Publicado em 19/03/2021, às 19h16 por Hanna Rahal, filha de Lydiana
Há algumas semanas, a polícia de Palermo, na Itália, divulgou que uma menina de 10 anos faleceu asfixiada após supostamente fazer uma “brincadeira” viral proposta pela rede social TikTok, chamado de “desafio do apagão”. A Justiça italiana pediu uma investigação sobre o caso, e a rede social não se pronunciou oficialmente sobre o incidente.
Para participar do desafio, Antonella foi até o banheiro de casa, colocou um cinto no pescoço com o objetivo de ficar sem respirar o maior tempo possível, enquanto gravava a cena com o celular. Algum tempo depois, a irmã, de 5 anos, encontrou o corpo dela já inconsciente. A menina foi levada pelos pais ao Hospital Infantil de Palermo, mas não sobreviveu.
“Não sabíamos de nada”, contou o pai da menina para um jornal local. “Só sabia que Antonella entrava no TikTok para ver vídeos. Como imaginar essa atrocidade? A minha filha, minha pequena Antonella, morreu em um jogo extremo do TikTok, não consigo aceitar isso!”, ele disse.
Em fevereiro, um menino também perdeu a vida ao realizar supostamente o mesmo desafio na Sérvia enquanto os pais estavam no supermercado. A rede socialnão se pronunciou. O caso reacende o debate sobre a proteção dos menores de idade na internet e o Ministério Público passou a investigar.
A plataforma afirmou também que oferece uma ferramenta para que vídeos deste tipo sejam denunciados. No entanto, casos assim nos fazem pensar: até que ponto é seguro permitir que meu filho acesse essa rede social? Quais cuidados devo tomar?
A Pais&Filhos conversou com especialistas para te ajudar a saber o que fazer com seu filho. O TikTok tem se tornado febre entre as crianças, principalmente porque é uma plataforma que permite que os usuários criem vídeos curtos e bem-humorados. Mas, em contrapartida, alguns desafios se mostram muito perigosos. O que nos faz pensar se realmente existe um meio termo.
Domingos Fernandes, psicólogo membro da Doctoralia e pai da Amanda, explica: “Falar em equilíbrio sem circunscrever e especificar faixas etárias não é prudente, porém, numa resposta rápida e direta, sim, é possível estabelecer um ponto médio para a experimentação da maior parte das vivências humanas”.
O especialista ainda explica que o protocolo mais completo é o diálogo, ou seja, explicar com cuidado e atenção ao seu filho os riscos, além de ter argumentos embasados para mostrar que os cuidados são extremamente necessários. “A criança precisa ser consciente que os pais não são restritores e arbitrários, mas adultos que se importam, e que apenas querem favorecer a experiência dentro dos limites da segurança”, orienta.
Por outro lado, Fernandes adianta que é crucial que os pais se informem e saibam como conduzir esse acesso, com critérios de proteção e supervisão, e que o acesso dos filhos às redes sociais sozinhos jamais seja por um tempo superior a alguns minutos.
Há softwares que bloqueiam acessos indesejados, e que garantem um registro do que tem sido visitado, para que a criança não seja vítima, seja de um crime, como um aliciador, ou de um acesso inadvertido a perfis que não sejam adequados para sua faixa etária.
É importante saber que a plataforma TikTok restringe o acesso abaixo dos 13 anos e garante que não está direcionada para crianças. Nos termos de uso, a empresa ainda explica que menores de 18 anos só podem usar e registrar uma conta mediante a assistência de seus pais ou responsáveis legais.
Ivanice Cardoso, mãe de Helena e Beatriz, colunista da Pais&Filhos e especialista no assunto segurança na internet, avalia: “Acho importante, nós como mães e pais, sairmos do modo ‘todo mundo faz’ e nos atentarmos a alguns detalhes que valem a segurança física e mental das nossas crianças”.
“O primeiro é que os usuários, quando aderem ao uso de uma plataforma, precisam entender quais são as regras desse espaço. Elas existem por algum motivo sério. TikTok, por exemplo, é um espaço social que estimula a produção de conteúdos criativos e por isso podem parecer amigáveis para crianças até 13 anos. Mas não são. Quem diz isso é o dono desse espaço, quem criou a arquitetura dele e o desenhou para um outro público”, reforça.
O psicólogo ainda diz que é preciso conversar com os pequenos a fim de fazê-los identificar possíveis ciladas. “Adotar um diálogo franco, nos limites da compreensão da criança, mas emitir afetividade no seu discurso”, orienta. “E salientar a velha sabedoria de sempre, evitar conversar com estranhos, suspeitar das ofertas muito sobejantes, não fornecer dados pessoais deles e dos pais e jamais participar de brincadeiras perigosas ou sexualizadas”, completa Fernandes.
Mas é importante não se desesperar. “Não é o tempo que a criança passa na internet, mas sim a relação dela com esse meio. Cortar totalmente o acesso do seu filho às redes sociais não ajuda. A criança fica ainda mais suscetível aos perigos e não aprende a separar o que é bom ou ruim na internet. Além disso, ela pode ter acesso a conteúdos inadequados na casa de amigos ou de crianças mais velhas”, explica Roberta Bento, especialista em educação e neurociência cognitiva, fundadora do SOS Educação e mãe de Taís em entrevista à Pais & Filhos.
O Tik Tok disponibilizou uma ferramenta chamada “Sincronização familiar”. A nova ferramenta permite que os pais ou responsáveis incluam a própria conta com a dos filhos. Assim, podem controlar o tempo de uso no aplicativo, restringir conteúdos que não sejam apropriados e limitar o recebimento de mensagens diretas.
A proposta da empresa é dar maior suporte aos responsáveis e ainda melhorar a experiência de crianças e jovens que utilizam frequentemente o TikTok.
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