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10 sintomas mais comuns de depressão pós-parto com base na experiência das mães

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Publicado em 04/03/2022, às 12h02 - Atualizado em 16/01/2023, às 09h00 por Redação Pais&Filhos


Na longa lista de tabus de uma futura mãe ou de uma mãe recente, a depressão pós-parto (DPP) tem seu lugar no topo. Apesar de ser relativamente comum, a depressão pós-parto é amplamente mal compreendida. A condição afeta de 10% a 20% das novas mães e impacta brevemente cerca de 70% a 80% na forma de ‘baby blues’, uma condição menos severa e de curta duração.

“Como todas as doenças mentais, há tanto estigma e estereótipos que cercam a depressão pós-parto que torna difícil para uma nova mãe pedir ajuda ou admitir que ela pode estar lutando contra isso”, diz Crystal Karges, uma mãe especialista em saúde da Crystal Karges Nutrition que também passou por depressão pós-parto. “Muitos dos sintomas da depressão pós-parto são frequentemente mal compreendidos ou confundidos como parte da ‘nova maternidade’, quando, na verdade, pode ser uma doença mais séria que justifique intervenções profissionais”.

Grande parte da discrepância entre a aparência da depressão pós-parto e o que realmente é, vem da maneira como é retratada na mídia e na sociedade, especialmente nas redes sociais. Estamos acostumados a ver um de dois extremos – a mãe feliz que se sente além de #abençoada por ter ganhado de presente seu bebê precioso e que aproveita cada momento #semfiltro, e a nova mãe profundamente abatida que não consegue parar de chorar porque seu mundo foi virado de cabeça para baixo. A realidade, entretanto, é que existe todo um espectro de sintomas intermediários que são muito mais sutis – e muitos deles são específicos para a mãe que apresenta esses sintomas. Em outras palavras, os sintomas nem sempre são únicos.

Apesar de ser relativamente comum, a depressão pós-parto é amplamente mal compreendida (Foto: iStock)

É por isso que o termo Transtornos de Ansiedade e Humor Perinatais (da sigla PMADs, em inglês, Perinatal Mood and Anxiety Disorders) está rapidamente se tornando a denominação padrão ao se discutir as condições de saúde mental materna. “Os PMADs referem-se a um grupo de sintomas de saúde mental que ocorrem antes e depois do parto e que persistem por até um ano ou mais, que são caracterizados por mudanças no humor que podem interferir na capacidade da mulher de lidar com as tarefas do dia a dia, incluindo o vínculo com ela com o filho”, diz Patricia De Marco Centeno, médica, psiquiatra reprodutiva e diretora médica do Programa de Saúde Mental Materna do Hospital Hoag em Newport Beach, Califórnia.

Para entender melhor como os sintomas da depressão pós-parto se manifestam – e como eles realmente são – a Parents reuniu mulheres reais que sofreram e sobreviveram à DPP. Aqui estão os sintomas mais comuns, com base nas experiências delas.

1-Ansiedade

A grande maioria das mães sente-se ansiosa e em pânico, e esses sentimentos podem ser bastante intensos, não só por causa das mudanças hormonais após o parto, mas também por causa do impacto de trazer uma nova vida ao mundo e da responsabilidade que isso representa, diz Elyse Weinstein, médica, psiquiatra e co-presidente do Departamento de Saúde Mental da Kaiser Permanente em San Rafael, Califórnia. Para Rebecca Conklin, mãe de quatro filhos da Flórida, controlar sua ansiedade e nível de estresse era uma batalha diária. “Se o bebê chorasse, meu coração disparava. E só de dirigir com ela no carro eu já teria um ataque de pânico”, diz ela. “Se algo inesperado acontecesse, não importa se fosse grande ou pequeno, eu me via em meio a um ataque de pânico”.

Kristin White, uma mãe de dois filhos de Washington, também sofreu ataques de pânico causados ​​por ansiedade pós-parto que foram tão debilitantes que a levaram para o pronto-socorro em algumas ocasiões. “Eu constantemente me preocupava com medos irracionais, como um acidente de carro fatal, meu filho sendo sequestrado por uma babá ou eu morrer e deixar meu filho sem mãe”, diz ela. “Eu reconheci que esses não eram pensamentos normais, mas às vezes eles se manifestavam em uma sequência interminável de pensamentos”.

