entre amigos ou parentes.

O infectologista Dr. Gerson Salvador, pai de Laura, Lucas e Luísa explica que se uma pessoa volta a ter os mesmos sintomas e isola o vírus algumas semanas depois, com o mesmo material genético, pode ser uma reativação. “Então, pelo critério atual, é preciso demonstrar que são vírus diferentes para ser um caso de reinfecção“. Com a análise e critério atual prevalecente, faz com que tenhamos poucos casos confirmados de reinfecção, mas o infectologista comenta que com o passar do tempo, esse sistema pode ficar mais simples.

Nos casos suspeitos de reinfecção, os sintomas são os mesmos de Covid-19, sendo eles: febre, tosse, desconforto respiratório, alteração no olfato, no sabor e dor no corpo. “Eles são sugestíveis de Covid-19 e uma pessoa que volte a manifestar esses sintomas, mesmo que já tenha tido a doença confirmada, é preciso ser investigada, pois pode se tratar de uma reinfecção. Para identificar, é preciso fazer o PCR para o Sars-CoV-2”, explica o especialista.

O Instituto Butantan está produzindo um soro que pode tratar pacientes com covid-19

Até o momento, 3 mil frascos já estão prontos para serem utilizados no estudo clínico. O Instituto Butantan produz soros há 120 e, no caso anti-SARS-COV-2, está imunizando cavalos nas fases de teste. Felizmente, foi possível notar a produção de anticorpos nos animais.

Como o soro anti-SARS-COV-2 é feito?

A partir do antígeno vírus SARS-COV-2, material fonte, ele é purificado e inativado por radiação. Em seguida, a imunogenicidade foi testada em camundongos para depois ser levado para imunizar os animais, no caso, os cavalos. Os animais, submetidos ao vírus, desenvolveram anticorpos, no qual foi coletado o plasma para o produto em si.

Até o momento, já foi enviado um pedido de estudo clínico à Anvisa. Os resultados dos testes preliminares mostraram ser promissores. “Esperamos que a mesma efetividade também aconteçam no teste clínico”, comenta Dimas Comas, diretor do Instituto Butantan.

CoronaVac se mostrou eficaz contra novas variantes

Durante uma coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, 10 de março, Dimas Covas confirmou que a CoronaVac é eficaz contra as variantes P1, P2, do Reino Unido e também da África do Sul. “Variantessão novas formas do mesmo vírus e possuem algumas características preocupantes”, explica. “Quanto as novas variantes da covid-19, a de Manaus, Reino Unido e sul-africana, a vacina do Butantan é eficaz contra todas elas. “A variante de Manaus preocupa e explica o momento grave da pandemia”.


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