Publicado em 29/09/2022, às 08h10 por Cecilia Troiano
Já ouviram falar sobre a “economia do cuidado”? Caso não, podem ter certeza de que muitos de nós, mesmo não sabendo ao certo do que se trata, somos ativas e ativos participantes. Para quem não conhece esse termo, ele veio do inglês, care economy, e designa todas as atividades que têm como finalidade cuidar de algo ou alguém.
Dentro de casa é tudo o que fazemos para ela funcionar, o que envolve abastecer a casa, limpar, cozinhar, lavar, passar, além de cuidados com os filhos ou com pais idosos. Fora de casa, várias profissões também se dedicam ao cuidado, incluindo-se aqui enfermeiros, cuidadores de idosos, funcionários domésticos, entre outros.
Em comum, todas essas funções ligadas à economia do cuidado são não remuneradas ou com remunerações mais baixas. Basta vermos a dificuldade que a categoria das enfermeiras e enfermeiros estão tendo para estabelecer um piso salarial mínimo. É bastante desigual essa relação. Por um lado, a humanidade precisa demais de quem cuide, por outro, pouco valoriza esse grupo de pessoas, como se fosse uma economia “menor” perto da economia de “verdade”, aquela que teoricamente gera riqueza. Mas o erro é claro nesse raciocínio: se não existir a economia do cuidado, não há como essa “outra” economia prosperar. Simples assim.
A economia do cuidado cobra também um outro preço e as mulheres são as que mais estão no “vermelho”, já que são elas as principais participantes desta economia. Os altos índices de burnout entre as mulheres são alarmantes, mostrando que alguma coisa está muito fora de ordem. Em recente pesquisa feita pela Deloitte com o nome de Women@Work 2022, os números não deixam dúvidas sobre isso. 44% das mulheres brasileiras se sentem esgotadas, 35% se afastaram do trabalho por motivos relacionados à saúde mental e 48% avaliam como ruim ou muito ruim sua capacidade de conciliar vida profissional e familiar.
E não é à toa vermos esses números tão altos, deixando flagrante o cansaço das mulheres. Apenas como um exemplo, segundo dados da Think Olga, organização que trabalha com questões de gênero, durante os primeiros seis meses de vida do bebê, a mulher passa 650 horas amamentando. Em média cada mamada dura 15 a 20 minutos, e isso acontece umas 10 vezes por dia. Sem falar em tudo mais o que mulheres fazem dentro de casa, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Bom, afinal, como reduzir esse efeito nocivo da economia do cuidado a fim de minimizar os impactos na saúde mental dos que se envolvem com ela? Pensando que a maioria dos envolvidos são mulheres, além de batalhar por políticas públicas que corrijam falhas estruturais, penso em duas questões práticas e imediatas.
A primeira é chamarmos os homens para serem também cuidadores, afinal, onde está escrito que a economia do cuidado é território prioritário das mulheres? A segunda é uma chamada para nós, mulheres. Precisamos nos libertar dessa culpa que nos persegue e nos coloca como soberanas no cuidar. A visão que temos é a de que se abrirmos mão do cuidar estamos sendo relapsas e em débito. Quem disse? Pois é, está mais do que na hora de acertarmos essa contabilidade da economia do cuidado, ainda estamos no vermelho e é urgente revertermos esse prejuízo.
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