Publicado em 18/04/2018, às 09h32 - Atualizado às 09h45 por Dr. Rodrigo Rosa Filho
Um dos grandes desafios da medicina reprodutiva é que as mulheres têm adiado os planos de maternidade cada vez mais. Há algumas décadas, a grande maioria das mulheres engravidavam dos 20 aos 25 anos. A partir da década de 80, a idade média da primeira gestação começou a aumentar gradativamente e esse fenômeno se deve a vários motivos, entre eles: a procura por uma maior estabilidade financeira, a busca por ascensão profissional, um relacionamento mais estável, o avanço dos métodos contraceptivos (permitindo escolher quando engravidar) e o sentimento de que ainda não está preparada para ser mãe. Com esse aumento na idade no desejo de engravidar, as tentativas de gravidez se iniciam na fase de declínio da fertilidade feminina.
O principal fator prognóstico de fertilidade do casal é a idade da mulher. Os homens produzem espermatozoides durante toda sua vida após a adolescência, com poucos prejuízos ao longo da idade. Já a mulher nasce com todo seu estoque de óvulos, sendo que a cada ciclo menstrual, centenas de folículos são degenerados. Durante sua vida embrionária, a mulher armazena cerca de 6 a 7 milhões de folículos. Ao nascer, esse número já cai para 2 milhões e quando se inicia puberdade, esse estoque já está em 400 mil folículos. Durante cada ciclo menstrual, para que cada óvulo seja liberado, cerca de 1000 folículos são recrutados. Os folículos que não se desenvolveram naquele ciclo regridem e degeneram (ou seja, para óvulo liberado, cerca de 1000 são perdidos). Ao longo da vida, a mulher terá cerca de 400 ciclos menstruais.
A chance de gravidez a cada ciclo menstrual de uma mulher de 25 anos é de 20%. Aos 40 anos, essa chance cai para 7% e aos 42 anos, a chance é de 3%. Dos 25 aos 35 anos, há uma diminuição de cerca de 50% no número de óvulos e aos 38 anos, cerca de 75% do número de óvulos já foram consumidos. Além do estoque de óvulos estar bem reduzido, também há piora na qualidade do óvulo, dificultando a fertilização pelo espermatozoide. Essa perda de qualidade dos óvulos é reflexo da sua oxidação natural ao longo do tempo e esse processo é biológico, tendo pouca interferência de fatores externos, ou seja, mesmo mulheres que têm uma vida saudável podem ter a qualidade dos óvulos deteriorada em virtude da idade. Quando há gravidez, há aumento nas taxas de aborto e de nascimentos de bebês com síndrome de Down e outras síndromes devido a alterações cromossômicas dos óvulos.
A ciência evoluiu e a medicina reprodutiva estuda continuamente métodos de tentar retardar esse relógio biológico e atualmente a única forma de preservar os efeitos deletérios da idade nas chances de gravidez é a criopreservação ( congelamento) de óvulos antes dos 30 anos. Uma mulher que congele 20 óvulos aos 30 anos apresenta 80% de chance de gravidez aos 40 anos ou até mais tarde.
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