Publicado em 14/06/2019, às 13h11 - Atualizado às 13h18 por Izabel Gimenez, filha de Laura e Décio
A gente sempre faz questão de bater na tecla: ninguém educa filho sozinho e a escola é a prova disso. As crianças, por mais presente que sejam os pais, precisam de educadores competentes que ajudem a construir a trajetória do seu filho e contribuir para que ele cresça saudável, já que passam tanto tempo dentro das salas de aula. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatriaresolveu repensar a importância das escolas procurarem não expor tanto os alunos à internete propor um uso mais saudável das telas.
Os especialistasexplicam que existem riscos que as crianças podem correr, se o contato com a internet for muito intenso. “Efeitos negativos para a saúde nas áreas do sono, da atenção, do aprendizado, do sistema hormonal (com risco de obesidade), da regulação do humor (com risco de depressão e ansiedade), do sistema osteoarticular, da audição, da visão, além do risco de exposição a grupos de comportamentos de risco e a contatos desconhecidos, com possibilidade de acesso a comportamentos de autoagressão, tentativas de suicídioe crimes de pedofilia e pornografia“, explica o documento emitido pela Sociedade de Pediatria.
Em 2016, a SBP já tinha feito um estudo sobre o assunto e recomendava o tempo adequado de exposição às telas e à internet para cada idade, de acordo com a maturação e desenvolvimento cerebral. Comparando os resultados, eles dialogam muito bem e mostram que quanto mais novo seu filho é, menor a capacidade do cérebro de discernir a ficção da realidade. “É muito importante que os cuidadores e educadorespriorizem atividades que auxiliem o aproveitamento do potencial dessas crianças e, portanto, o uso consciente das telas é fundamental. As escolas são fontes de conhecimentos e possuem papel importante em fornecer bons exemplos para pais e cuidadores”, explicam os especialistas.
Proibir não é a solução
Apesar de ter os riscos, a internet é muito útil e superdivertida. Seu filho pode, sim, ter acesso à ela, desde que com cuidado e com restrições. “Os nativos da Era Digital têm direito à utilização e devem usar a tecnologia, ainda mais com o objetivo de aprendizagem e auxílio ao seu desenvolvimento, mas as famílias e as instituições precisam se adequar no sentido de diminuir os riscos do mau uso dessas ferramentas”, relembram.
Conversar sobre as regras para o uso da internet e os valores familiares entre família é uma das recomendações do Manual de Orientação do Departamento de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Os pais também precisam aprender as regras de segurança e privacidade online e saber que o tempo de convívio com seus filhos não pode ser intermediado pelas telas”, diz Evelyn, secretária do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, mãe de Domenica e Matheus. As crianças têm os adultos como referência. Elas imitam os pais, então a melhor forma de reforçar suas orientações é pelo exemplo!
Quanto tempo meu filho pode ficar na internet?
Segundo Evelyn Einsensteis, com menos de 2 anos, seu filho precisa de interação social com seus pais e cuidadores para que possam desenvolver habilidades cognitivas, motoras, de linguagem e socioemocionais. “As imagens bidimensionais das telas não são recomendadas, pois a criança não consegue transferir as visões, os ruídos e os movimentos para a experiência real”, explica.
A partir dos 2 anos, aprendendo as primeiras palavras e compreendendo os significados das coisas, pode ser permitido (em um curto tempo) o uso de Skype ou Facetime. Já de 3 a 5 anos pode deixar brincar por mais tempo ou assistir a vídeos e filmes para a idade deles. “Mas não mais que uma hora contínua. Crianças precisam estar ativas e a interação e conversas com os pais é fundamental”, comenta a especialista.
“Dos 6 aos 12 anos de idade, o aconselhável é limitar o tempo de uso das telas (inclusive TV) para no máximo duas horas diárias”, diz Evelyn. Mesmo assim é necessário fazer intervalos e equilibrar com atividades recreativas ou esportivas ao ar livre.
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