Pai de menino com síndrome de Down dá a maior lição em escritor que defende o aborto

Na última terça-feira (19), um pai deu um show em um programa de entrevistas chamado “Chester” da TV espanhola, transmitido pelo canal privado Cuatro. Rafael tem um filho chamado Nico, de 11 anos, com síndrome de Down. O espanhol foi especialmente à gravação para dar uma lição sobre o valor da vida de seu filho para o escritor Arcadi Espada, conhecido por defender o aborto em casos como o de Nico.

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Arcadi chegou a dizer que dar à luz crianças com deficiência ou alteração genética, como aquelas com a síndrome, seria uma “imoralidade e uma aberração”.

Durante a conversa do escritor com o apresentador, ele disse que se o serviço público avisa aos pais que o filho vai nascer com alguma deficiência gravísssima eles não deveriam seguir com a gestação. Segundo o autor, isso irá representar um custo alto para a sociedade e pode ser evitado com o aborto. “Você deverá assumir a responsabilidade moral de ter trazido ao mundo uma criança nessas condições e assumir também a questão econômica para manter um filho nessas condições”, disse Arcadi.

Quando Rafael aparece no programa para enfrentar o escritor e dizer o quanto a vida de seu filho é importante, dá para ver o quanto ele está emocionado e o esforço que faz para segurar o choro.

Leia o discurso completo:

“Olá, meu nome é Rafal e sou pai do Nico, de 11 anos, que tem síndrome de Down. Nicolas é espanhol e como todo cidadão tem direitos. Ele tem direito a educação, trabalho, vida independente e a uma assistência de vida sem que alguém diga que ele não merece porque não tem capacidade. E sobretudo tem direito de viver, porque crianças como meu filho podem ter uma vida plena como todas as outras.

De verdade, senhor Arcadi, todas as pessoas com síndrome de Down não são doentes. Eles têm uma alteração genética, é diferente. Eles sofrem quando você os humilha. Vou te dizer que meu filho, que tem a síndrome, não é incapaz, nem pior do que os outros. Ainda não consigo entender que você possa dizer que meu filho deveria me denunciar por crimes contra a humanidade só porque ele nasceu”.

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