2-Perda de interesse em hobbies e atividades

Muitas mães que sofrem de depressão pós-parto têm menos probabilidade de se envolver em atividades que antes achavam agradáveis, como corrida, yoga, escrever um diário, passar tempo com as amigas ou fazer as unhas. Claro, participar de muitas dessas atividades é mais desafiador quando você está cuidando de um novo bebê o tempo todo, mas uma redução mais severa no interesse por eles é preocupante. “Se uma nova mãe costumava ter muita energia e alegria com o que fazia, mas agora não consegue sentir nenhuma alegria fazendo nenhuma das coisas que ela gostava, é um sinal de PPD”, diz Mary Ann Block, diretora-médica do The Block Center.

Vanessa Gordon, uma mãe de dois filhos de Nova York, não tinha interesse em falar ou ver ninguém e ignorava ligações, e-mails e mensagens logo que se tornou mãe. “Eu não tinha interesse em nada divertido porque achava que não era merecedora”, diz ela. “Até mesmo comemorar o aniversário de um amigo duas semanas depois que meu bebê nasceu foi difícil – acabei não aparecendo porque me sentia merecedora de ter um amigo.”

3-Irritabilidade e mudanças de humor

É difícil para qualquer pessoa manter a calma quando está privada de sono, embora as mudanças bruscas e drásticas de humor e a sensação de não ser capaz de controlar as emoções frequentemente sinalizem depressão pós-parto, observa Dr. Blocker. Gordon descreve isso como se todos estivessem esperando algo dela. “Qualquer coisa poderia me incomodar, desde meu bebê precisando de uma troca de fraldas, até minha necessidade de levantar imediatamente até ouvir ‘você precisa dormir um pouco’ combinado com ‘você deve encontrar alguém para te ajudar’”, diz ela. “Qualquer desacordo, grande ou pequeno, desencadeava essa irritabilidade”.

4-Crises de choros frequentes

Explosões repentinas de choro são frequentemente associadas à nova maternidade, em parte devido aos desequilíbrios hormonais relacionados às semanas após o parto, mas tendem a durar mais em mulheres com depressão pós-parto. Além disso, muitas vezes as mães com depressão pós-parto começam a chorar sem nenhuma razão prévia. Das muitas coisas que fizeram Karges chorar depois de ter seu bebê, a maioria eram coisas que nunca a teriam incomodado antes, como ficar sem leite ou não ser capaz de encontrar algo que estava procurando. “Eu simplesmente explodia em lágrimas e me sentia completamente dominada por minhas emoções”.

5-Raiva, muita raiva

Junto com a sensação de irritabilidade, muitas mães notam que sentiram momentos intensos ou mesmo horas de fúria. Karges explica que esse sintoma é bastante comum e surge em um episódio de raiva muitas vezes dirigido contra si mesma, outros membros da família ou até mesmo o bebê. White até mesmo se viu direcionando a raiva para pessoas aleatórias que ela havia encontrado ao longo do dia. “Se alguém não respondesse meu e-mail no trabalho, se eu me sentisse desrespeitada por um caixa do supermercado, ou meu marido não colocasse as coisas na máquina de lavar louça corretamente, eu sentia o fogo dentro de mim e só tinha vontade de bater e gritar”, diz ela. “Infelizmente, meu filho experimentou um pouco dessa raiva quando ele não fazia as coisas ‘normais’ de uma criança, como sentar no assento do carro”.

6-Sentir-se desconectada do seu bebê

A falta de interesse pelo bebê ou a ansiedade intensa em torno dele podem ser alguns dos sintomas mais angustiantes tanto para a mãe quanto para a família, explica Dr. Weinstein. “É difícil para todos os envolvidos entender que esses são sintomas e não uma indicação da capacidade de uma mãe”, diz ela. “Eles falam sobre o nível de depressão e falta de capacidade de funcionar e também podem ocorrer devido à profunda falta de sono e à ansiedade que ocorre com o PPD”. Kargas descreve a sensação de estar apenas realizando o processo de cuidar de sua filha e de suas necessidades, mas não se sentindo emocionalmente conectada a ela. “Tantas vezes eu ouvi mulheres descreverem o amor e afeição imediatos que sentiam por seus bebês, e isso nunca aconteceu comigo”, diz ela. “Em vez de saber que estava, de fato, lutando contra um sério problema de saúde mental, me culpei por ser uma mãe ruim”.

