Publicado em 28/11/2021, às 05h47 por Patricia Broggi
Sou a caçula de cinco filhos. Uma vez ganhamos da nonna e do nonno (meus avós) uma camiseta de marinheiro com uma rosa dos ventos bordada em vermelho. Era linda. Lembro de posarmos os cinco com ela e eu me achando. A questão é que além de usar a minha, que depois passou para minha prima Maria Alice, herdei a da Fabíola (minha irmã), um ano depois a do Bruno (meu outro irmão), que já tinha sido usada pela Bia e pelo Mario (meus primos) e pela Fabíola, claro; em seguida foi a vez da do Claudio…
Árvores genealógicas à parte, eu herdei até a do Armando, meu irmão mais velho que tem 8 anos a mais do que eu. Mas quem sofreu mesmo foi o Marcelo, meu primo (que vem depois da Maria Alice), porque ele nunca teve uma novinha e usou até a do Armando que tinha passado por 8 pessoas antes dele. Elas eram bem resistentes, essas camisetas.
Toda essa explicação para falar de heranças. Ou seja, a roupa do mais velho que passa para o menor. Na minha casa, sendo cinco, roupa nova era um luxo. Certo verão, quando fui ver, estava vestindo um calção com sunga. E vamos que vamos. É claro que tive vestidos, uns novos, a maioria herdados da Fabíola, que por sua vez herdou da Bia. Mas a roupa do dia a dia, camiseta, shorts, calça, tênis, essa geralmente já vinha “amaciada” por usos anteriores ao meu.
Quer saber: tirou pedaço? Não. Fiquei traumatizada usando o calção com sunga? Achei engraçado. Algumas vezes essas peças de roupa com história davam um certo orgulho. Eu sempre gostei dos meus irmãos (e dos meus primos), era bacana me vestir como eles. E nem adiantava questionar, porque em casa era assim mesmo.
Fui visitar minha afilhada Mariana, que acabou de ter a segunda filha, Isabel. Ela estava toda linda de verde, com um paninho bordado Olivia, a toalhinha de banho bordada Olivia, o lençol com Olivia. Nem preciso dizer o nome da irmã mais velha dela. Herdou tudo. Como o Tiago aqui em casa, herdou do Luca até que ficou maior de tamanho e o Luca passou a herdar do Ti.
Todos esses exemplos e lembranças são só para dar um recado curto e direto. Ensinar sobre consumo consciente, como gerir seus recursos, qual o real valor do dinheiro, além de uma parte teórica e diretamente ligada ao montante em si, tem muito a ver com as atitudes tomadas pela família e com os exemplos dos pais. Ou seja, passam também por decisões como essa: usar heranças, não desperdiçar, reaproveitar.
É uma espécie de reciclagem, que meus pais já faziam quando nem existia esse papo de sustentabilidade. E que sem falar nada, nem discutir, incutiram em todos nós. Era simplesmente assim que devia ser feito. Grande lição.
P.S. Se você não tem uma família numerosa como a minha, nenhum problema. Fale com as amigas, crie uma rede de “reciclagem” de roupas e acessórios entre as crianças. Você nem imagina quanta economia pode fazer, até com brinquedos, afinal um jogo usado por um garoto, é novidade para outro.
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