Publicado em 10/09/2022, às 06h54 - Atualizado às 06h57 por Redação Pais&Filhos
Nesta última quinta-feira 08, de setembro foi confirmado o primeiro caso de varíola dos macacos(monkeypox) em uma criança, no estado do Ceará. A paciente é uma menina, moradora de Fortaleza, segundo a plataforma da Secretaria da Saúde do estado (Sesa), o caso aparece confirmado na faixa etária entre zero e nove anos.
No Ceará, ao todo já foram confirmados casos, 29 prováveis e 312 suspeitos. Entre as 804 notificações da doença, 364 já foram descartadas. O Ceará tem 12 municípios com casos confirmados; são eles: Fortaleza,Caucaia, Maracanaú,Russas,Sobral,Barbalha,Eusébio,Itaitinga,Jijoca de Jericoacoara,Massapê e Pacajus.
Além do Ceará, outros dois pacientes infectados foram encontrados nos estados: Bahia e Piauí. A faixa etária com mais casos confirmados é de 30 a 39 anos; e os homens são os responsáveis pela maioria dos registros.
Segundo o Ministério da Saúde, monkeypox é um vírus que pertence ao gênero orthopoxvirus, considerado uma zoonose viral e transmitido aos seres humanos a partir de animais. O nome se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cão-da-pradaria.
A Europa, o epicentro da transmissão da doença, e os Estados Unidos já estão vacinando parte da sua população considerada de risco. Entretanto, ainda não há vacina suficiente para vacinar toda a população. Com o número crescente de casos, a ONU orienta os países a vacinar quem teve contato com pessoas infectadas e profissionais de saúde. A entidade também pede que os países que apresentam casos informem sobre seu estoque de vacinas e, em caso excedente, se disponibilizem a oferecer imunizantes para países mais pobres.
Os sintomas podem ser confundidos com uma gripe, como febre, fadiga, dor de cabeça e dores musculares, mas em geral, de a um a cinco dias após o início da febre, aparecem as lesões na pele, que aparecem inicialmente na face, espalhando para outras partes do corpo.
Elas vêm acompanhadas coceira e aumento dos gânglios cervicais, inguinais (ínguas) e uma erupção formada por pápulas (calombos), que mudam e evoluem para diferentes estágios até cicatrização. Vale ressaltar que uma pessoa é contagiosa até que todas as cascas caiam —as casquinhas contêm material viral infeccioso— e que a pele esteja completamente cicatrizada.
Assim como com outras doenças contagiosas o isolamento da pessoa infectada é o mais indicado. A varíola pode ser transmitida desde o momento em que os sintomas começam até que a erupção cutânea tenha cicatrizado completamente. O período de incubação – tempo de contágio e início da doença – é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a OMS.
Para tranquilizar as famílias, a Pais&Filhos conversou com alguns pediatras e infectologistas que explicam se as crianças fazem parte o grupo de risco. E a boa notícia é que: NÃO! A imunologista pela USP, Brianna Nicoletti, mãe de Felipe e do João Pedro, explica que entre os grupos de risco estão pessoas imunossuprimidas, idosos e crianças (que ainda não têm o sistema imunológico formado, como por exemplo, os recém-nascidos).
A OMS vai realizar uma nova reunião para analisar a necessidade de declarar emergência de saúde pública pela doença(Foto: Getty Images)Segundo o pediatra as Sociedade Brasileira de Pediatria, Paulo Telles, pai de Leonardo e Carolina não há motivo para se desesperar, pois a ameaça para a população é baixa e para as crianças é ainda menor. “Nos últimos tempos, a taxa de letalidade da varíola dos macacos varia de cerca de 3 a 6% conforme dados da OMS. Os pesquisadores que têm acompanhado o surto atual afirmam que é tão raro em crianças que é mais provável que qualquer lesão de pele em criança seja causada pelas doenças comuns na infância, como a catapora ou doença da mão-pé-boca por exemplo”, explica o médico.
O presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, pai de Mariana e Luciana, explica ainda que em toda a história foram vistos poucos casos em crianças e o potencial endêmico é muito menor do que as doenças respiratórias, como a covid, principalmente nessa época do ano. “Não há motivo para pânico, dificilmente teremos uma grande onda de infecções, ainda mais em crianças. O foco nesse momento são as doenças sazonais” tranquiliza ele.
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