Publicado em 11/06/2020, às 11h50 - Atualizado às 14h26 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo
“Estamos passando por um momento desafiador e a família, mais do que nunca, deve estar unida e em harmonia”, acredita Dra. Adrielle Fonseca, neuropediatra com prática no tratamento do Autismo e em formação pela Medical Academy of Pediatric and Special Needs (MAPS) e médica integrante do NESTIA ( Núcleo Especializado em Transtornos da Infância e Adolescência) em São Paulo, filha de Carlos Antonio e Maria Angelica. Isso vale para todo mundo, mas ela destaca que é ainda mais necessário se há em casa crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista). A brusca transformação de rotina é sentida de forma um pouco mais intensa por elas, uma vez que tendem a ser resistentes à mudanças.
Mayra Gaiato, psicóloga e neurocientista, especialista em autismo, mãe de Theodoro, completa: “Essas crianças precisam e gostam de um padrão repetitivo. Então para elas, não poderem sair, ir para a escola, não terem os finais de semana bem discriminados, as terapias e esportes que faziam é um sofrimento a mais por sair do script. E isso traz uma consequência bem severa que pode desencadear comportamentos disruptivos”. Por isso, ambas especialistas reforçam a necessidade de dizer sempre a verdade, mesmo que seja dura e difícil.
“A maioria das crianças com autismo têm uma cognição preservada e, muitas vezes, inteligência acima da média. É importante informar as crianças do que está acontecendo no mundo de forma clara, com intuito de inclui-las no processo de conscientização e prevenção, mas respeitando o nível de entendimento de cada uma”, afirma Adrielle. Segundo ela, essa posição fará com que a criança entenda o motivo das mudanças e se sinta mais motivada a colaborar.
Mas é preciso tomar cuidado com o bombardeamento de informação. Isso não faz bem para os pais e muito menos para os filhos. Mayra indica que você transforme a história em imagens para simplificar e facilitar a compreensão: “A melhor forma de explicar para crianças autistas o que está acontecendo sempre é através de um material concreto e visual”. Segundo ela, você pode colocar um painel com as informações e regras dessa “nova rotina” de forma clara e objetiva.
“Escreva o que pode em uma tabela e o que não pode com um ‘X’ vermelho em cima”, sugere. Como Mayra enfatiza, prevenir é sempre o melhor caminho e essa iniciativa pode evitar crises ou até retrocessos no tratamento. Acima de tudo, é preciso falar com o seu filho, porque o silêncio irá gerar ainda mais angústia e confusão na cabeça dele, ao não ter o pensamento legitimado.
As profissionais entendem que é um desafio manter a tranquilidade e podem haver momentos de crise, por isso Mayra dá uma dica para reagir nessas situações: “Mostre para a criança que você entendeu, não tenta disfarçar, não tenta falar de outro assunto. Mostre que estão juntos e conectados. Diz que entende a angústia dela, que sente muito e sabe que é difícil, mas que agora não pode”. É importante não dar nada em troca como “recompensa”, para que o filho não tenha a impressão de que quando se desregula, ganha um prêmio. Converse no início, mas depois espere passar, sentado ao lado dela. Depois que tiver fim, você pode dar outras alternativas para a criança: “O que você pode é brincar com isso, assistir aquilo ou pegar tal coisa”.
A segurança deve ser tratada como prioridade, então não é uma alternativa furar as recomendações dos órgãos de saúde para manter a rotina regular do seu filho, mas é possível adaptar essa nova. Adrielle garante: “Para isso é importante que se estabeleça um cronograma de atividades semanais, desenhando assim uma nova rotina. A criança autista necessita desse planejamento para autorregulação”. Essa ferramenta deve incluir várias atividades durante a semana para estimular diversas áreas cerebrais.
Outro ponto para se atentar é o seu comportamento diante de tudo o que está acontecendo. “Os filhos são espelhos dos pais. Se os pais estiverem apreensivos, alimentando medo e insegurança, as crianças serão as primeiras a serem afetadas. Desse modo, é importante que os pais também busquem o equilíbrio emocional, através de hábitos saudáveis”, defende. Mayra acrescenta: “Os pais sempre foram os protagonistas no tratamento, desenvolvimento e evolução de uma criança com autismo, mas esse período está trazendo isso bem explícito para todo mundo”.
Isso não exclui a necessidade de fazer terapia, mantendo os atendimentos de forma online. É fundamental continuar com essas consultas para não perderem habilidades que tinham adquirido e controlar comportamentos agressivos ou causados pelo estresse. “Uma parte das famílias está tendo essa oportunidade de se apropriar do tratamento e nos agradecendo, contando que o filho está tendo até mais resultado”, pontua Mayra. E é justamente esse aprendizado que a psicóloga afirma que as famílias devem levar para a vida: “Os pais são protagonistas e precisam continuar sendo depois desse período”.
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