Publicado em 14/08/2015, às 15h25 - Atualizado em 05/04/2021, às 08h56 por Redação Pais&Filhos
Toda criança considerada normal do ponto de vista clínico vai apresentar três áreas de desenvolvimento distintas: motora, cognitiva e emocional. Estes pilares nos mostram sua evolução em cada fase. Para cada faixa etária, segundo Cláudio Len, pediatra e colunista da Pais&Filhos é esperado um comportamento, e dentre estas, para o médico, a fala é ponto crucial que poderá auxiliar os pais a identificar outros problemas. O pediatra explica que fala e audição são duas funções que andam juntas no desenvolvimento infantil.
Cada criança tem seu tempo, mas isso não pode se prolongar muito. Outro exemplo de desenvolvimento é quando a mãe pede ao filho que pegue um brinquedo e ele não compreende ou não atende ao pedido, esse pode ser outro indicio de falhas cognitivas ou até mesmo problemas de ordem auditiva.
Dr. Claudio alerta que é muito complicado comparar crianças da mesma faixa etária com aquilo que elas executam, pois podem haver diferenças, mas fatores como a interação, comportamento em grupo, atitudes, posturas podem dizer algo mais. Então a ordem é observar sempre!
Teste da orelhinha
Júlia Faria nasceu com problemas de audição. No seu nascimento eles não foram detectados, pois não aconteceu o teste da orelhinha na maternidade. Após seu terceiro ano de vida, ela apresentava dificuldades na fala e falta de retorno auditivo. Estas foram as causas que levaram seus pais, Eliane e Marcelo, a buscar ajuda especializada, já que com essa idade ela já deveria ter evoluído neste quesito.
A mãe conta que procuraram vários especialistas e após muita insistência, fizeram vários testes de audiometria onde se detectou a perda auditiva de 50% nos ouvidos. Marcelo conta que estranhou a escola não perceber esta deficiência apresentada por sua filha e relata a explicação do médico: “Uma otite extrema não causaria mais que 20% de perda na audição. Ela tem sim um caso congênito de perda auditiva, o resultado audiométrico mostra claramente”.
Hoje com sete anos, Júlia usa aparelho auditivo e tem uma vida normal. Aprendeu a manuseá-lo para seu conforto e necessidade. Na escola é uma das melhores da classe. Frequenta ainda sessões de fonoaudiologia para melhorar alguns pontos, mas nada preocupante. Os médicos que a acompanharam até hoje não sabem explicar como ela aprendeu a falar com um déficit auditivo tão grande. O pai afirma feliz: “O bom é que o saldo final foi positivo para todos e pudemos dar qualidade à vida dela com este aparelhinho”.
Observação, atenção e proximidade.
Estes são alguns dos atributos necessários para que os pais reconheçam que algo está errado com seu filho e busque ajuda profissional. Aceitar que o filho tem algum tipo de deficiência é outro fator levantado pela pediatra do Delboni Medicina Diagnóstica, Natasha Slhessarenko: “É preciso aceitar que há algo errado. Não querer enxergar o problema é inútil”.
A médica é bastante enfática quanto a importância de se fazer os controles mensais desde o nascimento do bebê, pois é através deles que muitas questões serão sanadas. Após a fase de controle mensal, é preciso estabelecer a rotinas de visitas para que o crescimento e evolução sejam acompanhados, e não fazer apenas consultas de caráter emergencial.
Outra importante observação feita pela pediatra é sobre o inicio da vida escolar. Para ela, a partir dos três anos de vida a criança já deverá ter visitado o oftalmologista e otorrinolaringologista para verificar questões visuais, auditivas e respiratórias. Nestas consultas poderão ser descobertos problemas minimizando outras questões futuras.
As doenças psicológicas, como o bullying, também são fatores preocupantes para Dra Natasha, pois é uma interferência frontal que pode causar estragos graves na vida da criança gerando involução de comportamento, medos, depressão dentre outros.
Enfim, depois de tudo isso, a paciência, carinho e amor são fundamentais, pois com certeza o problema descoberto poderá causar um sentimento de impotência na criança e então os pais devem entrar amparando e encorajando o filho.
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