Criança

Põe para fora: entenda os motivos do choro do seu filho

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Publicado em 18/04/2021, às 05h18 - Atualizado em 17/05/2021, às 12h52 por Redação Pais&Filhos


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Em uma manhã, dez minutos antes de sair de casa para ir à pré-escola, minha filha de 5 anos surtou sobre as leggins. Para enlouquecer! Pirar! As lágrimas que não paravam de rolar pelo rosto dela eram de quebrar o coração – mas também frustrantes, porque, poxa, são apenas calças e nós tínhamos que ir. Meu marido e eu nos revezamos para acalmá-la e distraí-la, mas por fim acabamos levando ela porta afora, enquanto ainda lamentava.

Há vários motivos que podem levar seu filho às lágrimas, conheça eles e saiba como agir em cada caso (Foto: Shutterstock)

Independentemente, se faz sentido para você ou não, o choro de uma criança sempre está passando uma mensagem, de acordo com Diana Divecha, professora assistente clínica no Yale Child Study Center e Yale Center for Emotional Intelligence. Seu filho não é apenas um bebê chorão. “O conteúdo da mensagem muda dependendo de onde estão no sentido de desenvolvimento e o que está acontecendo. Mas não importa qual seja o gatilho, as lágrimas fazem com que você saiba que seu filho precisa de um pouco de ajuda para controlar as emoções e ser capaz de seguir em frente”, defende. Aqui estão as mensagens escondidas que os soluços das crianças podem estar te contando e formas de ajudar.

“Eu estou exausto”

Quando uma criança (ou adulto) está muito cansado, o corpo libera adrenalina extra e cortisol para tentar manter-se alerta – os mesmos hormônios liberados em resposta ao estresse. Dawn Huebner, psicólogo clínico e autor de What to Do When You Worry Too Much (O que fazer quando você se preocupa muito, em tradução livre) explica que esses hormônios podem nos fazer mais vulneráveis a irritação ou choro. O raciocínio cerebral de uma criança ainda está em desenvolvimento, tornando muito difícil para ela controlar os próprios impulsos e emoções quando está esgotada.

COMO AJUDAR? Uma vez que você nota que as lágrimas são de cansaço, não tente negociar ou convencer seu filho que está sonolento. “Apenas coloque ele na cama o mais rápido possível. Crianças cansadas não conseguem lidar com nenhum tipo de frustração e esse não é o momento para tentar conversar com elas”, sugere Eileen Kennedy-Moore, psicóloga infantil clínica e autora do livro What’s My Child Thinking? (O que meu filho está pensando, em tradução livre). Se isso acontece com frequência, repense como a sua família prioriza o sono. “Talvez, você precise limitar o uso de tela à noite ou rever o tempo de ir para cama”, acrescenta.

“Eu estou sobrecarregado”

Estudos mostram que 10 a 35% das pessoas são mais sensíveis a sons, luzes e confusões do que outras. Como crianças, elas podem ficar sobrecarregadas e cair no choro em situações barulhentas ou caóticas, como festas de aniversário. “Isto não é um transtorno sensorial, mas apenas uma diferença natural de biologia e personalidade”, pontua a pesquisadora de psicologia Jadzia Jagiellowicz, que estuda e trata pessoas altamente sensitivas.

COMO AJUDAR? Lembre-se que chorar pode ser benéfico para as crianças. O psicólogo Dawn Huebner destaca: “Nós geralmente pensamos que é nosso trabalho fazer as crianças pararem de chorar, mas isso é um equívoco”. Seu filho está compartilhando os maiores sentimentos com você, então ao invés de tentar conter as lágrimas dele, ajude-o a identificar o que está acontecendo dizendo algo como: “Essa foi difícil. Você está realmente chateado. Eu estou bem aqui e posso te ajudar”.

“Alguma coisa dói”

Os choros dos bebês por conta de alguma dor costumam ser mais altos e intensos, com poucos respiros, enquanto choros de irritação são menos agudos e mais irregulares, segundo Ariana Anderson, professora e estatística na UCLA, que estuda padrões acústicos do choro infantil. Por volta dos 3 a 4 anos de idade, as crianças também podem chorar em antecipação a dor, diz a psicóloga Eileen Kennedy-Moore: “Agora eles são capazes de olhar para o futuro e imaginar que algo, como tirar uma farpa ou ser atingido por um objeto, irá machucar”.

COMO AJUDAR? Um toque físico suave ou abraço irá liberar ocitocina no corpo – um analgésico natural poderoso. Uma compressa de gelo também pode oferecer um efeito calmante e qualquer queda ou inchaço causa as lágrimas. Se o seu filho está com medo de dores futuras, como vacina, primeiro diga: “Elas são assustadoras para você e você está com medo que machuque”, esclarece Dawn Huebner, e parta direto para a solução do problema: “Se você está aguardando no consultório médico, pode distraí-lo contando: “Finja que meus dedos são velas de bolo”, enquanto mexe eles, e repita: “Faça o seu melhor para assoprar!”. Se ainda está em casa, seja empática e descreva o que irá acontecer, passo a passo. Uma dica é planejar alguma atividade legal para depois da vacinação, não como um recompensa por ser “bonzinho”, mas como uma forma de oferecer algo pelo qual aguarde com expectativa, para tirar um pouco a mente da picada.