7- Culpa intensa

É típico que mães e pais sejam críticos de si mesmos, explica Dr. Weinstein. “Eles imaginam querer imitar o que seus próprios pais fizeram ou fazer de forma diferente de como foram criados”, diz ela. “A mãe pode se sentir derrotada como se ela não estivesse fazendo nada certo”. Para Anna Yam, Ph.D., especialista em saúde mental perinatal da Bloom Psychology que sofreu de depressão pós-parto em primeira mão, a culpa era o sintoma mais difícil de engolir. “Eu me senti culpada por querer tirar um tempo do meu bebê e por não ter energia suficiente para fornecer a ela ‘estímulo adequado’”, ela descreve. “Eu me senti culpada por não ‘aproveitar’ a primeira infância dela”.

A depressão pós-parto afeta de 10% a 20% das novas mães e impacta brevemente cerca de 70% a 80% na forma de ‘baby blues’, uma condição menos severa e de curta duração (Foto: Shutterstock)

Conklin também se lembra de sentir imensa culpa e vergonha – especialmente depois das vezes em que ela gritou ou ficou irritada com o marido ou com os filhos. “Tornou-se um ciclo vicioso que me fez afundar ainda mais na depressão”, diz ela. “Quanto mais me sentia fora de controle com minhas emoções, mais sentia que estava falhando com meus filhos”.

8-Falta de sono – ou sono demais

A maioria das novas mães têm dificuldade para dormir, especialmente nos primeiros meses; no entanto, Dr. Weinstein explica que algumas novas mães têm problemas de sono devido à depressão ou ansiedade. “Ou o corpo não os deixa dormir ou a mente não consegue descansar, o que pode fazer com que se preocupem mais e tenham pensamentos repetidos sobre as menores coisas”, diz ela. “Isso pode ser bastante angustiante e interferir no funcionamento do corpo”. Embora White não tenha problemas para adormecer, ela se lembra de acordar a cada três ou quatro horas, mesmo quando seu bebê estava dormindo bem no berço. “Eu acordava com ansiedade, sempre pensando no que eu precisava fazer e hipotéticos (e se meu bebê morresse, e se meu marido me deixasse, e se eu tivesse câncer)”, diz ela.

9-Mudanças no apetite

“Quando uma pessoa está deprimida ou ansiosa, ela pode comer demais, por causa do nervosismo ou para se sentir melhor, ou perder o apetite por completo”, explica Dr. Weinstein. “Seu estado de aborrecimento tira o apetite e, em alguns casos, pode ser que eles não estejam cuidando de si mesmos por falta de motivação e energia para fazê-lo”. White se viu comendo mais do que de costume e bebendo várias xícaras de café na tentativa de diminuir o apetite. “Eu usava a hora da soneca como desculpa para almoçar pela segunda vez na frente da TV”, ela compartilha.

Para Gordon, isso se manifestou na incapacidade de comer carne devido a imensos sentimentos de culpa ao fazer isso. “Era tão ruim alguns dias que eu mal conseguia me servir de um copo de suco, levantar da cama foi um verdadeiro feito”.

10-Sentimentos de desesperança e isolamento

Muitas mães que sofrem de depressão pós-parto expressam sentimento como se estivessem em sua própria bolha – que seus entes queridos simplesmente não ‘entendem’ o que estão passando. Para aumentar o problema, os sintomas de PPD tornam difícil para as novas mães se conectarem ou mesmo se comunicarem com seus entes queridos. Emily Merriman, mãe de três filhos de Chicago, sentiu como se ninguém fosse entender o que ela estava passando. “Eu não queria sair de casa ou falar com ninguém com medo de que sentissem que algo estava realmente errado comigo”, diz ela. “Mesmo quando meus amigos disseram que me entendiam, eu senti que eles não poderiam saber o que eu estava sentindo”.

-Como ter ajuda

Apesar de a depressão pós-parto ser comum – especialmente os sintomas menos graves do ‘baby blues’, muitas mães sofrem sozinhas ou se sentem envergonhadas. “Cada mulher experimentará os sintomas de forma diferente, por isso é fundamental pedir ajuda ou falar com alguém se achar que algo não está certo”, diz Karges. “Você pode se sentir preocupada, envergonhada, constrangida ou com medo de admitir os sintomas que está experimentando, mas lembre-se de que esses sintomas não definem quem você é como mulher e mãe”. Ajuda profissional e recursos estão disponíveis para apoiá-la em sua jornada para que você possa aproveitar melhor a maternidade – não tenha vergonha de pedir referências ao seu obstetra ou pediatra. Afinal, cuidar de você e de seu bebê é o trabalho deles.


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