Publicado em 18/04/2019, às 08h02 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h28 por Yulia Serra, Filha de Suzimar e Leopoldo
Lucilene Sandler sabe que sonhou alto, mas foi essa ousadia que a fez inovar e lançar um chocolate orgânico e artesanal para pessoas com restrições alimentares. Com a maternidade, ela decidiu mudar de vida e criou a La Flor de Cacau. Aproveite o clima de Páscoa para conhecer a história desta mãe empreendedora:
“Sou psicóloga, atuava nas áreas de Psicologia Sócio-Educacional em função de um concurso público, na Clínica em função do consultório que possuía e, após meu mestrado, em um programa interdisciplinar que congregou Educação Ambiental com Psicologia Social e Desenvolvimento Sustentável. Além disso passei a dar aula no Ensino Superior.
Eram muitas horas de trabalho semanais, em alguns momentos, mais de 60. Reduzi o ritmo depois que minha primeira filha nasceu. Fiquei com poucas disciplinas, diminuí o tempo no consultório e deixei a vaga em que era concursada.
Mesmo assim, foi desafiador e cansativo conciliar a atuação profissional e a maternidade, principalmente porque a minha renda era a maior da casa.
Dois anos depois, larguei tudo para acompanhar o marido em um desafio profissional dele e mudei de cidade grávida de minha segunda filha. Voltar ao trabalho convencional era inviável porque teria que reconstruir minha carreira e por um bom tempo não receberia o suficiente para compensar o valor de duas vagas integrais em creches.
Estava em um limbo, querendo fazer algo diferente do cuidado das meninas e da casa. Ao mesmo tempo, sentia-me muito mais cansada do que quando trabalhava fora 60 horas semanais. Questionava-me se daria conta de algo a mais.
Então, no período pós carnaval do ano passado, pensando em uma alternativa de chocolate mais saudável para minhas filhas e meu pai, diagnosticado com diabetes, comecei a desenvolver um chocolate caseiro. A princípio sem pretensões comerciais.
Mas lembrei da dificuldade de uma amiga chocólatra em ter que cortar chocolate de sua dieta, por ter traços de leite e seu bebê ter APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca) e de várias pessoas (pacientes, crianças autistas que acompanhei, celíacos, bariátricos e tantos outros) que amavam chocolate, mas que tinham alguma restrição alimentar.
Pensei na função social da comida, do chocolate como ferramenta de inclusão, da importância de desenvolver produtos verdadeiramente sustentáveis, mas que também contribuíssem para o desenvolvimento de uma economia consciente solidária.
Vi que poderia congregar tudo isso em meu chocolate. E sonhei alto! Para a Páscoa, com pesquisas, pouco investimento e aproveitando ao máximo os meios que tinha disponível, lancei os ovos.
Depois fui estudar, ainda de forma autodidata, sobre chocolate e um universo se abriu! Fui em congressos, conheci produtores de cacau orgânico, com métodos de produção sustentável, conheci fazedores de chocolate e uma rede linda de apoio ao desenvolvimento de um chocolate no Brasil.
Aos poucos, desenvolvi minhas receitas, comprei o moinho de pedra, um moedor de café e itens básicos para a produção que ainda é pequena e conciliada com o cuidado das filhas. Ou seja, aos fins de semana e quando elas dormem!
Também comecei a ir em feiras locais e, além de comercializar, divulgar o produto e o processo de produção de chocolate artesanal. Estabeleci uma briga interna em vários momentos por cobrar de mim um aumento na produção para conseguir deixar em lojas para revenda – já que uma loja própria ainda não é viável.
E levei um tempo para fazer as pazes e entender que entrei no empreendedorismo materno por ser uma mulher que não caberia no mercado tradicional, posto que queria conciliar o cuidado das minhas filhas com uma renda, o que seria incompatível em alguns momentos com o cumprimento de prazos, metas ou dedicação exigidos.
Entendi que o modelo de sucesso para mim é outro. Não tenho um grande empreendimento com um grande faturamento ainda, mas tenho sucesso por congregar os valores que desejava aos meus produtos e ter uma renda. Sou atuante no desenvolvimento de uma economia solidária e sustentável e cuido das minhas filhas.
Aos poucos, conforme a Lara e a Flora crescerem, a La Flor de Cacau crescerá também. O empreendedorismo materno tem o desafio de estabelecer um outro ritmo econômico, de desenvolvimento e, inclusive, outro modelo ou modelos de empreender!”
A maternidade pode te fazer enxergar novas possibilidades e espaços para empreender. Se esse é o seu caso, conte sua história para nós pelo direct do Instagram (@paisefilhosoficial). Assim como Lucilene, participe do projeto Nascer de Novo, nossa parceria com a Brascol, para valorizar o empreendedorismo materno.
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