Publicado em 24/11/2019, às 06h15 por Com a Palavra
“Não tenho muita coisa pra falar.” Esta é uma das frases mais ouvidas por Guilherme Valadares, editor do site Papo de Homem, nas rodas de conversa entre homens que tem conduzido pelo país. Ele conta que, se o grupo permanece atento ao que vem a seguir, algo especial costuma acontecer. Impulsionado pelo círculo de confiança à sua volta, um silêncio é quebrado. E o que vem depois é imprevisível. Pesquisas mostram que sete em cada dez homens lida com algum distúrbio emocional como ansiedade, depressão, insônia e diversos vícios. Os homens vivem, em média, 7 anos menos que as mulheres, cometem 4 vezes mais suicídios e são 95% da população prisional do país.
O mundo emocional masculino é um vulcão prestes a explodir. Pode não faltar assunto na roda de amigos, mas isso está longe de significar que eles se revelem. Somente 3 a cada 10 homens têm o hábito de conversar sobre seus medos com os amigos. A maioria deles fica remoendo sozinho o que sente – e sequer se julgam no direito de sentir. Por não saber nomear suas emoções, não raro o homem usa a violência como linguagem. O documentário “O silêncio dos homens”, iniciativa do site de Guilherme, estreou há alguns dias no Youtube como um passo importante para mudar essa realidade. Resultado de meses de gravação e mais de 40 mil entrevistas, é um convite ao diálogo. Assisti-lo me trouxe esperança, ao mesmo tempo em que sublinhou minha responsabilidade como mãe de um menino. Como quebrar a corrente que segue forjando a identidade masculina com base na força, censurando as manifestações de afeto?
Como combater esse silêncio que torna os homens um perigo para si mesmos e para as mulheres? Meu filho de 12 anos tem fobia de alguns insetos. Sou eu, a mãe forte e acostumada a se virar sozinha, quem entra no quarto
pra capturar a barata enorme que provoca o choro. Já me vi perdendo a paciência e, com o olhar ou com palavras, classificando aquela reação como indevida ou exagerada. Para dizer a ele “você não será menos homem por isso”, preciso não expressar o contrário com meus gestos, arraigados por uma educação machista. Como transformar esses sentimentos em lágrimas ou palavras curativas?
O que parece um bom exemplo para a sensibilidadedo meu filho – a mãe solo, que sustenta sozinha e com um estilo de vida não muito convencional – pode ser ainda mais opressor. Se a mulher e mãe lhe parece tão forte, como ele, sendo homem, poderá aceitar suas próprias fraquezas e sua vulnerabilidade? Cabe a mim provocar esse diálogo dentro de casa, no dia a dia. Não há movimento feminista que mude essa perspectiva se o diálogo não começar.
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