Publicado em 24/01/2024, às 10h16 - Atualizado às 10h16 por Ana Cardoso e Marcos Piangers
Se você acha que não ganhou presentes no fim do ano, pensa de novo. Alguns presentes a vida nos dá de graça e a gente nem percebe. Tipo o coração, ele bate dentro do seu peito sem que você se dê conta. Incansável, não pede nada em troca, você está tocando a sua vida preocupado com outras coisas e ele está lá, batendo de dia e de noite de graça por você.
Vários presentes a vida nos dá e a gente nem percebe. As coincidências da vida nos apresentam pessoas, que, por alguma razão, foram gentis com a gente sem pedir nada em troca. Gente que talvez a gente nem agradeceu. Muitos presentes a vida nos dá de graça.
Quando o Ano Novo está chegando a gente está cansado, não aguenta mais o ano velho. A gente está sem energia, vem um ano novinho recarregando nossas baterias, dando uma esperança inexplicável de que as coisas vão melhorar. Tudo vai dar certo, tudo vai ficar bem.
Alguma coisa muda dentro daquilo, de um dia para o outro. Da noite de 31 para a manhã do dia primeiro. É mais um presente de graça que a vida nos dá sem pedir nada em troca. E assim a gente percebe que não é o ano que é novo, é a gente.
Tudo que é demais enjoa. Calor demais, trânsito demais, gente demais. Mesmo adorando as férias acima de todas as coisas, neste verão eu só penso em ficar em casa. Não sou a única. Nunca na minha vida ouvi tanta gente planejando passar o réveillon na cidade, no silêncio da cidade vazia.
Começo até mesmo a me questionar se as ruas ficaram mais tranquilas no último ano. E se todo mundo ficou aqui? A sogra, que mora na praia e subiu a Serra do Mar para passar o Natal em nossa casa, contou que, em sua cidade, o noticiário promete o verão mais cheio da história, todas as pousadas com lotação máxima, mais de dois milhões de turistas e meia Argentina nos visitando.
Consigo ouvir na minha cabeça a voz de um famoso colunista anunciando que “a ilha vai afundar de tanta gente”. São sempre as mesmas promessas e tirando a parte de afundar, a lotação bate sucessivos recordes. Eu? Tô mais pra jogar um uno em casa do que pra fila pro picolé.
Muito se falou que 2023 foi o ano dos eventos. Teve show, congresso e encontro pra todos os gostos. Se o seu fim de ano não pareceu um Carnaval na Bahia, você é uma exceção, minha amiga. Há muitas coisas em nossa vida que fogem ao nosso controle, mas outras em que podemos influenciar e até planejar e definir como serão.
Um ano novo começa, com promessa de dias melhores. Com esperança de mais saúde, de estar em família e de se trabalhar o suficiente. Antes de marcar viagens e festas, de matricular os filhos em mil aulas que cansarão a todos durante o ano e de se cobrar com metas de academia, peso e trabalho, repense o que realmente te faz feliz.
Moral: “Um ano novo pode ser um recomeço maravilhoso, mas depende mais da gente do que de qualquer outro fator".
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