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Viver até os 100 anos: será que estamos prontos?

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Publicado em 18/05/2017, às 14h28 - Atualizado às 14h32 por Adriana Cury


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Sabemos que a expectativa de vida aumentou. Já não é mais tão raro ver pessoas com 90 ou 100 anos de idade. Mas você já parou para pensar que o seu filho, que está no seu colo ou brincando ali do lado, vai viver até os 100 anos? E, o principal, vem agora: quando eles passarem do 65 serão menos saudáveis do que os adultos que tem 65 anos hoje.

Essa informação, assim como outros dados interessantes sobre longevidade, foram apresentados hoje no debate anual da Merck Consumer Health, em Darmstadt, na Alemanha. As diferentes mesas de bate-papo reuniram especialistas de diversas organizações, como ONU, UNICEF e Federação Mundial da Obesidade, para citar alguns. O evento divulgou as conclusões do estudo “Kids on Old Age” (Crianças na velhice, em tradução livre), realizado pela Merck em parceria com o centro de pesquisa da The Economist. O estudo analisou pessoas e ações em cinco países, incluindo o Brasil e a Alemanha. Foram entrevistados sobre a qualidade da saúde das crianças, 400 pais (200 mães e 200 pais), bem como 101 educadores.

A pesquisa comprovou que os jovens de hoje terão menos saúde do que os adultos de hoje, se nada mudar drasticamente. “As pessoas estão vivendo mais. As mulheres, inclusive, estão vivendo mais do que os homens. Contudo, ainda são as decisões pessoais, como fumar ou levar uma vida sedentária, as principais causas de mortes naturais”, explicou Marc Luy, do Vienna Institute of Demography.

Transmissão de conhecimento

O estudo mostrou que pais e professores têm consciência do que é melhor e mais saudável para as próximas gerações, mas nem sempre é fácil transformar informação em atitude. No entanto, é preciso persistir. “A mente dessas crianças de hoje não é igual à nossa. Não é necessário simplificar demais as informações, eles entendem o que é realmente importante. Nem sempre se tem estrutura para passar o conhecimento adiante, mas precisamos ao máximo fortalecer essa corrente”, diz Erasmus Morah, diretor da UNAIDS. “Antes as pessoas se preocupavam em ter AIDS e morrer por conta disso. Hoje elas tem medo de morrer pelos maus hábitos que têm”.

Também se discutiu o quanto as escolas colaboram para que esse conhecimento sobre a saúde seja disseminado entre os pequenos, uma vez que falar de saúde não é necessariamente um conteúdo curricular. De acordo com a pesquisa, a maioria das escolas se restringe a ter aulas de educação física, que basicamente trabalham habilidades esportivas. Pouco é ensinado sobre nutrição, e há menos ainda preocupação com a consciência da saúde mental. As crianças têm apresentado problemas, como depressão e estafa cada vez mais cedo. “Nossas crianças estão exaustas. Tenho três filhos e eles têm tanta lição de casa que eu nem consigo ajudar – e eu tenho PhD!”, brinca Morah.

Só que a escola não está sozinha nessa batalha. A comunidade onde se vive e os pais têm uma grande parcela de responsabilidade. “A educação formal é importante, mas a educação de uma criança que vai viver 100 anos precisa de mais do que isso. É necessário criar um ambiente para que ela coloque em prática o que aprende na escola. É um dever da comunidade onde ela está inserida, e isso inclui o núcleo familiar”, afirma Etienne Franca, líder do departamento de comunicação da ONU responsável pelo projeto Every Woman, Every Child.

Portanto, o exemplo para a criança que vai viver 100 anos deve começar dentro de casa, e com ações reais. “Ouço muitos pais falarem ‘faça o que eu digo, não faça o que eu faço’. É muito fácil agir dessa forma, e não é isso que realmente engaja as crianças a terem atitudes mais saudáveis. As crianças querem fazer parte de alguma coisa, elas gostam de desafios, de jogos. Ensinar uma vida saudável pode ser muito mais divertido, e com mais chances de despertar o interesse delas”, completa Atilla Cansun, diretor de Marketing da Merck Consumer Health.

Por isso, prepare-se: a criança que vai viver 100 anos é o seu filho, e os pais também terão uma vida prolongada se adotarem hábitos tão saudáveis quanto os que esperam que a criança tenha. Vamos viver para contar essa história!

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