Publicado em 02/08/2018, às 14h13 - Atualizado em 08/02/2019, às 07h00 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo
Não é de hoje que histórias e desafios perigosos são espalhados pelas redes sociais. Em 2017, o “jogo da Baleia Azul” foi tão sério, que ficou associado diretamente com o aumento de casos de suicídioentre crianças e adolescentes, causando preocupação em famílias do mundo tudo.
Desta vez, autoridades de vários países foram alertadas pelo aparecimento de “Momo”, um desafio que começou a circular entre os jovens pelo WhatsApp — o jogo consiste em adicionar um contato com o suposto número do Momo e iniciar uma conversa. Com uma aparência aterrorizante, a imagem do Momo ficou famosa pelo aplicativo de conversas e vem causando curiosidade entre os internautas. Mas especialistas advertem que o desafio pode ser algo muito mais sério do que uma simples distração online.
Histórias compartilhadas por youtubers, por exemplo, que testaram o desafio, contam que “Momo” seria uma suposta entidade sobrenatural que fala a partir de um número específico pelo WhatsApp. Segundo os relatos, o número envia fotos e vídeos perturbadores, além de serem chantageados com informações pessoais e ameaças. Como toda lenda urbana, a história de Momo, claro, não é real. A imagem que está circulando trata-se apenas de uma escultura que pertence ao museu Vanilla Gallery, no distrito de Ginza, em Tóquio, no Japão.
Os riscos do jogo
À primeira vista, o Momo parece ser algo inofensivo, até que a pessoa por trás do número começa a fazer ameaças envolvendo os familiares das crianças usando informações pessoais da família, desafiando os jogadores a fazer coisas perigosas.
A Unidade de Investigação em Crimes Informáticos do estado de Tabasco, no México, lançou um alerta, informando que os participantes do desafio podem ser incitados ao suicídio, violência, sofrer assédio e se tornarem vítimas de roubo de informações pessoais.
Se você ou sua família for “vítima” do Momo, a recomendação de especialistas é bloquear imediatamente o número para que ele não entre mais em contato, seja por ligações ou pelo WhatsApp, já que sua privacidade pode estar em risco.
O que os pais podem fazer
Segundo o CyberHandbook, somente no Brasil, 62 milhões de pessoas foram vítimas de cibercrimes em 2017, o que representa 61% da população adulta com acesso à internet. Entre crianças e adolescentes, esse número aumenta: cerca de 80% dos pais não têm ideia dos conteúdos acessados pelos filhos diariamente na internet, o que os coloca em uma posição vulnerável.
Para Andrea Ramal, consultora em Educação, Doutora em Educação pela PUC-Rio e autora do livro Educação na Cibercultura, os pais precisam estar conectados e participar ativamente do mundo digital para conseguir monitorar a atuação dos próprios filhos nas redes sociais.
“Eles precisam se informar cada vez mais sobre as novas tecnologia e aprender a usar os dispositivos e mídias que os filhos dominam. Só assim, vão conseguir saber o que está acontecendo e agir de forma preventiva sempre que uma possível ameaça for detectada”.
Mas tudo deve ser feito com consciência, não vale entrar com uma postura de somente vigiar e controlar. É preciso construir um diálogo em família sobre o uso da internet, para que a criança ganhe autonomia e aprenda aos poucos o que pode ou não fazer nas redes. “Os pais devem se mostrar sempre receptivos a conversar e se interessar pelo ocorrido, sem sermões, mas buscando informações que possam elucidar o caso e confortar a criança”, aconselha Andrea.
De olho no seu filho
Para proteger sua família de desafios onlines desse tipo, que nada têm de brincadeira, é preciso observar comportamentos que fujam do normal, como alteração do humor, aumento da agressividade, tristeza, prostração ou emagrecimento. “A atenção deve ser redobrada com aqueles jovens que já apresentem tendência à depressão, que costumam ser especialmente atraídos por jogos prejudiciais”, aconselha Andrea.
Caso seu filho seja exposto a golpes e cibercrimes como esse, o melhor caminho é denunciar e registrar pelo número 181 ou diretamente em uma delegacia. “Para contribuir com o trabalho das autoridades, é indicado que os pais consigam uma imagem da página, que pode também ser impressa, registrem as conversas e armazenem todas as informações que possam contribuir para o esclarecimento do caso. Também vale entregar computadores e aparelhos celulares para que sejam realizadas perícias e os criminosos possam ser encontrados e punidos”, explica Andrea.
Além disso é muito importante procurar a escola, conversar com o diretor, psicopedagogo ou psicólogo, e com os professores que acompanham a criança, para avaliar a situação como um todo, a partir de diferentes pontos de vista. “É necessário incentivar, na escola e em casa, o questionamento sobre as razões e consequências de atos e escolhas, e refletir sobre valores. Esses desafios online, e outros tipos de riscos do uso da internet, precisam ser debatidos de forma transparente entre professores, pais e alunos”, aconselha a especialista.
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