Publicado em 04/06/2013, às 19h11 - Atualizado em 12/01/2021, às 07h48 por Redação Pais&Filhos
Quando a criança começa a andar, a falar, a conhecer o mundo e, principalmente, o outro, passa a querer fazer o que todas as outras pessoas ao seu redor fazem. Andar de salto alto, passar maquiagem, usar o celular da gente, dirigir o carro da família… Namorar está na lista. Mas, assim como ela não vai pegar a chave e sair com o carro da garagem, não vai namorar de verdade, claro. Criança não namora. Tem amigos. Não dá para comparar o que os pequenos chamam de namoro com o relacionamento dos adultos. Isso é o fim. Sim, as crianças estão cada vez mais expostas a mensagens inadequadas para a idade delas, a cenas com conteúdo sexualizado, tipo striptease na novela das seis. Mas não adianta desligar a TV na hora da novela se você não sabe preservar sua intimidade. Pai e mãe podem demonstrar afeição, mas nada de namorar na frente do filho.
O psicanalista francês Marcel Rufo, autor do livro Tudo O que Você Jamais Deveria Saber sobre a Sexualidade dos seus Filhos, é enfático: “Papai e mamãe terem gestos de carinho um com o outro, ótimo. Mas os beijos insistentes, as palavras e as atitudes abertamente sexuais são chocantes, pois tornam evidente uma sexualidade dos pais que as crianças devem sempre ignorar”, diz.Passar a falar que tem um namoradinho ou namoradinha na escola é sinal de que seu filho ou filha está se desenvolvendo normalmente. Quer dizer que ele já percebeu que não pode realizar a fantasia de namorar a mãe ou casar com o pai. “Dos 3 aos 6 anos, as crianças estão imersas em experiências de paixões, além de perceber as diferenças corporais entre homem e mulher”, explica a psicanalista Soraia Bento Gorgatti, mãe de Gabriel e membro do Instituto da Família. Ela conta que toda essa tensão relacionada à idade está ligada à fase do Complexo de Édipo. Com o tempo, eles percebem que os pais já têm companhia e procuram outro “namoradinho”, na verdade um amigo mais especial. Amigo, certo?
O tal do “namoro”, como eles chamam, não tem de ir além de querer ficar perto, pegar na mão, abraçar… E só. Quando a coisa passa do limite é que os pais e professores precisam interferir. “Para que o desenvolvimento da criança siga um curso adequado, os adultos precisam colocá-la no seu devido lugar”, diz a psicoterapeuta Silvia Petrilli, filha de Risoleta. Ou seja: no lugar de criança. Cabe a nós explicar aos filhos que gente pequena NÃO namora, mas tem amigos, gosta e sente carinho por eles. Namoro mesmo, só depois de grande.
Para que os pequenos entendam o que os adultos querem dizer, não dá para incentivar nem ficar falando no assunto o tempo todo. Pode ir tratando de esquecer aquelas brincadeirinhas do tipo “fala pra sua avó da sua namoradinha” ou “me conta, filha, você namora aquele menino bonitinho da sua sala?”. É aquela velha e boa medida do meio-termo: não pode incentivar nem reprimir demais. Nada de fazer do namorico um assunto, porque não é. “Proibir nunca é uma boa estratégia quando se trata de sexualidade. Quanto mais bola os pais derem para o tema, mais eles reforçam o comportamento, pois a criança saca rapidinho como provocar os adultos”, afirma Maria Cecília Pereira da Silva, mãe de Marina e João, autora do livro Sexualidade Começa na Infância. Nosso papel é mostrar o que é certo e errado, não simplesmente reprimir as manifestações de afetividade.
Como o convívio com crianças da mesma idade começa mesmo na escolinha, é lá que a coisa pega mais. Isabela Andrade, filha de Eliana, tinha vários namoradinhos no colégio e causava até briga entre os meninos. Não teve jeito, a professora precisou interferir. “Quando o aluno começa a perturbar os coleguinhas, levantar a saia da menina ou brigar com os outros por causa do amigo, orientamos a criança e também os pais para que não incentivem esse tipo de atitude”, afirma Nilsa Barros Leal, mãe de Fernanda, coordenadora da Educação Infantil do Colégio Humboldt. Mais uma vez, é questão de bom senso, que infelizmente nem todo mundo tem. “Tem mãe que compra presente para o ‘namoradinho’ da filha no Dia dos Namorados, ou então o pai que acha engraçadinho o filho levantar a saia das garotas”, conta Kátia Chedid, mãe de Rodrigo, Mateus e Leonardo.
Para ajudar na difícil tarefa de lidar com a sexualidade infantil, algumas escolas oferecem palestras com especialistas. “Usamos essa oportunidade para conversar com os pais e fazer com que entendam e conheçam um pouco mais sobre o universo do filho”, explica Edimara de Lima, mãe de Cibele e diretora pedagógica da escola Prima. Por mais que seja um namoro de brincadeirinha, muitas vezes as crianças sofrem se o amigo não corresponde. Nesses casos, é preciso ter sensibilidade para explicar que esses sentimentos de tristeza também passam.
Um termômetro para saber se seu filho está passando bem por essa fase de descobertas é a brincadeira. “Toda vez que uma criança deixa de brincar devemos nos preocupar. Essa é a forma de ela dizer que algo não vai bem”, indica Maria Cecília. Repetindo: criança não namora, só brinca de namorar. E tem mesmo de aproveitar o sossego, porque depois cresce e a gente sabe bem como funciona esse negócio complicado que é gostar de alguém…
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