“Eu preciso de comida, agora!”

Assim como os adultos, algumas crianças ficam bravas quando não comem por um tempo e o nível de açúcar no sangue cai. Mantenha em mente que as crianças geralmente precisam comer a cada 3 ou 4 horas durante o dia, sendo, três refeições e dois lanches, de acordo com a Academy of Nutrition and Dietetics. Sem o combustível adequado, os processos de pensamentos, aprendizagem e regulação emocional do cérebro desaceleram.

COMO AJUDAR? Se você sabe que tem um filho especialmente sensível à fome, se planeje e leve lanches quando for sair. Você também deve manter uma barra de proteína de “emergência” ou frutas no seu carro. “Crianças mais novas não são capazes de colocar a fome na espera e esperar para comer da mesma forma que os adultos fazem, então são muito mais propensas a chorar ou ‘se desfazer’ quando as reservas estão mais baixas”, pontua Dawn Huebner. Caso note que seu filho está sempre com fome quando você está preparando o jantar, ofereça um aperitivo de cenouras bebês, salada ou fatias de maçã. Também evite perguntar para ele o que quer comer, apenas dê algo que saiba que irá aceitar. Lembre-se que eles não conseguem pensar com clareza agora, e oferecer opções traz maiores chances de levar à frustração.

“Eu me sinto culpado”

Por volta dos 3 anos de idade, as crianças começam a sentir empatia pelas outras pessoas e podem chorar quando magoam alguém ou fazem algo errado. Essa reação é tanto um sinal de remorso verdadeiro quanto um esforço não consciente para evitar se meter em problema, de acordo com Eileen Kennedy-Moore. O medo pode ser outra razão para essas lágrimas de culpa, principalmente nos mais novos, complementa Tovah Klein, diretor do Barnard College Center for Toddler Development e autor de How Toddlers Thrive (Como as crianças pequenas se desenvolvem, em tradução livre): Seu filho pode pensar: ‘Se eu fizer algo ruim, você não irá me amar mais?’”.

COMO AJUDAR? Ensine a criança como reparar o erro para que possa superar essa situação. Por exemplo, se destruiu o castelo de LEGO da irmã, pergunte ao seu filho: “O que você pode fazer para ajudá-la a se sentir melhor?”. Talvez, ele irá sugerir que reconstrua além de dizer que sente muito, ou você pode encorajá-lo a chegar a essa conclusão.

“Eu estou com medo”

Ter medo é uma emoção normal e saudável que ajuda nós, humanos, a sobreviver. E as crianças geralmente choram quando algo oprime a razão. “Coisas que acontecem de repente ou inesperadamente são assustadoras, porque uma criança tem dificuldade para dar sentido àquilo”, afirma Dawn Huebner. É por esse motivo que um bicho de estimação mais agitado ou uma descarga muito alta pode levar a lágrimas nos pequenos. Lá pelos 3 anos, a imaginação do seu filho floresce e ele deve começar a ter medo de coisas que nunca o incomodaram antes, como animais ou escuro.

COMO AJUDAR? O psicólogo recomenda enfatizar, mesmo que o medo dele pareça totalmente irracional, que falem. “Em termos da função cerebral, se sentir ouvido realmente ajuda as crianças a se acalmarem. Pense nisso: se você está chateado e alguém diminui isso ou tenta consertar imediatamente, na maior parte das vezes faz com que se sinta pior”. Assim, você pode começar dizendo algo como: “Isso parece muito assustador para você”, depois encoraje seu filho afirmando que sabe que ele é forte o suficiente para encarar isso, mesmo que esteja com medo.

“Eu estou bravo”

Ah, as lágrimas de frustração… Quando seu filho bate o pé, grita ou soca a porta, lembre-se que crianças pequenas têm pouco controle emocional. O choro de raiva pode vir quando algo não é justo, ou alguém impediu seus planos, ou ele não conseguiu o que queria. Tovah Klein esclarece: “As áreas do cérebro do seu filho que irão ajudá-lo a ser mais flexível ainda estão em desenvolvimento. Gritar é uma reação impulsiva, não uma escolha”. Mesmo crianças com 8 ou 9 anos não possuem tanto controle emocional quanto os adultos.

COMO AJUDAR? Diga ao seu filho: “Você está realmente bravo. Você queria vestir chinelo, mesmo estando frio lá fora”, para os mais velhos, teste: “Cara, você parece bem frustrado. Eu sei o quanto você gostaria de ir”. A empatia vai te ajudar a limpar as lágrimas – não importa o que tenha as causado.

5 maneiras de manter sua calma durante uma birra

A melhor coisa que você pode fazer quando o seu filho está surtando é se manter calma ― o seu estresse pode piorar a situação. Não importa o que aconteça, não chame seu filho de bebê chorão, nem na sua mente. “Isso diz a seu filho que as emoções dele não importam e pode tornar difícil para ele lidar com os sentimentos mais tarde na vida”, opina a Dra. Ariana Anderson, de UCLA. Teste uma dessas estratégias para esfriar o clima:

Acalme as lágrimas dele: um documento de consulta

Veja mais dicas para seguir quando o choro do seu filho começar, independentemente das razões dele:


Palavras-chave
Educação Criança choro criação dos filhos

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