Publicado em 05/11/2019, às 11h40 por Yulia Serra, Filha de Suzimar e Leopoldo
O barulho está tão presente no dia a dia que fica difícil perceber a influência desses sons ao longo do tempo. Mas eles estão aí e podem trazer sérios danos à saúde da população em geral, principalmente as crianças. Isso porque elas têm o canal auditivo muito menor quando comparado a um adulto, fazendo com que a pressão que entra no ouvido seja consequentemente maior, tendo ainda mais chances de desenvolver problemas auditivos.
As complicações são tanto físicas quanto psicológicas e podem comprometer uma fase importante da vida do seu filho, a infância, afetando todo o desenvolvimento. De acordo com um estudo feito pela Universidade de Wisconsin-Madinson (EUA), o ruído interfere na assimilação do significado de novas palavras, uma vez que dificulta a concentração dos pequenos. Para chegar nesse resultado, mais de 100 crianças entre 1 ano e 10 meses e 2 anos e 6 meses (22 a 30 meses) foram analisadas.
Em ambientes mais silenciosos a atenção foi maior. As pesquisadoras enfatizam a necessidade de diminuir esses barulhos, mas entendem a realidade do século XXI e não esperam encontrar salas de aula 100% silenciosas. Até porque a poluição sonora é a segunda maior causa de poluição ambiental, ficando atrás apenas da atmosférica. A visão é idealista mas serve como uma meta a ser buscada todos os dias para que os efeitos negativos sejam cada vez menores.
Muito além do limite
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece 65 decibéis como limite suportável para o ouvido humano para que o organismo não sofra nenhum dano. Porém, a prática não respeita esses números. De acordo com uma pesquisa realizada em dez escolas do Distrito Federal, o nível de ruído ultrapassava o valor recomendado em 90% das instituições avaliadas.
“A falta de acústica adequada em uma escola ocasiona uma série de problemas que afetam estudantes e professores. O principal deles está relacionado à inteligibilidade da fala, ou seja, ao nível de dificuldade que o ouvinte tem de compreender o que o orador está falando”, explica Pablo Serrano, PhD em Engenharia e Meio Ambiente pela University Of Southampton, no Reino Unido, mestre em Acústica pela UFSC e diretor do Portal Acústica, plataforma que oferece cursos online, presenciais, e materiais didáticos sobre acústica para estudantes, profissionais e empresas.
Ou seja, tanto as crianças quanto adultos são prejudicados, já que colabora para o desenvolvimento de problemas vocais e de estresse. Medidas precisam ser tomadas e quanto antes forem colocadas em prática, melhor. Colocar feltro sob as mesas e cadeiras, exigir que os alunos diminuam o tom de voz são exemplos simples à curto prazo. Pensando no futuro, é interessante elaborar projetos e obras em escolas. Conferindo o layout da instituição e características do local em que está inserida, irão identificar as áreas mais sensíveis e encontrarão formas de proteger.
Um grito de socorro
“Em relação ao isolamento acústico, é preciso utilizar materiais e alternativas adequadas à estrutura da escola. Algumas das soluções mais utilizadas para diminuir a reverberação nos ambientes e, consequentemente, aumentar a inteligibilidade da fala são: forros e revestimentos, além da redução da altura do teto. Outros pontos que merecem atenção em um projeto acústico para escolas são o sistema de ventilação, a geometria adequada da sala, o uso de mobílias e isolamentos para evitar o paralelismo das salas de aula”, sugere o especialista.
Isso irá diminuir os efeitos do ronco do motor de ônibus e carros na rua, gritos da torcida na quadra de esporte, conversas animadas no corredor e o próprio falatório dos alunos em sala de aula. Uma dificuldade de resolver esses problemas é que viram uma bola de neve. Quando o ambiente já está barulhento, os alunos irão gritar para serem escutados, o que pede que os professores aumentem ainda mais o tom de voz para ser compreendido por todos e assim vai.
Esses efeitos são cumulativos e podem chegar a graus mais graves com o passar do tempo. Por isso, todo cuidado é válido. “Viver em ambientes mais silenciosos é uma questão crucial para a saúde do ser humano em todas as idades. E o cuidado com a exposição das crianças ao ruído é uma forma de garantir seu desenvolvimento físico e cognitivo”, finaliza Pablo Serrano.
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