Criança

Elas podem! Em evento, meninas devem ser incentivadas a seguir carreiras de “meninos”

Uber faz evento em São Paulo para incentivar meninas a seguirem carreiras tecnológicas - Uber faz evento em São Paulo para incentivar meninas a seguirem carreiras tecnológicas
Uber faz evento em São Paulo para incentivar meninas a seguirem carreiras tecnológicas

Publicado em 19/01/2018, às 16h06 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice


Nesta sexta, 19/01, a  Uber em parceria com a Força Meninas realizou esse evento que celebra mulheres na tecnologia. O “Mude o mundo com uma menina” incentiva garotas a acreditarem em seus sonhos e se sintam motivadas a seguirem não somente as carreiras que elas querem, mas as que são denominadas profissões masculinas.

O encontro, que é destinado para meninas filhas de motoristas do aplicativo, contou com palestras, espetáculo teatral e interações. Fomos conferir de perto e conversamos com a fundadora do Força Meninas, Déborah De Mari, que falou que o projeto surgiu para empoderar e ensinar as meninas que a vida vai muito além da beleza. “Nós percebemos que o resultado de ‘Mude o mundo com uma menina’ foi muito positivo. Não só para que elas sigam uma carreira de exatas, mas se sintam com uma autoestima maior, com o sentimento de construir”.

Foto: Fernanda Flugel e Suéllen Nóbrega
Foto: Fernanda Flugel e Suéllen Nóbrega

Segundo Déborah é muito importante plantar essa semente e integrar a família no processo de aceitação dessas meninas, já que muitas são tratadas como apenas bonitas e são deixadas de lado com suas qualidades além da beleza.

Lara Franciulli, de 17 anos, filha de Ana Elisa e Luiz, é um exemplo de como uma menina pode se destacar pela inteligência, e que sempre é possível atingir seus sonhos. Lara já ganhou olimpíadas de matemática e informática, e já representou o Brasil na Argentina em uma desses acontecimentos. “Meus pais sempre me incentivaram a aprender coisas novas. Como eles são professores, eu comecei a me interessar desde cedo por matemática e português, fazíamos jogos em que eu tinha que resolver problemas de lógica.”, conta Lara.

Foto: Fernanda Flugel e Suéllen Nóbrega
Foto: Fernanda Flugel e Suéllen Nóbrega

Em uma dessas olimpíadas, a menina ganhou uma bolsa de estudos em um colégio com aulas de programação, e foi aí que ela se encantou ainda mais pela área. “Fui chamada para participar de um evento do Google que incentiva mulheres na computação. Eu fui pra lá de um jeito, e voltei de outro. Ver aquelas mulheres conseguindo atingir seus sonhos foi decisivo para que eu percebesse a diferença de meninos e meninas nessas áreas”.

Além de ter todos esses “privilégios”, Lara participa de uma ONG desde os 6 anos, junto com os pais. Ela dá aulas desde os 12 para crianças de uma comunidade, e diz que nem sempre as crianças têm uma família que incentive suas escolhas, ou que ajude nos estudos. “Eu percebi isso dando aula, e quis mudar o pensamento das crianças. Eu quero ser a inspiração deles, para que eles possam ver que é possível atingirem seus objetivos, e que eu sou igual a eles”, conta Lara.

Mas antes do evento para meninas, a Uber realizou um evento para os pais. O evento era para eles pensarem nas filhas e perceberem tudo que elas deixaram de fazer porque não foram incentivadas. A conscientização de que as crianças são um espelho dos pais, e ainda mais, são o resultado do que os pais dizem para os filhos, era algo muito importante para que ao final do “Mude o mundo com uma menina”, elas voltassem para casa com total apoio dos pais.

Gabriela Manzini, filha de Regina e Gerente de Comunicação da Uber, diz que é importante mostrar que a tecnologia é legal, mas precisa ter cuidado. “O impacto da tecnologia no futuro é muito grande. Hoje já é grande, e a demanda só vai aumentar. Então, nós temos que incentivar as garotas a seguirem essas carreiras quando elas quiserem, e não desmotivá-las porque é uma profissão considerada masculina, ou porque a preferência do mercado é por homens”, afirma.

Muitas delas não somente gostam de áreas que são pouco exploradas pelo sexo feminino por conta do preconceito, mas desde cedo gostam de estudar, e querem seguir suas ambições. “Quando eu estou de férias, quero que as aulas voltem logo. Por mim, não existiriam férias!”, brinca Gabriella, de 8 anos, filha de Silvio.

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