Publicado em 28/08/2017, às 14h56 - Atualizado às 14h57 por Ana Guedes
Teoricamente muito fácil. Na vida real uma tarefa mais difícil que gincana.
Educar ou não atrapalhar sempre se confundiam e se confundem com a hora do não necessário, da crítica que não culpa mas ajuda a pensar, do permitir e do permissivo, do limite ao limitante.
Difícil.
Todo o dia na pratica, um mudar de ideia, uma nova escolha, um olhar atento, mas não sufocante.
Sei que vamos passar por muitos momentos destes, juntos, ou eu e o “banheiro”.
Como costumo dizer aqui na Pais e Filhos e na vida:
Agora recentemente abriu-se uma nova porta. Ou janela. Ou ponte.
Uma escola inovadora chega na cidade. Escolhida entre as 12 escolas inovadoras pela Unesco, Stanford, Microsoft no mundo.
Meu Deus! Inovadora ?! Eu mal acabei de por regras novas nos gadgets!
Vou lá ver.
Fui. Pena que não tem Pós graduação. Faria!
Aqui em Porto Alegre vai por enquanto até o nono ano.Convencional.
Pois lá nada convencional.
Como todas e únicas crianças.
E foi isto que me pegou.
Pedro sendo tratado como Pedro.
Com seu jeito, com seus gostos, com seus projetos.
Se a turma acha bacana construir um aquário vamos nessa: no aquário cabe Peixe, matemática, física, história, ciências…
Em São Paulo super funciona.
Aqui castigo em casa é não ir pra escola.
Sério?
Mas e o tema? O uniforme? O vestibular?
Minha conta foi: 1976 x 2010 é igual a 2017.
Uma conta inovadora pra quem nasceu em 1976 e teve um filho em 2010.
Para quem com 7 anos sonhava em ser bailarina e tem um filho que me explica pra que serve o Waze.
Uma angústia inovadora.
Uma possibilidade de dar a mão ao Pedro e confiar que sim, ele vai ouvir nãos, ele vai ter limites, mas que hoje em 2017 ele é minha inovação.
E eu que me acostume com isso.
Historicamente os jovens vão ao front nas guerras, os jovens movem a economia do mundo, os jovens fazem.
E sim, eu já tenho 41.
E não inventei os bitcoins.
E tenho medo disto tudo.
Mas preciso não atrapalhar.
Preciso me inovar.
Preciso me adaptar.
Se aprendi a trocar fraldas, ajudei a andar e consegui gerar em 38 semanas…
Agora é a vez de confiar nele.
As cenas do próximo capítulo não sou eu que escrevo.
Somos nós. Somos ele.
Me encho de coragem e ligo para a Diretora:
-Soledad. Amanhã te levo meu futuro.
Sim, o nome dela é Soledad!
Ao Pedro, mais que meu carinho, minha insuportável leveza do ser, como já me disse alguém do alto da estante de livros inovadores.
Vamos virar a mesa. Já baixei o Waze.
Que minha soledad me suporte.
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