Publicado em 18/08/2016, às 15h43 por Redação Pais&Filhos
O espírito olímpico que move os atletas de alto rendimento também mexe com a cabeça das crianças. Pela tela da TV ou nas arenas olímpicas espalhadas pelo país, os pequenos vibram com o esforço dos jogadores. O desempenho deles pode servir como inspiração e estímulo para que as crianças deixem de lado o sedentarismo
Mas, afinal, quais as vantagens e os prejuízos que o esporte pode trazer para as crianças? Lilian Helena Dias, filha de Alceu e Helena e ortopedista pediátrica do Hospital Federal do Andaraí, lembra que a atividade física bem dirigida proporciona inúmeros benefícios desde os primeiros anos de vida. Para favorecer o crescimento, porém, o esporte precisa respeitar a idade e as fases do desenvolvimento da criança. Já a opção por um treinamento intenso deve ocorrer, em geral, bem mais tarde.
Quando se opta pelo esporte como forma de competição, é preciso analisar três aspectos dos esforços físicos: o cardiocirculatório, o psíquico e o osteomioarticular. “No primeiro tipo de esforço, encontramos os maiores prejuízos à prática competitiva em idade precoce indevida. Os músculos submetidos precocemente a trabalhos intensos podem se hipertrofiar ou mesmo se retrair, levando a compressões no nível dos ossos e a desequilíbrios articulares”, explica a ortopedista pediatra.
O mais importante para David Esteves, pai de Bruno e Juliana e cardiologista do Hospital Federal dos Servidores do Estado, é que a atividade física tenha um caráter lúdico, associado ao desenvolvimento psicomotor da criança. “Quando está competindo, a criança busca extrapolar seus próprios limites. Com isso, a criança corre o risco de perder o parâmetro do bem-estar”, alerta o médico.
Outro problema, segundo Marcela Lisbôa Leal, filha de Durval e Rachel, psicóloga do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, está no fato de a criança ser exposta a uma situação que demanda maior maturidade do que aquela que possui para enfrentá-la.
A especialista alerta que os responsáveis devem ficar atentos a sinais de insatisfação dos filhos com a prática esportiva: “Esses sinais vão variar. Os pais podem observar como as crianças se comportam momentos antes, durante e após a prática da atividade e se expressam algum tipo de descontentamento”.
Saiba com que idade cada esporte pode ser praticado intensamente pelas crianças:
– Natação e ginástica artística: 10 anos
– Voleibol, basquetebol, handebol, corridas curtas e saltos do atletismo, tênis, beisebol, esgrima e demais esportes unilaterais (aqueles em que se usa um lado do corpo como preferencial): 12 anos
*Com informações do Ministério da Saúde do Rio de Janeiro
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