Publicado em 19/02/2020, às 16h41 - Atualizado em 09/03/2020, às 14h58 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo
A visão é o sentido mais importante para o desenvolvimento físico e cognitivo da criança. É a partir dela que seu filho observa tudo que está ao redor, recebe estímulos e aprende gestos e condutas sociais. Por isso, é essencial ficar atento ao comportamento das crianças, já que um prejuízo no desenvolvimento visual pode ter consequências negativas para o resto da vida. E quando o assunto é proteção e cuidado dos olhos das crianças, a prevenção é sempre o melhor caminho.
Uma pesquisa realizada pela Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira, órgão ligado à Organização Mundial da Saúde, mostra que oito em cada dez casos de problemas oculares poderiam ser evitados, se houvesse um diagnóstico precoce. O cuidado com a saúde ocular das crianças deve acontecer desde o nascimento, com o teste do Reflexo Vermelho, conhecido como teste do olhinho.
“O consenso é que a criança faça o teste do olhinho logo ao nascer e, partir de então, tenha consultas a cada 6 seis meses com o oftalmologista até os 2 anos de idade, e depois uma vez por ano. Esse começo de vida deve ser acompanhado de perto, já que o câncer ocular retinoblastoma, o mais comum, acomete principalmente as crianças nesta faixa etária, do nascimento até os 2 anos”, explica a Dra. Débora Sivuchin, oftalmologista e consultora na Johnson & Johnson Vision Care.
Segundo a especialista, problemas como má-formação congênita, glaucoma congênito, catarata congênita ou alguma opacidade de córnea que acontecem de forma muito precoce podem prejudicar o desenvolvimento do olho e da visão da criança. “Se você descobre logo, é possível tratar e dar uma chance da criança desenvolver a visão. É importante ficar atento a qualquer coisa que fuja do comum, como lacrimejamento, se a criança franze muito os olhos ou se aproxima e se distancia demais dos objetos ou se ela tropeça e cai muito, por exemplo”, defende.
Segundo um estudo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cerca de 20% das crianças em idade escolar têm problemas de visão, sendo que a miopia é o principal deles. A maioria dos pais percebe que o filho tem algum problema ocular na fase escolar. “A identificação normalmente vem do professor, da própria escola para os pais. Na prática, as consultas ao oftalmologista só acontecem por volta dos 7 ou 8 anos, quando a criança começa a ter dificuldades na escola. É essencial ajudar os pais a entender a importância desse acompanhamento do oftalmologista para evitar problemas futuros”, explica a Dra. Sabrina Batisttella, pediatra e diretora associada na Johnson & Johnson Vision Care.
Segundo pesquisadores, se a miopia continuar a avançar, até 2050, metade da população sofrerá com o problema. “Quando se fala da epidemia de miopia, é comum escutar dos pais ‘eu sou míope, meu filho vai ser míope também, não tem jeito’. Mas o problema vai além. Estamos enfrentando uma miopia muito precoce nesta geração, que está atrelada a fatores mais graves, como descolamento de retina e risco de cegueira. Não é uma simples miopia. É um problema sério, epidêmico, que vai ser mundial”, defende Sabrina.
Além da genética, o uso inconsciente da tecnologia está diretamente ligado a esse aumento de problema de visão. Uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) levantou o dado de que cerca de 69% das crianças e adolescentes do Brasil, na faixa dos 9 aos 17 anos, utilizam a internet mais de uma vez por dia. “O iPad é a nova chupeta da criança. Estamos em uma época em que as crianças já nascem com os dispositivos digitais ao seu alcance. Esse acesso livre aos aparelhos está miopizando as crianças. Na Ásia, o lugar em que mais se estuda a epidemia de miopia no mundo, mostra-se que quando tiramos os dispositivos digitais e a criança vai brincar ao ar livre, a progressão dessa epidemia é diminuída entre 30 a 90%”, explica Débora.
A exposição às telas por longas horas é apontada como um dos fatores responsáveis pelo agravamento da miopia na infância. Um estudo do King’s College publicado no British Journal of Ophthalmology mostrou que uma a cada quatro crianças que ficavam mais tempo frente às telas era míope.
São muitos os estudos que apontam a importância de passar mais tempo ao ar livre e sua relação com a miopia. Uma pesquisa feita pela Universidade Nacional Australiana, publicada na revista médica The Lancet, mostra que as crianças de Cingapura – que tem 90% da população adulta míope – passam apenas 30 minutos diários ao ar livre. Em comparação, na Austrália, que tem pouco mais de 10% da população infantil com miopia, as crianças ficam cerca de três horas aproveitando a luz do dia. “É essencial que a criança tenha hábitos de vida saudáveis e faça atividades físicas ao ar livre, em que ela não tenha excesso do uso da visão de perto. As brincadeiras coletivas, em que a criança olha o que está ao seu redor de longe e não se concentra apenas em um objeto próximo a ela são ótimas”, indica Débora.
Também é fundamental seguir as orientações corretas em relação ao uso dos aparelhos digitais pelas crianças. “Até os 2 anos de idade, o uso deve ser completamente evitado, até os 4 anos, que seja cerca de meia hora por dia. É importante estimular atividades que a família toda possa participar, os pais têm que dar o exemplo para os filhos. A criança precisa estar mais em ambientes externos, porque o interno acaba levando ao aparelhos digitais”, explica Débora.
Sabrina reforça a importância de resgatar as brincadeiras ao ar livre. “Às vezes, a criança vai brincar fora de casa com um iPad na mão ou um livro. Isso não adianta. Temos que voltar com as brincadeiras ao ar livre com a luz do dia”, defende.
Ao mesmo tempo que a criança deve ficar ao ar livre, também precisa se proteger dos raios solares. “A criança que está mais exposta ao sol e ao ambiente externo também está mais exposta à radiação ultravioleta. Tudo precisa ser muito dosado e com moderação. A criança deve se expor mais ao sol, mas de uma forma que não vá prejudicá-la, com proteção da pele e dos olhos. É importante que as famílias tenham consciência em relação à proteção da radiação e luz azul”, alerta Débora.
Óculos: os de sol e os de grau costumam prevenir a maioria dos problemas associados aos raios UV. Mas é fundamental checar se os óculos têm filtro certificado nas lentes. Além de não protegerem os olhos, aqueles mais baratinhos e piratas só agravam os riscos dos raios solares.
Chapéu, bonés e viseiras: eles protegem o rosto e os olhos de parte dos raios UV, mas não devem ser usados sozinhos em dias de sol intenso.
Lentes de contato: é um ótima opção para atividades ao ar livre para crianças que têm miopia ou hipermetropia, por exemplo, já que os óculos podem atrapalhar ou causar acidentes. No mercado das lentes de contato, a novidade é a Acuvue com tecnologia Transitions, da Johnson & Johnson. Além de proteger contra os raios UVA e UVB, ela bloqueia em até 70% a luz visível emitida pelo sol e por telas de aparelhos eletrônicos.
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