Publicado em 02/02/2021, às 09h08 - Atualizado às 18h09 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Nesta terça-feira, 2 de fevereiro, a revista científica “The Lancet” divulgou os resultados preliminares de fase 3 da vacina contra Covid-19, Sputnik V, desenvolvida pelo instituto russo Gamaleya. Foi apresentado 91,6% de eficácia contra a doença. Nos casos moderados e graves, a eficácia foi de 100%.
Durante uma subanálise realizada com 2 mil adultos com mais de 60 anos, a taxa de eficácia foi de 91,8%, sendo bem tolerada nesta faixa etária. Até o momento, esta é a quarta vacinacom os resultados publicados na revista depois da Pfizer, Oxford e Moderna. Isso significa que os dados foram analisados e revisados também por outros cientistas.
Dra Ana Karolina Barreto Marinho, especialista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, mãe de Laura e Guilherme, explica como os estudos chegam os resultados: “A taxa de eficácia é avaliada entre pessoas que receberam a vacina e que ficaram doentes, comparadas com pessoas que não receberam a vacina e também foram contaminadas. Então essa relação de pessoas que tomaram ou não o imunizante, foram expostas ao vírus e ficaram doentes é analisado e calculado a taxa de eficácia”.
Com aplicação em duas doses, o estudo mostrou que a taxa de eficácia de 91,6% significa que em 91,6% dos casos houve a possibilidade da redução de casos em relação ao grupo vacinado e não vacinado. Para as pesquisas, houveram 19.866 participantes, sendo que 14.964 voluntários tomaram a vacina e 4.902 placebo. Entre os vacinados, houveram apenas 16 casos de Covid(0,1%) e 62 casos nos que não tomaram a vacina (1,3%).
Até o momento, não houve nenhum efeito colateral grave associado à imunização, podendo ter sido notado apenas efeitos adversos leves como, por exemplo, sintomas semelhantes ao da grupe, dor no local da injeção, baixa energia e fraqueza. Vale lembrar que o estudo ainda está em andamento, e possui o objetivo de incluir um total de 40 mil voluntários. Serão necessários ainda pesquisas para determinar a eficácia da vacina em impedir a transmissão da doença. A médica comenta ainda que, pelo fato dos resultados serem preliminares e ter a possibilidade de um aumento no número de voluntários, pode ser que a taxa de eficácia mude futuramente.
Desenvolvida com vetor viral, um outro vírus (o adenovírus) “leva” o RNA do coronavíruspara dentro do corpo, mas sem conseguir se replicar e causando a doença. Na Sputnik, esse adenovírus é diferente em cada uma das doses, sendo o Ad26 na primeira e o Ad5 na segunda.
Segundo os cientistas russos, usar um adenovírus diferente em cada uma das doses pode ajudar em uma resposta imunológica mais poderosa, pois diminui o risco do sistema imunológico criar uma certa resistência por conta do vetor inicial.
Apesar da vacina de Oxford também usar o adenovírus em sua tecnologia, a Dra Ana Karolina Barreto Marinho comenta a diferença entre as duas: “Na de Oxford, eles utilizam o adenovírus de chimpanzés, e na Sputnik V são usados dois tipos de adenovírus humanos, considerados inofensivos. Mas, a tecnologia das vacinas são semelhantes e já conhecidas apesar de não serem tão utilizadas assim. Para o coronavírus é algo novo quando nos referimos ao vírus”.
A vacina russa ainda não está sendo testada no país, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está verificando um pedido para que o estudo possa ser feito no Brasil. Foi determinado que apenas vacinas testadas em solo brasileiro poderão receber a autorização para o uso emergencial.
Na última semana, a Anvisa realizou uma reunião com a União Química sobre a possibilidade de um acordo de transferência de tecnologia para que a vacina possa ser produzida no Brasil. Na última segunda-feira, 1º de fevereiro, a empresa enviou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) que diz poder entregar 150 milhões de doses da Sputnik V até o final de 2021.
Ainda no primeiro trimestre, de acordo com a farmacêutica, a Rússia está pronta para encaminhar 10 milhões de doses prontas assim que a Anvisa conceder o uso emergencial.
Para desmistificar essa questão, conversamos com o Médico infectologista, Gerente de Qualidade do Hospital infantil Sabará e membro da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Francisco Ivanildo de Oliveira Jr., pai de Beatriz. Ele explicou que é preciso avaliar outras questões além da taxa de eficácia.
“É óbvio que quanto maior a eficácia da vacina, mais gente vai ficar protegida e em tese eu preciso vacinar menos pessoas para ter a minha população protegida. Eu nunca vou conseguir ter 100% de cobertura vacinal, porque algumas vão se recusar, outras não podem tomar a vacinaporque tem algum tipo de contraindicação médica, como alergia ou alguma doença que impede que essa pessoa tome. Então, a gente sempre vai procurar uma vacina que tenha o máximo de eficácia”, explica.
Como exemplo, o especialista fez uma comparação entre as vacinas da Pfizer e a da CoronaVac: “Teoricamente, a vacina da Pfizer é melhor que a CoronaVac, mas por outro lado, a gente tem que levar em consideração uma série de fatores que são importantes e que precisam ser considerados principalmente em países, de média e baixa renda como é o caso do Brasil. Então, o preço de cada dose da CoronaVacé muito inferior, assim como da vacina de Oxford, do que o preço da vacina da Pfizer e a da Moderna. Então com o mesmo valor eu consigo vacinar um número muito maior de pessoas. Além disso, algo que é muito importante também é quais são os cuidados, logística e estrutura que eu preciso ter para garantir a conservação dessa vacina em temperatura adequada”.
Sobre a conservação das vacinas, o infectologista falou sobre as temperaturas determinadas. “A vacina da Pfizer precisa ser mantida em uma temperatura de -70 graus, na vacina da Moderna são -20 graus. Essas outras vacinas, que tem uma eficácia menor, como é o caso da CoronaVac e da de Oxford, elas podem ser conservadas em temperaturas de 2 a 8 graus, já utilizada habitualmente na maioria das vacinas. É muito mais fácil, principalmente em um país com dimensões continentais com o Brasil, em que a gente vai ter que levar a vacina para os sertões, matas, entre outros, garantindo que essa vacina seja mantida na temperatura adequada para que ela não perca as suas propriedades”.
Outro ponto levantado pelo especialista é o perfil de segurança, levando em conta os efeitos colaterais. “Mesmo se a vacina não tiver uma eficácia tão alta, mas apresentar um bom perfil de segurança, poucos efeitos colaterais e é bem tolerada, ela mesmo assim continua sendo uma vacina útil. Tudo é uma de possibilidade e acessibilidade à vacina. São vacinas que atingem o mínimo estipulados pelas agências reguladoras da Organização Mundial da Saúde para ser considerada como útil, que seria a eficácia de 50%. Então, elas são úteis sim e vão nos ajudar a médio prazo a superar essa situação da pandemia”, conclui.
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