Publicado em 15/06/2018, às 08h31 - Atualizado em 14/08/2019, às 10h52 por Gabrielle Molento, Filha de Claudia e Pedro
Sabemos de toda a responsabilidade que a figura materna carrega na vida de uma criança. Mas, e o pai? A sociedade coloca tanta responsabilidade em cima da mãe, que acaba esquecendo que a figura paterna pode ser tão importante quanto. Por acaso você sabia que a rejeição do pai é tão poderosa que é capaz de prejudicar seu filho? Pois é.
E quando abordamos o abandono afetivo, estamos falando daquele pai que se afasta e nem sequer se preocupa com o que o impacto da sua ausência pode causar no desenvolvimento da criança ou adolescente. E isso é muito preocupante, já que um estudo feito na Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, mostrou que ser amado ou rejeitado pelos pais afeta a personalidade e o crescimento das crianças até a fase adulta.
A pesquisa ainda diz que o sentimento é o mesmo de que se tivessem levado um soco no estômago. E isso porque a área do cérebro que é ativada quando as pessoas se sentem rejeitadas, é a mesma da dor física. Os resultados ainda apontam que a figura paterna na infância pode ser mais importante para a criança do que a materna, já que as crianças geralmente sentem mais o afastamento se ele vier do pai. Isso porque, segundo os pesquisadores, uma boa explicação é que o papel masculino ainda é supervalorizado na sociedade e pode vir acompanhado de mais prestígio e poder.
Conversamos com o Dr. André Giannini, que é advogado de Direito de Família e especialista em Direito Materno, e ele explicou que antes, o poder judiciário no Brasil entendia que era escolha do pai participar ou não da vida das crianças. Ou seja, o assunto era tradado como uma questão particular entre os familiares, como se não fosse papel do Estado interferir nessas relações. O que eles esqueciam de levar em consideração é que essa ausência, no entanto, muitas vezes traz reflexos emocionais que podem ser graves e prejudicar as crianças.
No estudo que falamos anteriormente, os autores mostraram que crianças que passaram por afastamento sentem mais ansiedade e insegurança, além de terem mais propensão a serem hostis e agressivas. E, pior: sentem mais dificuldade em formar relações seguras e de confiança com outras pessoas, pois têm medo de que a situação se repita. E, pensando nisso, atualmente o Estado participa de modo ativo nesses casos. “Os problemas causados são comprovados por meio da avaliação de psicólogos e assistentes sociais que, com suas experiências e formações técnicas, poderão dizer em melhores condições a gravidade do sofrimento da criança ou adolescente”, explica o advogado. E se caso o resultado seja positivo, o pai pode ser repreendido pelo sistema judiciário. “Quando os danos são medidos e comprovados, o pai é obrigado a indenizar o filho”, esclarece André.
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