Publicado em 05/06/2022, às 07h00 por Dra. Ivanice Cardoso
Se o termo “metaverso” parece grego para você, fique em paz! Você não está só! Na verdade, a palavra meta tem origem no grego e quer dizer “além de”. Quando essa palavra surgiu pela primeira vez, 30 anos atrás, ela se referia a um “mundo além do universo”. Um mundo criado paralelamente ao universo que conhecemos.
Bem, o metaverso já é isso, e está entre nós de várias formas. Até já faz um tempinho. Mas por que será que só agora esse universo passou a chamar a nossa atenção? Recentemente uma das maiores empresas de negócios digitais passou a se chamar justamente Meta (e essa não é uma publicidade, ok?). E esse fato gerou um grande buchicho e muita visibilidade para esse tema. O famoso “caiu na boca do povo”. Um outro fato é que muitos pais acabaram subitamente descobrindo que seus filhos sabem o que é metaverso e já andam circulando nesse universo artificialmente criado.
Para ter experiências no metaverso, só é necessário ter algumas tecnologias à disposição, como óculos de realidade virtual, elementos em realidade aumentada ou simuladores. Mas alguns pais descobriram que crianças e adolescentes andam fazendo traquinagens perigosas por lá. Algumas como visitar ambientes com livre acesso à pornografia, participar de atos de sexo explícito simulado através de seus avatares, consumir e disseminar conteúdos racistas ou realizar apostas caras.
É aí que nós entramos – querendo ou não, conhecendo bem ou não. Não é mais uma escolha se vamos nos inteirar sobre o que as novas tecnologias e as vivências digitais podem proporcionar ou não. É fato. É preciso treinar a nossa visão e compreender que dentro das realidades virtuais há perigos que a gente reconhece rapidamente e outros não.
Os maiores perigos estão no pensamento de que o mundo virtual é pura fantasia. Essa é uma mentalidade que vai destruir a capacidade dos nossos filhos sobreviverem aos novos desafios da vida imersa nas realidades física e virtual. Tudo ao mesmo tempo.
O primeiro passo para entender esses desafios? Muita informação com especialistas, muita troca com outras mães e pais. Menos medos e proibições e mais pontes de diálogos e caminhadas virtuais com afeto. Estamos todos aprendendo esse game em tempo real. Mais arriscado do que nossos filhos terem experiências virtuais nada saudáveis para o seu desenvolvimento é o fato deles não saberem como viver positivamente dentro desse universo. E não saber viver, seja em que ambiente for, já não é uma escolha nem pra eles nem pra nós.
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