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Brincar é uma luz de esperança em tempos de guerra

Períodos de guerra não são fáceis para ninguém, especialmente crianças e a brincadeira pode ajudar nesse processo - Shutterstock
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Publicado em 20/10/2023, às 06h43 por Patricia Camargo e Patrícia Marinho


Pois é. Até tentamos evitar trazer também aqui para esta coluna um assunto tão triste quanto as crises humanitárias que se instalam em tempos de guerra. Seja a guerra que for. Entretanto, este é, também, o momento oportuno para trazer um texto de esperança. A esperança que a brincadeira traz para as crianças, inclusive em momentos duros.

setas indo em diferentes direções
Períodos de guerra não são fáceis para ninguém, especialmente crianças e a brincadeira pode ajudar nesse processo (Foto: Shutterstock)

A brincadeira é uma atividade intrínseca à infância e essencial para o desenvolvimento saudável das crianças em todo o mundo. Entretanto, ela assume um papel ainda mais significativo em situações de crise humanitária ou períodos de guerra. A capacidade do brincar de mitigar problemas emocionais e psicológicos nas crianças, em particular as que estão na primeira infância, é uma ferramenta poderosa e terapêutica.

Em 2015, eu (aqui é a Patcamargo escrevedo) entrevistei para o Tempojunto a consultora de Sobrevivência e Desenvolvimento Infantil do Unicef no Brasil, Carolina Velho, e falamos sobre o assunto do brincar em situações de emergência. Uma das estratégias adotadas pela entidade envolve a criação de espaços seguros e ambientes lúdicos, onde as crianças podem brincar e se expressar livremente.

Por que o brincar é tão importante em situações de crise?

Brincar oferece um meio para as crianças lidarem com o estresse e a ansiedade que frequentemente acompanham situações de crise. Ao se engajarem em jogos e atividades lúdicas, as crianças podem liberar tensões, expressar emoções e recuperar um senso de normalidade em um ambiente desafiador. Ainda mais: Enquanto brincam, as crianças podem processar sentimentos complexos por meio de histórias de faz de conta, desenhos e interações com pares, ajudando-as a compreender e expressar suas emoções de maneira segura.

lousa com seta branca desenhada cheia de curvas
As crianças precisam brincar, sempre, e isso precisa ser assegurado pelas instituições (Foto: Shutterstock)

No Tempojunto defendemos frequentemente a rotina como uma das ferramentas que ajudam na autonomia e sentimento de segurança das crianças. Pois em situações caóticas, o brincar proporciona às crianças uma estrutura e uma rotina necessárias para a estabilidade emocional. Isso ajuda a reduzir a sensação de caos e incerteza.

Se você já assistiu ao filme A Vida É Bela (1997), do italiano Roberto Benigni, viu como ele trouxe para a ficção o poder da fantasia e do brincar no resgate emocional e psicológico de uma criança em meio à Segunda Grande Guerra. Mas não precisamos só recorrer ao cinema para ilustrar esta esperança e luz que a brincadeira proporciona em tempos difíceis. Há exemplos reais e concretos:

  • Síria: em meio à devastadora guerra civil na Síria, o UNICEF estabeleceu “espaços seguros de aprendizado e brincadeira” para as crianças afetadas pelo conflito. Esses espaços oferecem jogos, atividades artísticas e oportunidades para interação social, ajudando as crianças a lidar com os traumas vivenciados.
  • Refugiados Rohingya em Bangladesh: após a crise humanitária que forçou centenas de milhares de rohingyas a fugir de Mianmar para Bangladesh, o UNICEF estabeleceu campos de refugiados que incluíam áreas de brincadeira. Esses espaços ajudam as crianças a se recuperarem dos horrores da violência que testemunharam.
  • Pandemia de COVID-19: durante a pandemia, o confinamento e o distanciamento social afetaram as crianças em todo o mundo. Muitas foram as instituições pelo mundo – inclusive no Brasil e com o apoio do Tempojunto – que incentivaram as famílias a criar ambientes de brincadeira em casa, fornecendo sugestões de brincadeiras, brinquedos caseiros e atividades por meio de recursos online para garantir que as crianças continuassem se expressar pelo brincar.
  • Iêmen e Venezuela: em meio ao conflito prolongado no Iêmen, e diante das milhares de famílias refugiadas da Venezuela, a War Child, têm implementado programas de terapia lúdica para crianças afetadas pela guerra. Essas atividades incluem teatro, música, artes e esportes, proporcionando às crianças um espaço seguro para expressar suas emoções e traumas.
  • Campo de Refugiados de Dadaab, Quênia: este campo de refugiados abriga milhares de somalis que fugiram do conflito em seu país. Organizações como o Tdh (Terre des Hommes) têm promovido o brincar como uma forma de ajudar as crianças a lidar com traumas e desenvolver habilidades sociais e emocionais.
  • Guerra Ucrânia e Rússia: imagens da CNN mostraram famílias ucranianas fugindo para a Polônia e recebendo ao chegar, um kit de boas-vindas que sempre incluía um brinquedo para as crianças.
Em períodos de guerra, as crianças são privadas do brincar, mas isso não pode acontecer (Foto: Shutterstock)

Esses exemplos ilustram como o brincar é uma ferramenta universalmente valiosa para ajudar as crianças a enfrentar situações de crise e conflito. O poder da brincadeira transcende fronteiras e culturas, fornecendo um meio para que as crianças se recuperem emocionalmente, desenvolvam habilidades sociais e se sintam mais seguras em meio à adversidade. Luz e esperança do brincar ao mundo todo!


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