Mãe de menino Miguel diz que só viverá o luto ‘quando Sari estiver presa’: “Ainda não consegui”

Na segunda-feira, 02 de outubro, Mirtes Renata Santana, a mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, que morreu em junho de 2020, aos 5 anos de idade, após cair do 9º andar de um prédio de luxo no centro da cidade de Recife, onde Mirtes trabalhava, esteve no programa Encontro, da Rede Globo, apresentado por Patrícia Poeta.

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Miguel estava sob os cuidados de Sari Mariana Costa Gaspar, ex empregadora da mãe e ex primeira-dama de Tamandaré, enquanto a mãe passeava com o cachorro de Sari e Sérgio Hacker Corte Real, ex prefeito de Tamandaré, na área comum do condomínio.

No dia 6 de setembro, o casal de ex empregadores foi condenado a pagar indenização à Mirtes e sua mãe, Marta Maria, não só pela morte da criança, mas também por trabalharem durante o período da pandemia de Covid-19, quando deveriam estar em lockdown.

A mãe desabafou que ainda não conseguiu processar a perda de Miguel. “Até hoje eu não vivi o luto pela morte do meu filho. Quando [Sari] estiver presa, aí sim eu vou viver o luto, vai me dar uma sensação de missão cumprida”, declarou em entrevista.

Atualmente, Sari cursa medicina em uma universidade particular, e Mirtes contou como se sentiu quando recebeu essa notícia. “Para mim, soou como uma sensação de impunidade que ela tem. Ela falou no grupo da faculdade que faz medicina por amor, eu faço direito por necessidade, para ajudar outras mães a não passarem pelo que eu passo hoje”, desabafou.

A mãe de Miguel também declarou que aguarda pelo momento em que a ex empregadora seja condenada à prisão pelo abandono de incapaz. “Todo dia eu fico nessa ansiedade esperando que o Judiciário dê uma resposta, não só a condenação, que aumente para a pena máxima e que ela seja presa, porque ela cometeu um crime, a partir do momento que sai a condenação dela, é a prova que ela é a culpada pela morte do meu filho”, falou Mirtes.

Perguntada sobre de onde tira forças para passar pelo que viveu, a mulher disse que sente que tem uma missão. “Eu só estou de pé ainda pelo amor que eu tenho ao meu filho. Deus me deu a missão, a partir do momento que eu engravidei. Meu filho não está mais comigo, mas eu tenho uma missão aqui na terra que é ser mãe de Miguel. Não é fácil, é muito doloroso, muitas coisas são gatilhos para mim, mas mesmo levando tanta porrada da vida, eu estou buscando ficar de pé”, finalizou.